Volvo XC90: proteção Run Off Road (Volvo/Divulgação)
Daniel Salles
Publicado em 19 de outubro de 2020 às 09h53.
Última atualização em 19 de outubro de 2020 às 09h55.
Os recursos de segurança automotiva avançados costumavam envolver o cinto de segurança, um olhar esperançoso para a medalha de São Cristóvão no retrovisor e fé em que nada quebraria no seu carro. Hoje, há uma série de tecnologias que protegem as pessoas dentro e fora do veículo – tantas, na verdade, que você pode nem conhecer todos os sistemas contidos nele.
Os automóveis construídos nos últimos 12 anos (a idade média dos veículos atualmente) estão cheios de recursos de segurança, alguns dos quais chegamos a nos esquecer. É provável que o controle eletrônico de estabilidade já o tenha salvado ao acionar os freios em rodas individuais para melhorar a direção e evitar capotamentos. O controle de tração ajuda a eliminar uma derrapada descontrolada em superfícies escorregadias. Os freios antitravamento encurtam as distâncias de uma freada e garantem maior controle. Os monitores de câmera traseira revelam crianças pequenas escondidas atrás do seu carro. Tudo isso é obrigatório nos carros modernos.
E depois há a tecnologia mais avançada. Por exemplo, um conhecido que estava frustrado com vibrações intermitentes do assento em seu novo Cadillac se sentiu um ignorante ao descobrir que elas eram o sistema avisando sobre a mudança de pista com um discreto chacoalhar.
Lembre-se de que as características mencionadas aqui em modelos específicos podem estar disponíveis em uma série de outros veículos. Alguns ajustes podem ser necessários, especialmente com a chegada de modelos 2021.
Primeiro, um número sério. A Associação dos Governadores de Segurança Rodoviária declarou este ano que as mortes de pedestres por automóveis aumentaram de 4.109 em 2009 para 6.283 em 2018. Parte do aumento se deve a picapes, SUVs e crossovers populares.
"Esses veículos têm capô muito mais alto do que os sedãs. As regulamentações de altura dos para-choques dos EUA são para proteção entre veículos, não de segurança para pedestres. Com SUVs ou picapes é muito mais provável que você acabe sob o veículo. As chances de pousar no capô quando atingido por um sedã são melhores", disse David Zuby, diretor de pesquisa do Instituto de Seguros para a Segurança na Estrada.
O Volkswagen Arteon tem um recurso de segurança bacana: um dispositivo perto da base do para-brisa que imediatamente abre um pouco o capô, adicionando espaço entre este e o motor e diminuindo o impacto.
Mais dessas "tecnologias ativas de segurança eletrônica", que usam sensores, radar e câmeras, estão chegando. Entre elas: frenagem automática de emergência com detecção de pedestres e ciclistas (uma experiência violenta e não uma permissão para desempenhar tarefas simultâneas); farol alto automático (para facilitar a visualização de pedestres); aviso de saída da pista (sinalização quando o carro muda de faixa na estrada); assistência de manutenção de faixa (ajudando ativamente a centralizar o veículo em uma faixa da estrada); aviso de ponto cego; e detecção transversal traseira que mostra o movimento de carros e pedestres antes de dar ré (alguns sistemas até freiam para evitar o contato).
"Mesmo quando a frenagem automática não impede uma colisão, a diminuição da velocidade é benéfica para os pedestres e reduz os ferimentos nos impactos entre carros", explicou Zuby.
As montadoras estão agrupando esses recursos de segurança e os tornando padrão em carros, caminhões e crossovers acessíveis. Os nomes e as características variam: Ford Co-Pilot360, Honda Sensing, Nissan ProPilot Assist, Subaru EyeSight e Toyota Safety Sense. Nos veículos da Honda há um sistema de informação de ponto cego, enquanto o da General Motors é chamado de Alerta de Mudança de Faixa (ambos são sistemas de alerta de ponto cego).
E há também a tecnologia que não pode ser usada nos Estados Unidos. Os europeus contam com faróis adaptativos, que são inexplicavelmente banidos das estradas dos EUA. Em vez do sistema farol alto/farol baixo, os sensores detectam o tráfego próximo e protegem esses veículos com unidades LED incrivelmente brilhantes, ao mesmo tempo que iluminam a estrada com a potência máxima.
A maioria das pessoas com as quais falei acredita que seu carro tem dois airbags, um para o motorista e outro para o passageiro da frente. Geralmente, o mais comum são seis (com mais dois nas laterais e outros dois nas janelas). Alguns veículos contam com airbags no joelho e no assento, que posicionam os ocupantes corretamente durante o impacto. O total sobe facilmente para dez com unidades para os passageiros traseiros. Alguns veículos da GM, como o Chevrolet Traverse, têm um entre os bancos dianteiros, para evitar que o motorista e o passageiro batam a cabeça um no outro no caso de impactos laterais. O novo Mercedes-Benz S-Class terá airbags para os passageiros no banco traseiro que são muito parecidos com os da frente.
Muitas mortes acontecem quando os carros saem da estrada porque o motorista está distraído ou sonolento. Os sistemas de atenção funcionam monitorando os movimentos do volante ou empregando câmeras para observar o piloto.
A Volvo (que inventou o cinto de três pontas e liberou sua patente) tem proteção Run Off Road. Quando os sensores detectam uma roda sem peso (que mostra que o carro está indo para uma vala), os cintos de segurança são apertados até que o carro pare de se mover. Se o impacto for grave, os airbags se abrem e o pedal do freio é acionado. A estrutura do assento foi projetada para baixar, visando reduzir a probabilidade de uma lesão da espinha.
Características sofisticadas continuam a vir dos carros de luxo para os veículos acessíveis. Entre elas está a tecnologia que evita colisões laterais. Durante uma curva à esquerda, os sensores nos mais novos sedãs Hyundai Sonata e Elantra adequadamente equipados detectam carros que se aproximam, e então freiam automaticamente para evitar o impacto. (O sistema depende do uso do pisca-pisca, outra boa razão para usá-lo.)
Os veículos da GM e os da Nissan avisam se você tiver deixado algo no banco de trás (como uma criança dormindo em um dia quente). Eles detectam se a porta dos fundos foi aberta quando uma viagem começou. A Hyundai e a Kia foram mais longe, adicionando um sensor de movimento ultrassônico. Ao detectar movimento quando o veículo está trancado, ele começa a buzinar, podendo até enviar uma mensagem de texto.
Finalmente, eis aqui um lembrete para guardar o celular. Um motorista totalmente presente é o melhor e mais eficaz recurso de segurança disponível. Além disso, é gratuito e está disponível em todas as marcas, modelos e anos.