Adolescence, na Netflix (Netflix/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 14 de setembro de 2025 às 15h23.
Última atualização em 14 de setembro de 2025 às 16h58.
A cerimônia do Emmy Awards acontece neste domingo, 14 de setembro, em Los Angeles, às 17h no horário local (21h em Brasília), com expectativa de coroar duas produções que se destacaram nos últimos meses: a minissérie “Adolescência”, sobre um jovem homicida, e “O Estúdio”, sátira ácida sobre os bastidores de Hollywood.
Ambas acumulam indicações e elogios da crítica e são apontadas como favoritas nas categorias de minissérie e comédia, respectivamente.
Com quatro episódios gravados em planos-sequência e mais de 140 milhões de visualizações na Netflix, “Adolescência” se tornou um fenômeno cultural ao retratar o impacto da masculinidade tóxica na juventude.
A trama acompanha um adolescente de 13 anos suspeito de assassinar uma colega de escola, e gerou amplo debate social desde sua estreia.
O crítico John Ross, da Vanity Fair, escreveu que é “inconcebível imaginar alguma maneira pela qual 'Adolescência' possa perder na noite do Emmy”. Caso vença, será a segunda vitória consecutiva de uma produção britânica sombria da Netflix — no ano passado, o prêmio ficou com “Bebê Rena”.
Já na categoria de melhor comédia, o destaque vai para “O Estúdio”, que se equilibra entre homenagem e sátira à indústria cinematográfica. Criada por Seth Rogen, que também estrela a produção, a série conquistou 23 indicações e já levou nove prêmios técnicos na etapa preliminar do Emmy.
A narrativa gira em torno do executivo fictício Matt Remick e sua relação com seu subordinado, Sal Saperstein, interpretado por Ike Barinholtz. Um episódio especialmente comentado — que mostra uma premiação em que todos agradecem a Sal, e não a Remick — deve ganhar menções diretas durante a cerimônia.
Na reta final do Emmy, a categoria de melhor série de drama promete o momento mais imprevisível da noite, com duas produções de peso: “Ruptura”, da Apple TV+, e “The Pitt”, da HBO.
“Ruptura” lidera as indicações, com 27 no total. A série de ficção científica se passa na sombria Lumon Industries, onde os funcionários passam por um procedimento que separa suas memórias pessoais das profissionais, criando versões distintas de si mesmos: os chamados “innies” e “outies”.
Estrelada por Adam Scott, a produção já havia sido indicada em 2022, mas perdeu para “Succession”. A segunda temporada, no entanto, intensificou o debate sobre temas como alienação no trabalho e tecnologia distópica, e agora figura como favorita.
Na outra ponta da disputa está “The Pitt”, um drama hospitalar ambientado em um único e caótico plantão de emergência. A série resgata o espírito de “ER: Plantão Médico”, com o ator Noah Wyle retornando ao gênero em papel principal.
Ambientada em Pittsburgh, a produção trata de temas contemporâneos como aborto e violência armada, ampliando seu impacto cultural e público. Noah Wyle disputa o prêmio de melhor ator em drama com Adam Scott.
Em ano de tensão política, a Academia de Televisão optou por um tom mais leve para a cerimônia. “Estamos definitivamente celebrando a televisão”, afirmou o produtor Jesse Collins ao site Deadline.
O comediante Nate Bargatze será o mestre de cerimônias e prometeu inovação no controle do tempo dos discursos: ele vai doar US$ 100 mil do próprio bolso para a organização Boys & Girls Clubs of America, mas descontará US$ 1 mil por segundo que os vencedores excederem o tempo de fala de 45 segundos.
(Com AFP)