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A Vert é o novo Converse? Entenda o bom momento da marca

A marca francesa produzida no Brasil lança mais uma coleção do tradicional modelo de lona e prepara abertura de lojas

Modelo WATA II LOW da Vert: parceria com artista (Vert/Divulgação)

Modelo WATA II LOW da Vert: parceria com artista (Vert/Divulgação)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 22 de julho de 2023 às 08h00.

Última atualização em 24 de julho de 2023 às 10h56.

Um tênis de lona que vai bem com tudo, do casual ao formal, de jeans a alfaiataria, usado por gente do mercado financeiro e por artistas, que pode ser encontrado nas calçadas da Faria Lima e nos gramados dos festivais. Poderia ser o Converse, calçado ícone de ao menos três gerações,

Poderia. Chuck Taylor que nos desculpe, mas desta vez estamos falando da Vert. Os tênis com a letra V na lateral viraram febre nos últimos anos. Ganharam espaço nos guarda-roupas com um visual simples e marcante ao mesmo tempo e uma pegada sustentável.

A marca acaba de lançar uma nova versão de seu clássico modelo WATA, que em japonês significa algodão. Confeccionada em algodão agroecológico, a linha foi repaginada e apresentada em duas silhuetas, o WATA II e o WATA II LOW, em cinco cores cada.

Parceria com o artista Derlon

Com exclusividade para a linha WATA II LOW, o artista recifense Derlon, que trabalha com a estética da xilogravura popular, estampa uma homenagem ao algodão agroecológico, e seus produtores, em apenas 70 pares na cor cor Canvas Black Pierre, que dialoga com sua obra.

Os tênis desta edição são embalados em uma ecobag, também ilustrada pelo artista, feita com 100% de algodão agroecológico, do mesmo modelo usado pelos produtores na colheita desta matéria-prima.  O WATA II é feito com fios de algodão orgânico e regenerativo provenientes de Bergman Rivera, no Peru. O forro e os cadarços são de algodão 100% orgânico produzido no Brasil e no Peru.

As peças têm certificação de cuidado ambiental e ético, além de práticas socioambientais responsáveis, em todos os níveis de produção, considerando três pilares: saúde do solo, bem-estar animal e justiça social. O solado é feito de borracha amazônica e borracha reciclada em sua composição, e a palmilha contém 75% de base biológica e reciclada. Os lançamentos têm preço entre 560 e 590 reais.

Da França para o Brasil

Em 2004, os amigos franceses Sébastien Kopp e François-Ghislain Morillion, fundadores da marca Veja, vieram ao Brasil com a ideia de reinventar o processo produtivo de um artigo icônico para diversas tribos, o tênis.

A ideia não era somente criar um item de moda, e sim um tênis com impacto positivo. No Brasil, por questões de registro, o nome adotado foi Vert, que significa verde em francês e se alinha ao conceito de proteção e desenvolvimento socioambiental promovido pela marca.

As equipes Vert e Veja trabalham juntas em todo o desenvolvimento dos produtos, que usam algodão agroecológico do Nordeste do Brasil e do Peru, produzido pela agricultura familiar, a borracha nativa da Amazônia e couro do Rio Grande do Sul e do Uruguai.

Morillion vem com frequência o Brasil. Na semana passada, esteve com um grupo de jornalistas na Amazônia visitando comunidades de seringueiros que extraem o látex usado nos solados. Por lá, anunciou algumas novidades.

Lojas próprias, nome único

Os tênis Vert são vendidos no Brasil em lojas multimarcas ou de parceiros, como a Oficina Reserva. Mas no próximo ano a marca deve abrir a primeira loja própria, na cidade de São Paulo.

A inauguração de flagships é uma estratégia recente. A primeira é de 2019 e fica em Paris, cidade onde fica a sede administrativa da marca. Este ano foram abertas lojas em Madri e em Berlim. Nos próximos três anos, a Veja deve abrir globalmente ao menos cinco pontos de venda, que se juntarão às seis atuais.

Outra mudança será a unificação do nome. A partir do ano que vem todos os pares deverão sair de fábrica com o nome Veja estampado na parte de trás, se as questões legais forem resolvidas. Se você tem um Vert, guarde com carinho. Em breve será raridade.

Quem usa Converse e quem usa Vert

O tênis Veja já esteve em colaborações com grifes como a Marni e em pouco tempo se transformou em um ícone fashion. Disputa os holofotes com o Converse, um tênis que nasceu para as quadras de basquete nos anos 1920 e se popularizou nos anos 1970 nos pés de universitários, músicos e artistas.

Fotos de Jane Birkin de Converse circularam na semana passada, por ocasião de sua morte. A marca entrou em crise financeira na década seguinte foi posteriormente comprada pela Nike. Em 2008, uma releitura do modelo de 1970 foi lançada, com o nome de Chuck 70, com materiais mais premium e acabamento mais sofisticado.

O Converse passou a frequentar passarelas da moda e premiações do cinema nos pés de celebridades como Kaia Gerber, Gigi Hadid, Alexa Chung, Rihanna. Já a turma da Veja inclui Kate Middleton, Reese Witherspoon, Jennifer Garner., Meghan Markle. Disputa? Está mais para uma saudável convivência de conforto e estilo.

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