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A moda athleisure continua em alta? A Aramis aposta que sim

A marca brasileira lança a linha de roupas esportivas Urban Perfomance e se lança como grupo de moda

Felipe Titto na campanha para a Urban Performance: consultoria (Aramis/Divulgação)

Felipe Titto na campanha para a Urban Performance: consultoria (Aramis/Divulgação)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 9 de novembro de 2022 às 14h49.

A Aramis definitivamente tirou a poeira dos ombros estruturados dos velhos paletós. A marca de moda masculina já vinha passando por um processo de rejuvenescimento nos últimos anos pelas mãos do CEO e filho do fundador Richard Stad. A casualização do portfólio acabou acelerado pelo período de reclusão forçada pela pandemia. Agora, dá um novo passo com o lançamento da linha Urban Perfomance.

Essa é a primeira vez que a Aramis, fundada em 1995, lança uma outra marca. A nativa digital Urban Performance propõe redefinir o lifestyle do homem contemporâneo. “Que roupa o homem usa no fim de semana? Para ficar confortável, a única opção eram roupas de ginástica. Percebemos aí uma lacuna”, contou Stad no lançamento da coleção.

A proposta da Urban Performance é preencher esse espaço vazio. São peças mais sofisticadas e com informação de moda, que transitam do trabalho para o lazer, do escritório para o fim de semana, com corte de alfaiataria e sem aquele brilho característico das roupas dry fit.

A marca nasce com cerca de 80 SKUs, que na linguagem da indústria da moda significa punidade de peça. São camisetas, camisas, calças e jaquetas com tecnologias de secagem rápida, proteção UV, função antimicrobiana e antiodor. E não amassam. Para o ano que vem está previsto inclusive um costume, formado por paletó e calça, que permite até viajar à noite no avião com conforto e estilo.

Felipe Titto é o embaixador da marca

A Aramis contou com a consultoria do ator e empresário Felipe Titto para desenvolver as peças da nova linha. “Quando o Richard me chamou para conversar gostei de cara da proposta, até que no fim ele comentou que daria até para ir à academia com a camisa social. Aí achei demais”, conta Titto, rindo.

Conforme os protótipos foram sendo apresentados, no entanto, o empresário percebeu que sim, no limite a camisa de botão permite até fazer supino. Os preços, disponíveis no site próprio da marca, são compatíveis com os de outras marcas de luxo acessível. As camisas custam até 600 reais, calças ficam entre 600 e 800 reais, camisetas saem de 200 a 300 reais.

Campanha da Urban Performance

Campanha da Urban Performance: do trabalho para a academia (Aramis)

As peças estão no e-commerce e em cinco lojas da Aramis, nos shoppings Iguatemi São Paulo, Patio Higienópolis, Patio Paulista, Park Shopping Brasília e na flagship da marca na Oscar Feire. Já está prevista a inauguração de seis lojas próprias da marca.

Stad evita falar em meta própria para a linha, mas a ideia é que a Urban Perfomance ajude na meta de atingir 1 bilhão de reais em faturamento em 2026 – este ano a Armais deve fechar com 470 milhões. A marca cresceu 25% ao ano nos últimos dois períodos (2021 em relação a 2019 e este ano).

A Urban Performance também está sendo vista como o início da criação de um grupo consolidado de moda. Hoje dois conglomerados têm chamado a atenção pelo apetite em aquisições, o Soma a Ar&Co, do grupo Arezzo. A Aramis pode seguir com outra estratégia, a criação de grifes próprias. Já está andamento a criação de uma marca de roupas infantis.

Athleisure ou athluxury? Entenda

A nova linha se encaixa na proposta de athleisure, algo entre a roupa esportiva e a moda mais formal. Antes da pandemia, pode-se dizer que a o conceito consistia em misturar joggers com sapatos de salto, sneakers com alfaiataria e vestidos.

O movimento teve impulso decisivo do falecido Virgil Abloh, que trouxe a linguagem das ruas de sua grife Of White para as maisons de moda e abriu espaço para colaborações icônicas como a da Supreme e a Louis Vuitton, talvez o ápice do conceito.

Antes da pandemia parecia haver uma ligeira tendência de volta a uma alfaiataria mais formal. A reclusão desse período trouxe o conforto como atributo principal da moda e até grifes mais tradicionais tiveram de se render a modelagens mais amplas e tecidos com elasticidade.

Fala-se hoje até de uma variação do athleisure, o athluxury, a intersecção entre a moda esportiva e o luxo. Os recentes desfiles da Dior, Zegna e Hermès, para ficar em alguns pouco exemplos, atestam: luxo hoje é se sentir confortável. Por aqui, é essa a aposta da Aramis.

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