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A magia de Pelé sai dos gramados e ganha Hollywood

A pouco mais de seis meses da Copa do Mundo de 2014, que será disputada no Brasil, o longa americano está sendo gravado no Rio de Janeiro


	Pelé: hoje com 72 anos, Pelé tem participação ativa no filme, como produtor executivo, ao lado e Paul Kemsley e da Exclusive Media
 (Michael Regan/AFP)

Pelé: hoje com 72 anos, Pelé tem participação ativa no filme, como produtor executivo, ao lado e Paul Kemsley e da Exclusive Media (Michael Regan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2013 às 16h56.

Brasil-Suécia, final da Copa do Mundo, 10 minutos do segundo tempo. Pelé dá um lençol antológico para se livrar de dois marcadores marca o terceiro gol da vitória por 5 a 2 que dá o primeiro título mundial à seleção brasileira.

Esta é uma das cenas reproduzidas em "Pelé - O nascimento de uma lenda" ("Pele, The birth of a legend", no original), uma produção americana que retrata os primeiros anos de vida de Edson Arantes do Nascimento, maior jogador de futebol todos os tempos.

A pouco mais de seis meses da Copa do Mundo de 2014, que será disputada no Brasil, o longa está sendo gravado no Rio de Janeiro.

As gravações acontecem 55 anos depois e o cenário não é o estádio Rasunda de Solna, na Suécia, mas a magia do cinema consegue levar os saudosos da época áurea do Rei em uma viagem no tempo.

Placas publicitárias em preto e branco foram colocadas ao redor do estádio Edson Passos, do América, clube que já foi um dos grandes do futebol carioca. Os jogadores-atores vestem uniformes de época, com chuteiras pretas e cadarços brancos.

"O filme conta os obstáculos, a dor, os desafios e erros e percalços vividos por teste jovem no seu caminho rumo à glória", explicou à AFP o americano Michael Zimbalist, que assinou o roteiro e dirige o filme ao lado do irmão Jeff.

O longa, que tem seu desfecho na consagração do título de 1958, ainda não tem data de estreia marcada e a produção não quis dar detalhes sobre este assunto.


Primeira pessoa

Hoje com 72 anos, Pelé tem participação ativa no filme, como produtor executivo, ao lado e Paul Kemsley e da Exclusive Media.

Os irmãos Zimbalist escreveram o roteiro com base em histórias contadas pelo próprio Pelé, dando a sensação que a história está sendo contada na primeira pessoa.

"Pelé nos ajudou muito na concepção da história", indicou Michael, que garante que o Rei não censurou nenhuma parte do roteiro.

"Em nenhum momento houve a intenção de fazer um filme leviano. Isso era claro desde o início. Não acho que Pelé esteja inibido na hora de falar sobre coisas negativas", acrescentou.

Depois de 1958, Pelé conquistou outras duas Copa do Mundo, em 1962, no Chile, e em 1970, no México, e marcou mais de 1.200 gols em sua carreira. Em 2000, a Fifa o consagrou como melhor jogador do século XX e um ano antes do Comitê Olímpico Internacional (COI) lhe deu o título de Atleta do Século.


Os 400 Pelés

Nada menos de 400 jovens foram testados para o papel do Rei do futebol, e apenas dois foram selecionados. Leonardo Lima interpreta o ex-craque com dez anos de idade e Kevin de Paula dos 13 aos 17.

"Com, ambos, houve algo mágico. Eles se sentiram bem desde o primeiro dia e foram além das nossas expectativas", conta Zimbalist.

Kevin de Paula não é ator de profissão, mas jogador de futebol. O jovem de 18 anos é volante do Tigres, da segunda divisão do Campeonato Carioca.

Na frente da câmera, ele dribla, dá lençóis e chuta com categoria. A coreografia sai com facilidade, mesmo precisando repeti-la várias vezes para que seja captada por todos os ângulos da câmera.

Na pausa entre duas gravações, a produção aproveita para dar alguns retoques na maquiagem e no penteado afro do Pelé de Hollywood. Os Pelés de Hollywood só não podem dar entrevistas.

O elenco também conta com atores consagrados como Rodrigo Santoro, que também é produtor associado. O cantor Seu Jorge será o pai de Pelé, Dondinho, na telona. O mexicano Diego Boneta, o irlandês Colm Meaney e o americano Vincent D'Onofrio dão um toque mais internacional ao casting do filme.

Já Mailson Moura espera que sua interpretação do zagueiro Mauro Ramos poderá dar um "empurrão" na sua carreira.

"É muito difícil imitar pessoas que têm magia nos pés. Assisti a vários vídeos, vi livros. Não é fácil, mas fazemos o possível", declarou por sua vez Felipe Simas, que tem o papel do também ex-craque Mané Garrincha, parceiro de Pelé nas conquistas de 1958 e 1962, falecido em 1983.

Ainda falta gravar algumas cenas do jogo contra a Suécia e já tem jogadores com uniformes de outros times esperando no set. O dia promete ser longo.

Silêncio, luz, câmera... Ação!

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