O golfista Gary Player. (Rolex/Divulgação)
Julia Storch
Publicado em 21 de outubro de 2022 às 16h49.
Última atualização em 21 de outubro de 2022 às 16h59.
O Brasil conta com ótimos campos de golfe e uma comunidade de praticantes bastante ativa. Porém, para Gary Player, lendário golfista e embaixador Rolex, há ainda muito potencial de crescimento do esporte no país. Em passagem pelo Brasil para a terceira edição do Troféu Rolex de Golfe, o atleta aposentado conversou com a Casual Exame.
Após duas etapas em São Paulo e no Rio de Janeiro, acontece amanhã, sábado 22, a final do torneio no campo Rio Pardo Golf, no interior de São Paulo. Dos 200 selecionados para o campeonato, entre clientes da Rolex, apenas um sairá vencedor. Como prêmio, o campeão poderá viver uma experiência no Masters 2023 do Augusta Club.
Para participar do Augusta não basta ter dinheiro ou fama. É preciso ser convidado. O torneio renomado é conhecido por seu percurso pitoresco e pela jaqueta verde simbólica concedida, a cada ano, ao vencedor. Conforme a tradição do Masters, a cobiçada peça de vestuário representa um convite vitalício para participar do torneio. É o Augusta quem organiza e sedia desde 1934 o Masters, o mais popular major, ou torneio de Grand Slam, do golfe mundial.
Assim como o antigo clube, a relação da Rolex com o golfe começou em 1967 com os golfistas Arnold Palmer e, em seguida, Jack Nicklaus e Gary Player. “The Big Three” foi um trio legendário do esporte que mudou a face do golfe. Durante quase duas décadas, os três golfistas se desafiaram mutuamente. Player acumulou nove vitórias em Major, e ao vencer o U.S. Open em 1965, completou sua carreira com o Grand Slam. Tornou-se então o único homem na história a alcançar a marca de ganhar cada Major ao menos uma vez.
O segredo de Player para o sucesso ao longo de tantas décadas no esporte? Passar por momentos difíceis e ter uma dieta restritiva. "Faço duas refeições por dia, mas estou tentando diminuir para uma refeição", comenta o golfista, hoje com 86 anos. "Se estressar é o melhor presente que se pode ter na vida. Ninguém vive sem estresse ou adversidades, isso te faz crescer."
Defensor ferrenho de atividades físicas, Player vê a pandemia da covid-19 como um copo meio cheio para o golfe. "Com o fim da pandemia, o golfe ficou mais popular. Ao jogar, as pessoas encontraram um esporte que podem praticar para sempre", diz.
Porém, atualmente a grama do campo do vizinho parece estar mais verde. O novo campeonato LIV, financiado pelo governo da Arábia Saudita, vem atraindo alguns jogadores de elite e incomodando outros. O circuito pretende ser uma alternativa ao mundialmente famoso PGA Tour.
Sobre o LIV, Player prefere ser sucinto. "Eu não vejo problema em quererem jogar no LIV, se quiserem ir, devem ir. O PGA é mais forte, mas agora se tornou uma guerra que eu não gosto de ver. Não podemos culpar alguém por querer ganhar mais", diz.
Para além do esporte, Player vê o golfe como um catalisador para os negócios. "No Brasil o esporte principal é o futebol, mas as pessoas não viajam para cá para jogar futebol como viajam para jogar golfe."
No país, o Troféu Rolex de Golfe, idealizado em conjunto com a Confederação Brasileira de Golfe, é resultado da parceria de mais de dez anos entre a Rolex e a CBG, que traz para a competição o sistema live de divulgação dos placares na plataforma Blue Golf. Ao longo do torneio as pontuações são colhidas e repassadas para a equipe técnica da CBG, que atualiza no aplicativo. Mas é apenas uma nova forma de mostrar os resultados da boa e velha modalidade esportiva.