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A empresa quer erguer prédios e hotéis como se fossem grandes Legos

Com construção “off-site”, Modularis promete até 30% de economia em relação ao método tradicional

Paulo Salvador, CEO da Modularis Offsite Building: negociações para tirar do papel o primeiro hotel econômico modular do Brasil (Modularis/Divulgação)

Paulo Salvador, CEO da Modularis Offsite Building: negociações para tirar do papel o primeiro hotel econômico modular do Brasil (Modularis/Divulgação)

Inaugurado há dois anos, o Alt Hotel de Calgary, no Canadá, é conhecido pela fachada discreta, pela ambientação moderninha e pelos 155 quartos que não devem nada aos de redes incensadas. Ganhou fama também pela velocidade com que seus dez andares foram erguidos: sete semanas.

A celeridade se deve ao método construtivo adotado do primeiro piso para cima, o de módulos pré-fabricados, empilhados por um guindaste como se fossem enormes peças de Lego.

É a mesma técnica utilizada por outros hotéis badalados como o AC, do grupo Marriott, em Chapel Hill, na Carolina do Norte (EUA), e as unidades de Amsterdã e Londres da rede CitizenM.

É o método no qual a Modularis Offsite Building aposta. Com DNA europeu e dez anos de atividade no Brasil, a companhia sempre esteve mais ligada ao setor industrial, para o qual costuma erguer tanto escritórios temporários como edifícios comerciais completos, com direito a vão livre de doze metros — Scania, Toyota, Bayer e Marfrig fazem parte da lista de clientes, com mais de 100 nomes.

Com sede em Itupeva, no interior de São Paulo, a Modularis também se especializou em criar lojas autônomas e stands de vendas para gigantes como Ambev e Cacau Show. Ao todo, diz ter entregado mais de 50.000 metros quadrados, sempre construídos “off-site”.

Agora a empresa também ambiciona faturar com hotéis e prédios residenciais, além de outros tipos de edificações, como hospitais e empreendimentos para abrigar estudantes.

Com a nova investida, ela espera aumentar o faturamento 2,5 vezes ainda em 2021 — sua meta é virar líder no segmento de construção residencial “off-site” no Brasil.

Fábrica da Modularis em Itupeva, no interior de SP: lojas autônomas e stands de vendas para gigantes como Ambev e Cacau Show (Modularis)

Fábrica modular

Para ajudar a convencer potenciais novos clientes, ergueu em sua fábrica o que apelidou de MGuest House. Trata-se de um edifício, em fase de finalização, que prova que um empreendimento vertical construído no sistema modular é perfeitamente viável.

A novidade será apresentada na próxima edição da Expo Construção Offsite, a maior feira do segmento na América Latina, que ocorre de 15 a 18 de setembro em São Paulo.

“Dedicamos à MGuest House muitas horas de estudo ao lado de catorze parceiros, de fabricantes de aço, painéis, placas, portas e janelas até duas redes hoteleiras”, diz Paulo Salvador, CEO da Modularis Offsite Building.

“O investidor poderá entrar, sentir o conforto proporcionado e até dormir sem perceber que se trata de um prédio totalmente construído em 40 dias”.

Em tempo: a empresa está em negociações para tirar do papel o primeiro hotel econômico modular do Brasil, em Campinas, com 224 apartamentos.

Por que adotar o método off site?

A principal vantagem de uma construção "off-site" é o tempo de entrega, que pode cair pela metade, em comparação ao método tradicional. Enquanto um prédio comum demanda 270 dias de obra, por exemplo, um que se vale de módulos pré-fabricados pode ser montado em cerca de 60, tirando os 10 que são necessários na fábrica.

A Modularis promete até 30% de economia em relação ao método tradicional, além de diminuir os riscos de acidentes e tirar da equação o desperdício de materiais — o resíduo de obra é 40% menor.

Há alguns meses, a companhia fechou um acordo com a siderúrgica ArcelorMittal que irá favorecer o uso de aço na concepção de projetos residenciais.

Ficou interessado? Saiba que um prédio como o do Alt Hotel de Calgary pode ter até dez andares e que o primeiro empreendimento erguido pelo grupo do qual a Modularis faz parte já tem mais de 40 anos e ainda está em condições de uso — fica na França. Os módulos podem ter de três a doze metros de comprimento, desde que tenham largura adequada para o transporte em rodovias.

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