Doença atinge três vezes mais homens que mulheres e é comum entre os 20 e 25 anos (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2012 às 12h44.
São Paulo - A dor de cabeça não é, necessariamente, uma desculpa esfarrapada para não fazer sexo. Imagine uma dor intensa que começa na nuca, segue para todo o crânio e que impossibilita você de chegar ao orgasmo. E o terror que acomete uma em cada cem pessoas. Esta é a cefaleia orgástica, uma doença que destrói a confiança masculina.
“Poucos pacientes procuram tratamento. Seja por vergonha, ou por achar que o problema não tem cura, muita gente sofre anos em silêncio e passa até a evitar a vida sexual”, afirma o médico Abouch Krymchantowski, neurologista membro da Sociedade Internacional de Dor de Cabeça.
A doença atinge três vezes mais homens que mulheres e é comum entre os 20 e 25 anos. Pessoas que sofrem enxaqueca estão mais propensas a desenvolver a cefaleia orgástica, mas, segundo o médico, ninguém está livre desta verdadeira tortura sexual.
“Há alguns anos comecei a ter uma forte dor de cabeça quando transava com a minha amante. Era uma dor muito forte, explosiva, sempre antes do orgasmo. No entanto, a dor aparecia somente nas relações com a minha amante. Com a minha esposa, eu conseguia ter uma relação sexual normal”, afirma M.A, um empresário de 54 anos e um dos pacientes de Krymchantowski
Segundo o médico, as causas ainda não estão definidas, mas há a desconfiança de que o aumento da pressão sanguínea, a dilatação de vasos na cabeça e a produção de serotonina podem provocar as crises. O estresse também é uma variável importante na doença.
“O problema não passava e eu comecei a evitar relações sexuais, principalmente com a minha amante. Tinha medo de a dor acontecer e ocasionar algo mais sério no momento do orgasmo”, relata M.A.
Mas calme. A cefaleia orgástica pode ser controlada a partir de remédios. Não é preciso o uso continuo e a medicação costuma ser bem tolerada pelo organismo. “Todos devem ser avaliados por um neurologista que conhece bem dor de cabeça. Só ele pode elucidar dúvidas e orientar o diagnóstico e o tratamento correto”, conclui o médico.