Casual

A busca pela xícara perfeita: o processo do café Nespresso

Confira o caminho do café, desde a fazenda até a cápsula, em um processo que une sustentabilidade e qualidade

Cápsulas Nespresso: doses de qualidade (Leandro Fonseca/Exame)

Cápsulas Nespresso: doses de qualidade (Leandro Fonseca/Exame)

Carolina Gehlen
Carolina Gehlen

Head of Design

Publicado em 1 de setembro de 2024 às 08h14.

Última atualização em 3 de setembro de 2024 às 14h52.

O café foi introduzido no Brasil em 1727, quando o governo enviou o militar Francisco de Melo Palheta para conseguir mudas de café das Guianas. Apesar de não ter cumprido sua missão oficialmente, uma lenda diz que Melo conquistou a simpatia da esposa do governador local, que lhe deu algumas mudas como presente. Ele teria escondido essas mudas em sua bagagem, permitindo o início do cultivo de café em terras brasileiras.

O Brasil é o maior produtor de café do mundo e o principal fornecedor global para a Nespresso — empresa que, desde 2006, vende cápsulas, máquinas e acessórios para café no país. “Quando falamos em Nespresso, focamos muito a qualidade. Para nós, qualidade é intrínseca”, afirma Tatiana Nakamura, coordenadora de Cafés e Eventos da Nespresso Brasil, que trabalha para a marca há 14 anos.

A procedência do café é garantida pelo Programa Nespresso AAA de Qualidade Sustentável, desenvolvido em parceria com a Rainforest Alliance. O projeto global visa promover práticas sustentáveis e oferecer benefícios ambientais, sociais e econômicos aos agricultores e suas comunidades.

Fazenda Cachoeira da Grama: Brasil é o principal fornecedor global para a Nespresso (Carolina Gehlen/Exame)

“Não se trata apenas de garantir a qualidade do café desde o campo, mas também de cuidar das pessoas envolvidas no processo. A qualidade das pessoas é tão importante quanto a do café. É essencial que todos na cadeia produtiva sejam bem tratados e devidamente remunerados”, explica Nakamura.

A Fazenda Cachoeira da Grama, localizada em São Sebastião da Grama, a cerca de 10 km de Poços de Caldas (MG), é uma das parceiras da Nespresso há 14 anos. Produzindo desde 1890, hoje em sua quarta geração, possui 422 hectares, dos quais 86 são dedicados à produção de café especial, enquanto o restante da área é preservado.

A Cachoeira da Grama é uma das 1,3 mil fazendas que participam do programa da Nespresso e fornece entre 5% e 6% de café especial para a marca. Esses grãos passam por uma rigorosa avaliação para garantir a xícara perfeita.

Tatiana Nakamura: "a qualidade das pessoas é tão importante quanto a do café". (Carolina Gehlen/Exame)

Para preparar uma dose de café de 40 mililitros, são necessários aproximadamente 60 grãos de alta qualidade. O cultivo de um café é influenciado por quatro fatores principais: clima, solo, altitude e latitude. O clima afeta diretamente a produção, enquanto a condição do solo impacta a saúde da planta. Além disso, a altitude e a latitude são cruciais, pois podem influenciar o desenvolvimento dos açúcares e o teor de cafeína dos grãos.

Enchendo a xícara

A Nespresso adquire cafés especiais de 18 países, principalmente daqueles localizados entre os Trópicos de Câncer e Capricórnio. Após a colheita, que no Brasil ocorre entre maio e agosto, o café verde é enviado, torrado e encapsulado nas fábricas na Suíça. O ciclo completo até a entrega nas butiques leva cerca de oito meses.

 

Os cafés têm 100% de rastreabilidade e, mesmo depois de toda produção e colheita criteriosas, os grãos passam por um rigoroso controle no laboratório da Nestlé, proprietária da Nespresso, em Santos, antes de serem liberados para embarcar nos contêineres.

Raphael Gonçalves, engenheiro agrônomo AAA da Nespresso: "para orgânicos, a produção deve atender a regulamentações rígidas em cada país onde o café será comercializado" (Carolina Gehlen/Exame)

Para orgânicos, a produção deve atender a regulamentações rígidas em cada país onde o café será comercializado. “O produtor deve obter a certificação nacional brasileira, pois é o país de origem. Além disso, é necessário cumprir as regulamentações dos países onde o café será vendido, como Estados Unidos, Europa, América do Sul e Ásia. É preciso garantir que a produção atenda às normas em todos os países por onde passa”, afirma Raphael Gonçalves, engenheiro agrônomo AAA da Nespresso.

Ressaltando o sabor

Os cafés do Brasil têm um sabor naturalmente doce que harmoniza perfeitamente nos blends da marca. Eles são frequentemente combinados com cafés de outras regiões, como os da Colômbia, que trazem um extra de acidez à combinação. Além disso, é possível criar misturas com diferentes níveis de torra e moagem, além das variedades das regiões.

Os cafés do Brasil têm um sabor naturalmente doce que harmoniza perfeitamente nos blends da marca. (Divulgação/Divulgação)

O processo de torra e moagem é crucial para o gosto final do café. “Os mestres de torra são essenciais para preservar as características únicas do grão, respeitando o terroir de cada origem”, diz Tatiana. A moagem também influencia a extração: mais fina permite uma bebida mais rica, enquanto uma moagem grossa retém mais óleos essenciais.

Reciclando as cápsulas

Hoje, 100% das cápsulas produzidas pela Nespresso são recicláveis, com uma pegada de carbono de apenas 2% na produção. O processo de reciclagem inclui a separação da borra e o tratamento do alumínio, que é transformado em lingotes para novos produtos. “Além disso, é preciso educar o consumidor, mostrar porque ele está devolvendo aquela cápsula. É o nosso papel também, da indústria, comunicar e ensinar o consumidor,” diz Nakamura.

Reciclagem: o processo inclui a separação da borra e o tratamento do alumínio, que é transformado em lingotes para novos produtos (Leandro Fonseca/Exame)

As cápsulas usadas podem ser descartadas em mais de 200 pontos de coleta ou enviadas pelos Correios sem custo, conforme indicado no site da marca.

Harmonizando a experiência

Praticidade, conveniência e qualidade são os fatores que impulsionam o sucesso dessas monodoses. Atenta ao crescimento desse segmento no país, a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) desenvolveu um programa de certificação com metodologia própria para avaliar o café encapsulado.

Para a entidade, a expansão deste mercado oferece ótimas oportunidades de negócios para empresas de diferentes portes. No entanto, é fundamental que o setor industrial receba apoio e orientação no entendimento dos atributos superiores do café em cápsulas, a fim de oferecer ao consumidor produtos adequados.

Cada etapa, desde o cultivo dos grãos até a reciclagem das cápsulas, evidencia o compromisso da Nespresso em proporcionar não apenas um café de alta qualidade mas também uma experiência sustentável e consciente em cada xícara.

Acompanhe tudo sobre:CaféNespresso

Mais de Casual

Porsche, camisetas e drinques: parcerias e novidades no mundo do café

Vinícola gaúcha com quase 100 anos investe R$ 10 milhões e lança marca de vinhos finos

Em São Paulo para o GP de Fórmula 1? Confira 10 restaurantes para aproveitar na cidade

Geração Z gasta mais com alimentação do que com viagens e roupas