Pratos da Casa do Porco: restaurante mais votado pela segunda vez na eleição de EXAME Casual. (Mauro Holanda/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 19 de maio de 2022 às 06h00.
Última atualização em 29 de agosto de 2023 às 13h58.
Listas sempre geram polêmica. Há quem se sinta valorizado, há quem enxergue injustiça. Muitas vezes são escolhas pessoais. Para sermos mais assertivos em nossa primeira eleição dos 100 melhores restaurantes do Brasil, adotamos como critério a consulta a um júri formado por 60 renomados críticos e influenciadores da alegre arte de comer e beber. Cada especialista apontou dez restaurantes de sua preferência, sem ordem de importância.
Foram premiadas casas que conseguiram sobreviver a dois anos desafiadores, que apostam no uso de ingredientes de boa procedência e na criatividade da cozinha e, principalmente, que conseguem oferecer uma experiência única a uma clientela cada vez mais exigente. O delicioso resultado você confere nas páginas a seguir.
O restaurante do casal formado pelos chefs Janaina e Jefferson Rueda virou sinônimo de números — e filas — impressionantes. Ocupa a 17ª posição no ranking The World’s 50 Best Restaurants e o 11º lugar no recorte latino-americano. A casa, que recebeu 31 votos do júri formado pela EXAME, tem como carro-chefe o porco sanzé. Mais de 12.000 pratos do sanzé são vendidos mensalmente, o que obriga os Rueda a assar 60 porcos por mês. A dívida acumulada na fase mais crítica da quarentena também impressiona: foram quase 3 milhões de reais. “Daria para abrir mais duas Casas do Porco”, calcula Janaina.
Inicialmente, ela achou que levaria quatro anos para cobrir o rombo, que envolve tanto o restaurante quanto os demais negócios do casal: o Bar da Dona Onça, a lanchonete Hot Pork e a Sorveteria do Centro. Tirando os impostos atrasados, no entanto, que foram parcelados, a dívida será totalmente quitada até o fim do mês. E a expectativa é que os negócios voltem a dar lucro agora em junho. “Não imaginávamos que nossas casas fossem voltar com tanta força”, diz Janaina, que não revela quanto o grupo fatura — com delivery, lançado na pandemia, são quase 400.000 reais por mês.
Ela credita a rápida recuperação aos entraves às viagens internacionais, que aqueceram o turismo nacional, e à crise econômica, que teria tornado os menus não tão caros, como os da Casa do Porco, ainda mais atraentes — o sanzé custava 79 reais no início de maio. “O desafio agora é engolir a alta da inflação para não afastar os clientes com o aumento de preços”, acrescenta a cozinheira, chef da Casa do Porco desde 2018 — Jefferson agora se dedica à criação dos animais que abastecem o restaurante e ao frigorífico Porco Real, inaugurado pelo casal no ano passado.
Rua Araújo, 124, República, São Paulo
http://acasadoporco.com.br
É em um discreto casarão no bairro carioca de Botafogo que trabalha o premiado Alberto Landgraf. Nada indica se tratar do requisitado Oteque, dono de duas estrelas do Guia Michelin. Qual é o segredo do bom restaurante? “Para mim, é quando o cliente come e sai com vontade de comer de novo”, diz o chef. Uma boa equipe e fornecedores de confiança são essenciais nessa equação.
“Landgraf é um cozinheiro técnico no seu ápice, com construção precisa de todos os elementos das receitas. Nada do que está no prato é por acaso”, afirma a jurada Renata Mesquita, do caderno Paladar. Sua inspiração não vem apenas da gastronomia: o mestre por trás das criações admite ter interesse em design, arquitetura e tecnologia, por exemplo. “Tento trazer tudo isso para o Oteque”, diz.
De volta às atividades depois de sobreviver às restrições da pandemia — quando decidiu fechar as portas, com o faturamento zero —, o restaurante oferece apenas menu degustação em oito etapas, que pode incluir atum cru com caviar; lagostim com maionese de peixe; cebola com ouriço e espuma de mexilhão; e pescada-branca, levemente defumada, à moda oriental. O menu custa 645 reais.
Rua Conde de Irajá, 581, 74, Botafogo, Rio de Janeiro
http://www.oteque.com
A chef Helena Rizzo, que comanda o Maní, o Manioca e a Padoca do Maní, entrou na quarentena com caixa suficiente para enfrentar três meses de portas fechadas. Entre os sócios está, por exemplo, a apresentadora Fernanda Lima. O mantra que norteou a condução dos negócios naquela época foi este: lucro, por enquanto, é não ter prejuízo.
Passada a fase mais dura da pandemia, a chef virou jurada do programa MasterChef Brasil, em 2021, substituindo Paola Carosella. O novo ofício a obrigou a se afastar um pouco do dia a dia do Maní, que ostenta uma estrela Michelin. Mas com a consciência tranquila. A casa continua um sucesso, assim como os demais estabelecimentos, e o chef belga Willem Vandeven, que já a secundava, tem dado conta do recado com louvor.
Lançado em abril, o novo menu degustação do Maní, a 580 reais, serve de prova. Idealizado por Rizzo e Vandeven, foi inspirado na obra do modernista Mário de Andrade. Com 12 etapas, inclui pratos como cabrito assado mergulhado em um caldo incrementado com kombucha de porcini — cúrcuma e shitake marinado completam a criação. Outro destaque, que já esteve no cardápio do Maní, é a feijoada transformada em pequenas esferas, servidas com pé de porco, couve frita e cubinhos de laranja.
Rua Joaquim Antunes, 210, Jardim Paulistano, São Paulo
https://manimanioca.com.br
O tradicional Mocotó dispensa apresentações e, há mais de 22 anos, atrai a clientela até o bairro da Vila Medeiros, na zona norte paulistana – quase na vizinha Guarulhos (SP). Nem mesmo a pandemia abalou o restaurante. “Tivemos que adaptar a operação, porque o delivery correspondiam a 20% do faturamento. Mas, graças a isso, não dispensamos ninguém”, diz o chef Rodrigo Oliveira.
Para o filho de pernambucanos (que se divide entre o trabalho na cozinha, as peças publicitárias e o sítio no qual produz alguns dos produtos utilizados nas receitas), a menção entre os dez melhores se deve à “experiência feita para todos”. Do baião-de-dois às especialidades, como carne-seca desfiada com cebola roxa e finalizada com manteiga de garrafa, todos custam, em média, 75 reais.
Para a jornalista Patricia Ferraz, especializada em gastronomia, a melhor definição dessa experiência é “muito bom, muito simples e muito saboroso”. Nas palavras do próprio chef, todo reconhecimento também se deve à boa relação com os parceiros – como se refere os fornecedores –, que já formam uma cadeia bem-definida e consolidada pelas mais de duas décadas de trabalho conjunto.
Avenida Nossa Senhora do Loreto, 1100, Vila Medeiros, São Paulo
https://mocoto.com.br/
O restaurante do chef Fabrício Lemos só trabalha com menu degustação, a 220 reais. São 14 etapas, sempre precedidas por um shot de cachaça — incrementada com seriguela, por exemplo. As ostras ao molho béarnaise com vinho tinto e o capelete de pato servido com magret da ave e nacos de polvo dão uma pista da experiência completa. Que culmina com duas sobremesas criadas pela chef pâtissière Lisiane Arouca, mulher de Lemos e uma sumidade no assunto.
Como adaptar uma proposta como essa ao delivery, a única saída possível nos meses mais duros da quarentena? “Foi impossível”, lembra Lemos, que, para driblar o inevitável prejuízo da pandemia, passou a se oferecer para cozinhar na casa dos clientes. De lá para cá, comandou mais de 100 jantares do tipo, para até 50 pessoas por vez.
O faturamento do Origem já é o mesmo de antes da pandemia, mas há outra ameaça no horizonte: a inflação em alta. “Para não afastar os clientes, faço o possível para não repassar os custos”, diz o chef. “Lagosta, por exemplo, não entra mais no cardápio, pois o preço dela está impraticável.” Ele e a mulher comandam mais três empreendimentos em Salva[1]dor: o bar Gem e os restaurantes Ori e Omi. Em junho, a dupla pretende inaugurar mais um, o Origem Lab, só para 20 pessoas e também só com menu degustação.
Alameda das Algarobas, 74, Pituba, Salvador
https://restauranteorigem.com.br
É impossível separar Alex Atala da nova gastronomia brasileira. Com técnica apurada e uso de ingredientes tipicamente brasileiros, alguns inusuais, o D.O.M. foi o primeiro restaurante brasileiro a ganhar duas estrelas Michelin e chegou a ser eleito o quarto melhor do mundo pela Restaurant.
“O que torna o menu ainda mais autêntico é a ausência das chamadas ‘iguarias’, como foie gras”, diz o crítico Arnaldo Lorençato. Na lista de inovações estão formigas amazônicas, ervas e flores comestíveis, cogumelos coletados pelo povo yanomami nas áreas montanhosas de Roraima. O menu degustação, a 640 reais, ainda propõe conciliar a experiência com vinhos e até mesmo cervejas.
O resultado do longo aprendizado não está somente nos pratos que saem da cozinha. “Encaro a pandemia, principalmente o que já passou, como o MBA mais caro que já fiz na vida. Quando vêm os momentos difíceis, tudo pode ruir e o sonho pode acabar, ou se solidificar com um espírito agregador”, diz Atala, que ainda toca o Dalva e Dito e o Bio, em São Paulo. Para o restaurateur, os últimos meses só serviram para fortalecer a união da equipe.
Rua Barão de Capanema, 549, Jardins, São Paulo
http://domrestaurante.com.br/
Toda a experiência do Evvai está baseada na confiança: os clientes só descobrem as criações de Luiz Filipe Souza à medida que as 13 etapas do menu degustação chegam à mesa — essa é a única opção, por 611 reais. “Propomos algo que custa caro e que cria altas expectativas. Então, fazemos algo que fique na memória, com a preocupação de personalizar cada jantar e cada mesa”, afirma o chef.
Foram necessários apenas dois anos para conquistar a primeira estrela Michelin, em 2019. Mas esse nem foi o maior desafio do jovem de 32 anos, que precisou paralisar projetos durante a pandemia e se dedicar à agenda repleta de compromissos fora da cozinha. No fim, deu tudo certo. “Para mim, é o melhor menu degustação de São Paulo”, diz Adriano Lopes, da página Gordo Profissional.
Com forte inspiração na culinária italiana (ainda que sempre tenha referências da cultura brasileira), o cardápio passa por constantes renovações e reinvenções. Por isso, não se surpreenda se um prato favorito desaparecer entre uma visita e outra. Para Luiz Filipe Souza, um dos destaques de agora é a moqueca com peixe do dia e nero di seppia, ingrediente-chave na gastronomia mediterrânea.
Rua Joaquim Antunes, 108, Pinheiros, São Paulo
https://www.evvai.com.br/
Em seu primeiro restaurante, o chef Tuca Mezzomo se vale de uma parrilla, de um yakitori, aquela churrasqueira japonesa, e de um forno combinado adaptado a um defumador. A proposta do endereço, afinal, é usar o fogo das mais diversas maneiras na cozinha. Quase todos os ingredientes são preparados ou finalizados na brasa, dos cogumelos utilizados em um dos pratos vegetarianos mais pedidos ao porco preto, servi do com creme de milho.
Sucesso instantâneo, o Charco abriu as portas em dezembro de 2018. Quando veio a pandemia, abraçou o delivery antes mesmo do decreto que restringiu o atendimento presencial. “Nos adaptamos muito rapidamente às novas circunstâncias, o que manteve o Charco vivo”, lembra o chef. Quando ele e o sócio-investidor se deram conta de que vários restaurantes estavam sucumbindo à pandemia, montaram uma nova empresa, a Projeto Saliva.
A missão da empresa é contribuir com a gestão financeira dos empreendimentos dos quais virou sócia desde que começou a pandemia — o bar Guilhotina, o Chou, da chef Gabriela Barretto, e o Donna, de André Mifano. “A Projeto Saliva não se envolve na parte criativa de seus estabelecimentos”, explica Mezzomo, que não revela quanto a empresa fatura nem quanto ela investiu até aqui. O Charco também faz parte da companhia, assim como o Naia, restaurante despojado de pescados e frutos do mar inaugurado no ano passado.
Rua Peixoto Gomide, 1.492, Jardim Paulista, São Paulo
https://www.instagram.com/charcorestaurante
Pode até parecer estranho que uma receita de sucesso, como a do carioca Lasai, receba mudanças profundas depois de oito anos colecionando premiações — e até uma estrela Michelin. Mas foi exatamente isso que aconteceu: Rafa Costa e Silva e Malena Cardiel passaram a atender oito clientes por noite; eram 40 pessoas antes. “Trabalhamos com o máximo de carinho, atenção e cuidado”, afirma o chef.
Nem mesmo os quatro meses de portas fechadas por causa das restrições de funcionamento deram fim ao menu degustação, que passou a ser vendido semipronto no empório na pandemia. A empreitada deu certo e a loja deve ser retomada em algum momento.
Disponível apenas com menu degustação, a experiência custa 725 reais. “O Rafa consegue transformar legumes da horta em protagonistas e esbanjar sabor nos pratos”, afirma a jornalista Daniela Filomeno. Mas vale reforçar: esse não é um restaurante vegetariano (nem é sua proposta). Exemplos disso são pratos da casa como a ostra com rabanete, limão, caviar e mel, e o vôngole em caldo de alho-poró.
Largo dos Leões, 35, Humaitá, Rio de Janeiro
https://lasai.com.br/
O restaurante do catalão Oscar Bosch completou seis anos em abril — e ainda é tão concorrido quanto na época da inauguração. No Brasil desde 2009, o chef aposta em receitas mediterrâneas, como fideuá de camarões e polvo à la plancha, que a clientela não abre mão de ver no cardápio do Tanit — incrementado com emulsão de cenouras queimadas na brasa, cenouras baby orgânicas glaceadas e farofa de alho. O leitãozinho cozido em baixa temperatura é outro hit imexível.
Dos negócios de Bosch, cuja família mantém um renomado restaurante na cidade litorânea de Cambrils, na Espanha, o que mais sofreu com a pandemia foi o Nit. Trata-se do bar vizinho, inaugurado em 2019. Fechado por 14 meses durante a quarentena, é especializado em tapas, a exemplo das croquetas de jamón com frango — com maionese de mostarda e raspas de limão -siciliano — e da costelinha de porco com toque chinês, alho negro e aroma de trufa.
Em fevereiro deste ano, Bosch ampliou seus domínios ao inaugurar uma sorveteria, a Mooi Mooi, no Itaim Bibi. Ela aposta em sabores de produção própria e na criatividade dos clientes, que podem adicionar ingredientes como farofa doce e pipoca caramelada. Como outras sorveterias descoladas da cidade, a novidade já forma filas a perder de vista.
Rua Oscar Freire, 145, Jardins, São Paulo
https://restaurantetanit.com.br
Na lista completa escolhida pelo júri da EXAME Casual aparecem endereços de dez estados brasileiros, além do Distrito Federal. Os endereços com mesmo número de votos aparecem empatados, em ordem alfabética
Quem disse que alta gastronomia não pode ser reconfortante? Pelo menos é essa a premissa de Leo Paixão, que procurou referências da culinária tradicional mineira para o cardápio – que traz desde as reinvenções do torresmo até churrasco de costela de boi com falso carvão na única opção disponível de menu degustação (350 reais). Só que a atenção do chef está além da cozinha e incluem pitacos na decoração, com assinatura de Cristiano Sa Motta, com referências ao modernismo de Le Corbusier. E se o ambiente já fosse suficientemente “instagramável”, a apresentação dos pratos não fica atrás.
Rua Bárbara Heliodora, 59, Lourdes, Belo Horizonte
https://www.glouton.com.br/
Consolidado como verdadeiro patrimônio manauara – onde existe desde 2009 –, o Banzeiro chegou a São Paulo há apenas dois anos. E, de lá para cá, apresentou aos paulistanos as receitar autorais de influência amazônica criadas pelo catarinense Felipe Schaedler (que passou a viver com a família no norte do país quando ainda era adolescente), como o bolinho de pirarucu de casaca, que leva peixe curado e banana. Com porções generosas para até três pessoas e itens muitas vezes desconhecidos aqui, uma boa pedida é provar o menu Rio Negro (299 reais), com tambaqui, tacacá e até formiga.
Rua Tabapuã, 830, Itaim Bibi, São Paulo
Rua Libertador, 102, Nossa Senhora das Graças, Manaus
https://www.facebook.com/Banzeiro/
Distantes dos núcleos tradicionais de restaurantes badalados, o Cepa conquistou espaço no Tatuapé graças às receitas autorais que valorizam (e respeitam) os ingredientes. E prova disso são as criações como o atum cru servido com creme de wasabi (89 reais) ou a língua de Wagyu com caldo de frango, quiabo e hortelã (62 reais) – ambos assinados por Lucas Dante, chef que nasceu e foi criado na zona leste paulistana. E, não bastassem os pratos, os coquetéis criados por Sarah Foli também são dignos de louvor, bem como a autêntica seleção de vinhos elaborada pela sommelière Gabrielli Fleming.
Rua Antônio Camardo, 895, Vila Gomes Cardim, São Paulo
https://www.facebook.com/cepa.restaurante/
É no despretensioso endereço da Barra Funda – bairro paulistano historicamente industrial e partido pelos trilhos dos trens – que Paulo Shin recebe os clientes. E, ainda que os serviços de delivery e take away (criados no início da pandemia, há cerca de dois anos) continuem funcionando normalmente, o Komah vale a visita: cadeiras de madeira e decoração industrial refletem um cardápio honesto e sem arrogâncias. É claro que as receitas tipicamente sul-coreanas têm destaque na cozinha, mas também há espaço para surpresas, como o arroz salteado com costela bovina e omelete cremoso (63 reais).
Rua Cônego Vicente Miguel Marino, 378, Barra Funda, São Paulo
https://komahrestaurante.com.br/
Semanas depois de inaugurar, em janeiro do ano passado, o Nelita teve de fechar as portas devido à pandemia. Dá até para dizer que o restaurante de Tássia Magalhães (batizado com o apelido da mãe da chef) realmente começou a funcionar há pouco mais de doze meses. Foi o suficiente para marcar território na cena gastronômica: a cozinha totalmente formada por mulheres tem inspiração italiana e inventividade para os pratos autorais. E, com o novo menu, recém-apresentado, deu à luz criações como o pato com cebola defumada e glacê (111 reais) e o camarão com missô e acerola (76 reais).
Rua Ferreira de Araújo, 330, Pinheiros, São Paulo
https://www.facebook.com/nelita.restaurant/
Não bastassem as duas estrela Michelin, feito compartilhado por apenas outros três restaurantes no país (D.O.M., Oteque e Ryo), o Oro é comandado por Felipe Bronze – que se tornou uma celebridade com os programas de televisão nos canais GNT e Record. Conhecido por estrear aqui as inovações da culinária desconstruída, bem ao estilo do espanhol El Bulli, de Ferran Adrià, o chef soube repensar as receitas nos últimos onze anos: há duas opções de menu degustação (que custam de 545 reais a 655 reais), com destaque para petiscos feitos para serem comidos com as mãos, como abará com uni.
Avenida General San Martin, 889, Leblon, Rio de Janeiro
http://ororestaurante.com.br/
Quem já frequentava o “antigo Jiquitaia” talvez nem reconheça o novo endereço do restaurante: em vez do casarão antigo, de cores vibrantes, próximo ao centro paulistano, o empreendimento mudou para um imóvel discreto – que manteve a fachada quase intocada. Só que a essência acolhedora (até no cardápio) segue igual. Totalmente à gastronomia brasileira, o chef Marcelo Corrêa Bastos investiu em técnica e ingredientes elevar o nível das receitas tradicionais, como moqueca (85 reais); feijoada (68 reais); ou leitoa à pururuca, que serve até três pessoas (190 reais). E não há menu degustação.
Rua Coronel Oscar Porto, 808, Paraíso, São Paulo
https://jiquitaia.com.br/
Esqueça qualquer clichê da culinária tradicional baiana: o casal Dante e Kafe Bassi criou receitas que parecem fugir completamente das influências locais – ainda que o Manga tenha fortes relações com ingredientes da região, além de pães, sorvetes, charcutaria de produção própria. E até mesmo ervas e temperos são cultivados no terraço do restaurante. Para conhecer as inovações dos chefs, há duas opções de menu degustação: de sete etapas (195 reais) e doze etapas (290 reais). Além da inusitada ostra com sorvete de pimenta e gel de tomate à sopa de siri-boia, há pratos à la carte e coquetéis.
Rua Professora Almerinda Dultra, 40, Rio Vermelho, Salvador
https://www.mangamar.com.br/
Dá para dizer que a discreta porta na rua Oscar Freire (uma das mais requintadas de São Paulo) é um verdadeiro achado. Na verdade, o Fame Osteria é praticamente um restaurante speakeasy que serve só 16 mesas (sempre reservadas). E a cozinha aberta reforça essa intimidade entre clientes e equipe, comandada por Marco Renzetti. Não dá para prever as opções do cardápio, disponível só com menu degustação – por 430 reais e cobrança antecipada de 150 reais –, só que as últimas criações incluem saltinbocca de filé-mignon de porco preto e guanciale com creme de cebola assada, por exemplo.
Rua Oscar Freire, 216, Cerqueira César, São Paulo
https://www.instagram.com/fame_osteria/
Faz três anos que o tradicional Fasano perdeu a única estrela Michelin. E, surpreendentemente, isso não deu origem a nenhuma crise que colocasse em risco as quatro décadas do ícone gastronômico – ou o chef italiano Luca Gozzani. Não faltam opções no cardápio: há três menus degustação, focados em peixes e frutos do mar; carnes; ou massas por 390 reais cada. Entre os pratos à la carte, há desde pappardelle com cogumelos porcini (250 reais) até costela de Wagyu para duas pessoas (495 reais). Já a carta varia do Chianti Fasano (taça a 58 reais) ao Chateau Cheval Blanc (garrafa a 21 mil reais).
Rua Vittorio Fasano, 88, Jardim Paulista, São Paulo
https://www.fasano.com.br/gastronomia/fasano
Somente uma pequena placa identifica a entrada que dá acesso ao Lilia – em pleno centro do Rio de Janeiro (RJ), apertada entre antiquários e comércios populares. Se o endereço parece inusitado para alta gastronomia, por outro lado, condiz totalmente com a revolução proposta por Lucio Vieira: criar pratos inovadores, com ingredientes de qualidade, e preços acessíveis. Para isso, só existe opção de menu degustação (92 reais) e o restaurante abre apenas para almoço. Mas é possível escolher entre diferentes entradas, como a carne crua com maionese de ostra, que acrescenta 24 reais à conta.
Rua do Senado, 45, Centro, Rio de Janeiro
https://www.facebook.com/lilia.restaurante/
Não faltam premiações que validem o curitibano Manu – considerado como o melhor restaurante da região sul e figura carimbada entre os mais reconhecidos do Brasil. E quem está no comando é a chef Manoella Buffara, responsável pelas combinações autorais (e inusitadas), como a bok choy em brasa com laranja, amendoim e mousse de fígado de galinha. Mas não adianta ter apego: o cardápio muda anualmente, como se marcasse a evolução da criadora, e sempre com menu degustação (430 reais). Para quem não achar o endereço, basta procurar pelo imóvel com criações de abelhas na fachada.
Alameda Dom Pedro II, 317, Batel, Curitiba
https://www.facebook.com/restaurantemanu/
É com ioga e aulas de canto que Tsuyoshi Murakami “limpa a mente” para deixar a criatividade fluir na cozinha. Parece funcionar, pois não há nenhum cardápio pré-definido e, por isso mesmo, o chef prefere revelar o segredo à medida que prepara as peças no balcão. Na lista de criações há sashimi de Wagyu com wasabi vivo e lagosta com caviar Baerii, por exemplo. Existem três maneiras de viver a experiência do restaurante – que tem um balcão e 16 lugares: menus degustação de seis tempos (470 reais); de três entradas e 15 sushis (680 reais); ou de nove tempos com caviar (1.150 reais).
Alameda Lorena, 1186, Jardins, São Paulo
https://www.murakami.net.br/
Pode acreditar: o premiado Ryo, que figura entre os quatro restaurantes com duas estrelas Michelin no país, oferece combinados por delivery. Só que ainda não existe alternativa para assistir ao mestre Edson Yamashita preparar peças únicas além de reservar uma das seis cadeiras do balcão. E já inclui algumas cerimônias que marcam o início de cada refeição, como a apresentação da caixa com todos os peixes que serão servidos – e que mudam conforme a sazonalidade e criatividade do próprio chef. No estilo omakasê (que significa “confio em você”, em japonês), a degustação custa 1.050 reais.
Rua Pedroso Alvarenga, 665, Itaim Bibi, São Paulo
https://www.ryogastronomia.com.br/
É verdade que a história da Taberna Japonesa Quina do Futuro vem de longa data: essa é a segunda geração no comando do tradicional restaurante recifense. Só que a reinvenção veio em 1997, com a gestão de André Saburo Matsumoto – que assumiu o negócio de onze anos em plena crise. E, desde então, o chef já se tornou verdadeira referência gastronômica, ainda que não esteja tão presente no dia a dia por (um doloroso reflexo do reconhecimento). Do balcão saem desde o combinado de doze peças variadas para degustação (139 reais) até combos executivos acessíveis no almoço (69 reais).
Rua Xavier Marques, 134, Aflitos, Recife
http://www.quinadofuturo.com.br/
Mais que preparar comidas saborosas, o Dona Mariquita presta um serviço ao resgatar receitas que eram servidas em feiras livres e barracas de rua pela Bahia. E, não à toa, o cardápio é dividido pelas influências gastronômicas – como “comida de baiano” ou de origens africanas. Toda a experiência é fiel à proposta de Leila Carreiro, que fundou o restaurante em 2016 e, até hoje, comanda a cozinha no boêmio bairro do Rio Vermelho. Há desde clássicos, como mini acarajés com vatapá e camarões secos (por 55 reais), até arroz de coco com molho de camarão e carne seca para dois (130 reais).
Rua do Meio, 178, Rio Vermelho, Salvador
https://donamariquita.com.br/
Não é porque se dedicou à gastronomia italiana que Pier Paolo Picchi – brasileiro, apesar do nome –, deixou de lado as inovações no cardápio. E não é difícil encontrar provas disso. Do tartar de cordeiro com ostra e maça verde (78 reais) ou linguado com camarão, palmito e uvas verdes (154 reais), lado a lado de receitas tradicionais, como spaghetti ao vôngole, pancetta e ouriço fresco (128 reais). Deu certo: o restaurante foi premiado com uma estrela Michelin. Para colocar à prova os sabores e toda a apresentação, há dois menus degustação: o Tradizione (435 reais) e o criativo Picchi (691 reais).
Rua Oscar Freire, 533, Jardins, São Paulo
http://www.restaurantepicchi.com.br/
É do fogão à lenha que saem as receitas suficientemente generosas para (pelo menos) duas pessoas, como carne de panela; “Costelinha de Sinhá”; ou lombo assado – que vêm acompanhados de arroz e acompanhamentos dignos das fazendas mineiras. E dificilmente essa conta passará dos 120 reais. Só que a proposta de retirar os clientes da rotina vai além dos pratos recheados de memórias afetivas e também se reflete na decoração rústica do restaurante. Na verdade, o Xapuri nem parece localizado em Belo Horizonte (MG) e essa viagem é mais um dos segredos do sucesso dos últimos 34 anos.
Rua Mandacarú, 260, Trevo, Belo Horizonte
https://restaurantexapuri.negocio.site/
O bairro paulistano da Vila Madalena está bem longe do mar – pelo menos comparado às cidades do litoral. Só que isso não impediu que o Cais disputasse em qualidade com os melhores restaurantes à beira da praia. Sob comando de Adriano Laurentiis, a cozinha apresenta receitas autorais inusitadas, como é o caso da linguiça de atum (42 reais), preparada pelo próprio sócio Guilherme Giraldi, com a combinação catalã de pão com tomate no acompanhamento. Também há cuidado especial com os pescados, servidos com diferentes técnicas e evitando ao máximo o desperdício dos ingredientes.
Rua Fidalga, 314, Vila Madalena, São Paulo
https://www.instagram.com/restaurantecais/
Quem está à frente da cozinha é Ricardo Lapeyre. Mas o próprio chef parece ceder o protagonismo aos peixes e frutos do mar selecionados diariamente – e pessoalmente – junto a pescadores do Rio de Janeiro (RJ). E não há frescuras por ali: o casarão ensolarado em pleno bairro do Jardim Botânico parece transportar a clientela ao mediterrâneo, com paredes brancas e janelas sempre abertas. No cardápio, há desde democráticas lambretas (48 reais) até peixes do dia (a partir de 98 reais), sempre com uma pitada de técnica francesa. Não à toa, em pouco mais de um ano, já é uma referência.
Rua Visconde de Carandaí, 5, Jardim Botânico, Rio de Janeiro
https://www.instagram.com/escama.rio/
Considerando as obras de arte criadas no balcão por Jun Sakamoto, apresentadas para somente oito clientes, não chega a ser surpresa que o restaurante esteja quase tão escondido quanto os cofres de bancos – ainda que, neste caso, seja um discreto sobrado. Para quem conseguir a disputada reserva, são servidas 13 peças, que podem variar entre iguarias, hokkigai, ouriço do mar e os peixes do dia. E tanto mistério é porque o menu degustação (500 reais) segue filosofia omakase, que deixa a escolha nas mãos do mestre. E há outros menus: de Ryuzo Nishimura (450 reais) e nas mesas (400 reais).
Rua Lisboa, 55, Pinheiros, São Paulo
https://www.junsakamoto.com.br/
Foi na cobertura do tradicional Shopping Light, em pleno coração da cidade de São Paulo, que surgiu o projeto Priceless – e, por consequência, o restaurante Notiê. Comandada por Onildo Rocha, que já é reconhecido como um dos ícones da gastronomia em João Pessoa (PB), a cozinha apresenta pratos de forte influência da cultura brasileira. E assim surgem combinações como inhame com pé de porco ou cabrito com rapadura e cuscuz sertanejo. Existem três opções do menu degustação: cinco tempos (220 reais); dez tempos (390 reais); e 14 tempos (475 reais), quase sempre com criações exclusivas.
Rua Formosa, 157, Centro Histórico, São Paulo
https://www.instagram.com/espacopriceless/
Tudo começou com o delivery. E deu tão certo que Marcio Shihomatsu decidiu abrir um restaurante há menos de um ano, quando o setor ainda sofria com efeitos da pandemia. Não é surpresa que, por lá, tudo gire em torno das massas artesanais – até porque, pela origem, esse ainda é um pastifício –, mas existe espaço para experimentações no cardápio. É o caso dos tortelli recheados com bochecha de boi com redução do próprio cozimento (75 reais) ou então o spaghetti com manteiga, anchovas e pistache (55 reais), que recebe a técnica japonesa tamomi para ganhar aspecto parecido ao lámen.
Rua Medeiros de Albuquerque, 431, Vila Madalena, São Paulo
https://shihoma.com/
Parece que o chef Rodrigo Bellora elevou o conceito slow food a outro patamar. Praticamente todos os ingredientes servidos pelo Valle Rústico vêm da própria horta do restaurante ou de produtores da região – todos orgânicos. E também incentiva uma experiência completa: a clientes são convidados a sentar em volta da fogueira para beber vinhos gaúchos e conversar. No menu degustação (195 reais) de oito etapas, podem servir de vegetais assados a cogumelos porcini, dependendo da inspiração da cozinha. Mas não há dúvida em relação à apresentação dos pratos, com até espinhos de araucária.
Via Marcilio Dias, S/N, Garibaldi
https://www.vallerustico.com.br/
Telma Shiraishi é tão importante para o cenário gastronômico que foi reconhecida embaixadora da culinária japonesa pelo governo do Japão – que, pela primeira vez, concedeu o título a uma mulher brasileira. E o caminho até criar o próprio restaurante foi longo: a mestre estudou medicina, ciência molecular e moda. De um lado, o Aizomê passou a quebrar tabus (e lançou até o menu vegetariano, de 230 a 275 reais); de outro, manteve vivas tradições, como o raro hon wasabi servido no omakase (de até 405 reais com atum bluefin e wagyu). Também há peças à la carte e democráticos bentos.
Alameda Fernão Cardim, 39, Jardim Paulista, São Paulo
Avenida Paulista, 52, Bela Vista, São Paulo
https://www.aizome.com.br/
Entre se manter religiosamente fiel à culinária local e criar identidade própria, o restaurateur Edinho Engel seguiu pela segunda opção. E realizou isso com maestria: o cardápio do Amado é recheado de criações próprias, mas sem ignorar ingredientes que vêm frescos da baía de Todos os Santos, como lambretas e mariscos ao vinho branco (72 reais) ou casquinha de aratu com farofa de licuri (38 reais) – também chamada de palmeira sertaneja. Também há surpresas, como o cupim prensado à cavala (110 reais) e galinhada de pato (98 reais), sempre acompanhados da paisagem de tirar o fôlego.
Avenida Lafayete Coutinho, 660, Comércio, Salvador
http://www.amadobahia.com.br/
Não existe menu degustação no cardápio assinado pelo colombiano Dagoberto Torres. Mas isso não quer dizer que os clientes deverão escolher um único prato: de preços acessíveis e porções menores, o Barú Marisqueria praticamente propõe opções compartilhadas para toda a mesa. E tudo combina com o clima descontraído do restaurante, que fica em uma vilinha gastronômica na rua Augusta, em São Paulo (SP). Entre as pedidas, há o camarón que se duerme, receita acompanhada pela maionese de chipotle e nirá (44 reais); vôngoles (47 reais); e mexilhões com leite de coco e pisco (51 reais).
Rua Augusta, 2542, Cerqueira César, São Paulo
http://www.barumarisqueria.com/
Se firmar como referência gastronômica em São Paulo já é complicado. Só que essa tarefa fica ainda mais desafiadora no tradicional bairro da Mooca – e foi exatamente isso que o chef Matheus Zachini conseguiu. Não existe monotonia no cardápio, que se renova semanalmente com receitas autorais e diferentes influências culturais. Assim que nasceram pratos como o lombo de atum cru sobre ostras gratinadas com espinafre e gorgonzola (78 reais) ou ovo com gema mole empanado em as migas de focaccia acompanhado por maionese picante de lulas (36 reais), sempre impecavelmente frescos.
Rua Comendador Roberto Ugolini, 129, Parque da Mooca, São Paulo
https://www.facebook.com/borgomooca/
É no colorido imóvel da década de 1950 que Yuri Machado recebe os clientes como se estivessem na própria casa. Por isso, não espere formalidades: há meses internas ou no quintal interno, às sombras de árvores; além de entradas, lanches, pratos individuais ou para compartilhar. É verdade que parte das mudanças vieram na pandemia – quando o cardápio ganhou opções para quem só quer beliscar. Nada que destoe da proposta descontraída, que se destaca tanto pelo nhoque de inhame com ragu de chambaril (55 reais) como pelos guiozas de camarão com caruru e caldo de tucupi (37 reais).
Rua Carneiro Viléla, 648, Aflitos, Recife
https://www.facebook.com/vempracaja/
Como se fosse inspirado pela ponte aérea Rio-São Paulo, o badalado restaurante do franco-brasileiro Claude Troisgros está nas duas maiores cidades do país. No endereço paulistano, a cozinha manteve algumas das receitas que faziam sucesso entre os cariocas, como o risoto cremoso de lula, tomate e queijo de cabra (124 reais), mas também criou pratos exclusivos – entre eles, a barriga de porco com pururuca, arroz oriental e pera (118 reais). Outro destaque da filial criada há menos de dois anos é a coquetelaria assinada por Esteban Ovalle, que assina obras como o drink de tamarindo (42 reais).
Rua Conde de Bernadote, 26, Leblon, Rio de Janeiro
https://www.instagram.com/chez.claude/
Rua Professor Tamandaré Toledo, 25, Itaim Bibi, São Paulo
https://www.instagram.com/chez.claudesp/
É de frente para a piscina do Copacabana Palace que o italiano Aniello Cassesse recebe os clientes do Cipriani – batizado em homenagem a um dos hotéis mais sofisticados de Veneza. Mas não pense que a localização é o único atrativo do restaurante: o cardápio, cheio de referências à terra natal do chef, que levou a primeira estrela Michelin em 2019. Existem apenas duas variações de menu degustação. É na opção autoral (410 reais) que surgem o carpaccio de wagyu com pinoli e o raviolini del plin com frango à cacciatora. Na tradicional (520 reais), até o cappon magro típico da Ligúria foi resgatado.
Avenida Atlântica, 1702, Copacabana, Rio de Janeiro
https://www.belmond.com/pt-br/hotels/south-america/brazil/rio-de-janeiro/belmond-copacabana-palace/dining
É indiscutível que as receitas italianas costumam ser reconfortantes. Mas essa experiência fica ainda mais real no casarão do charmoso bairro do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro (RJ), detalhadamente decorado com livros, estantes de madeira e paredes cheias de quadros. Da cozinha, comandada por Nello Garaventa – de família ítalo-brasileira – saem maravilhas como o agnolotti de javali e peixe do dia acompanhado de tomate cereja, vinho branco, pinoli e batata rosti. E, atualmente, o restaurante trabalha somente com formato de menu degustação com três tempos e sobremesa (184 reais).
Rua Visconde de Carandaí, 31, Jardim Botânico, Rio de Janeiro
https://www.facebook.com/gradorestaurante/
Esqueça qualquer clichê dos restaurantes mexicanos: no Metzi, não há sombreros pendurados pelas paredes ou mariachis para entreter os clientes. Em vez disso, o casal Eduardo Ortiz e Luana Sabino – sócios e mentes criativas por trás do cardápio – apenas buscou referências para um menu autoral de fazer inveja: o taco foi reinventado com cogumelos, hoja santa e guacachile (42 reais); assim como o siri-mole com palmito e mole de formiga saúva-limão (68 reais); ou mole verde acompanhando com brócolis tatemados e castanha de caju (40 reais). Para descobrir tudo, há pré-fix menu (210 reais).
Rua João Moura, 861, Pinheiros, São Paulo
https://www.instagram.com/metzirestaurant/
É difícil imaginar que uma oficina mecânica – transformada em lanchonete há quase 26 anos – seria referência gastronômica em Florianópolis (SC). Só que Jaime Barcelos foi além: o Ostradamus chega a ser considerado o melhor restaurante de ostras do país. Não bastasse uma mãozinha da natureza, que garante ótimos moluscos na Ribeirão da Ilha, o chef criou um sistema de purificação para evitar contaminações. Existem 14 tipos de preparo, além de frutos do mar (a partir de 135 reais para duas pessoas). Mas o bom atendimento, a decoração extravagante e o píer também merecem a visita.
Rodovia Baldicero Filomeno 7640 z, Ribeirão da Ilha, Florianópolis
https://www.ostradamus.com.br/
Dá para dizer que o Ori é fruto do restaurante Origem. Mas a dupla Fabrício Lemos e Lisiane Arouca conseguiu dar identidade própria à segunda empreitada: receitas mais “pé no chão” e cardápio à la carte – enquanto o precursor oferece apenas o menu degustação –, sempre com forte referência à gastronomia baiana. Prova disso é o abarajé (35 reais), criação da casa que reúne duas das receitas mais tradicionais da região; e a carne de sol com tropeiro de cuscuz e pirão de leite (89 reais). Existe até uma feijoada com frutos do mar, feijão branco e arroz de coco para compartilhar (159 reais).
Avenida Santa Luzia, 656, Horto Florestal, Salvador
https://www.orirestaurante.com.br/
Não é tarefa simples se manter relevante por quase uma década – ainda mais na disputada categoria de restaurantes italianos. Mas o Ristorantino tirou de letra: com hospitalidade ímpar e ambiente que até parece transportar a clientela à Europa, a casa do restauranteur Ricardinho Trevisani é referência na cidade. É verdade que o cardápio evita ousadias e, em vez de receitas autorais, se dedica a pratos tradicionais, como lasanha com vitela e trufas negras (125 reais); e spaghetti à carbonara (105 reais). Mas funciona. Na semana, há almoço executivo com entrada, principal e sobremesa (125 reais).
Rua Doutor Melo Alves, 674, Cerqueira César, São Paulo
https://www.ristorantino.com.br/
Não há grandes formalidades no restaurante comandado por Nelson Soares: o salão é minimalista e dá destaque à cozinha – bem visível ao público. E essa disposição não parece coincidência, porque a interação com clientes parece parte da filosofia, com direito a receitas fora do menu, como é o caso do spaghetti à carbonara. Só que, ainda que seja seguida a formalidade do cardápio, a mistura entre culinária brasileira e italiana rendeu boas criações, como é o caso do pirarucu com risoto de tucupi e jambu (78 reais). Aliás, os peixes têm destaque: valem todos os tipos e frescor é critério decisivo.
Rua Fernandes Guimarães, 77, Botafogo, Rio de Janeiro
https://www.facebook.com/sult.restaurante
Não são raros os restaurantes mediterrâneos por aqui. Mas ainda soa como novidade experimentar a gastronomia catalã – que tem particularidades em relação aos vizinhos espanhóis e franceses. No cardápio elaborado pelo chef Xavier Gamez, se destacam os frutos do mar, como a fideuá de pulpo (151 reais), uma espécie de paella de polvo com massa em vez do arroz. Só que também há espaço para o asado de tira de Black Angus alimentado durante 200 dias apenas com grãos (145 reais). Só não vale ter mente fechada: o restaurateur costuma oferecer pratos que não aparecem no menu.
Rua Auxiliadora, 203, Auxiliadora, Porto Alegre
https://www.facebook.com/xavier.restaurant/
É verdade que a posição privilegiada para assistir ao pôr do sol de Búzios (RJ) já seria suficiente para atrair curiosos ao restaurante do Casas Brancas Boutique Hotel & Spa. Para sorte dos clientes, o chef Gonzalo Vidal não pensou assim: o cardápio descomplicado aposta em combinações certeiras, como é o caso do peixe do dia com risoto de moqueca e farofa de castanhas do Pará (92 reais) e do ravióli de rabada com creme de aipim, demi glace e agrião (89 reais). E, ao mesmo tempo que perde o foco com sanduíches, gyozas e porções fritas, oferece a surpreende lula com shoyu clarificado e café.
Rua Morro do Humaitá, 10, Lot. Triângulo de Búzios, Búzios
https://casasbrancas.com.br/gastronomia/74-restaurant/
Não existem grandes novidades no cardápio d’A Baianeira. E isso é ótimo – principalmente porque a proposta de Manuelle Ferraz é representar a “cozinha popular brasileira”. É verdade também que as duas unidades do restaurante têm personalidades praticamente opostas: na Barra Funda, o sobrado tem estilo descontraído, com mesas na rua e uma vendinha, enquanto o MASP recebe a versão mais moderninha. Mas não há dúvida em relação às maravilhas da cozinha, que incluem desde petisco de pão de queijo com carne de panela e ovo caipira (22 reais) até prato feito de feijoada (69 reais).
Rua Dona Elisa, 117, Barra Funda, São Paulo
Avenida Paulista, 1578, Bela Vista, São Paulo
https://www.instagram.com/abaianeira/
É só dar uma olhada na parede (de pé direito duplo) repleta de garrafas para imaginar que os vinhos são ponto-forte do Altruísta. E não é somente decoração: há 150 opções servidas em taças e mais de 500 rótulos – além de cinco sommeliers para ajudar nas indicações. No cardápio, há receitas de forte inspiração italiana, como o raviolo alle uova, que tem recheio de gema mole, ricota e espinafre, além de cogumelos salteados (42 reais); risoto de limão siciliano com lula, polvo e camarão (84 reais); e as mais de dez opções de massa. Para compartilhar, há também a bisteca alla fiorentina (269 reais).
Alameda Campinas, 952, Jardins, São Paulo
https://altruistasp.com.br/
Pouca gente sabe que o Amadeus foi fundado em 1985, porque, pela história oficial, a inauguração aparece dois anos depois – quando Ana e Tadeu Masano assumiram a administração. E justiça seja feita: é praticamente impossível imaginar o restaurante sem essa família, que está no comando há mais de três décadas e, atualmente, tem a segunda geração no controle da cozinha. Só que a filha, Bella Masano, manteve a identidade do cardápio, marcado por receitas de peixes e frutos do mar, como bolinhos de bacalhau (48 reais); moqueca (185 reais); e até o icônico cuscuz (69 reais).
Rua Haddock Lobo, 807, Cerqueira César, São Paulo
https://www.restauranteamadeus.com.br/
Sobreviver à pandemia é um grande feito para qualquer restaurante. Mas o que dizer de quem abriu as portas poucos meses antes das primeiras restrições? É o caso do Aroma Brasília – criado pelo chef Ronny Peterson, que assumiu a cozinha do Gero durante anos. No cardápio, há boas criações, como a barriga suína assada, marinada em cachaça e melado de cana, e acompanhada do creme de milho trufado (94 reais) ou polvo na brasa em crosta de baru e texturas de inhame sauté (132 reais). Além disso, há democráticas opções executivas durante a semana, que incluem entrada e sobremesa.
CLS 407, BL A , LJ 34, SHCS CLS 407, Asa Sul, Brasília
https://www.facebook.com/aromabrasilia/
Foram investidos 4 milhões de reais para transformar o antigo casarão do bairro carioca de Ipanema em um pedacinho da Itália. Só que o ítalo-brasileiro Elia Schramm conseguiu. E não foi somente pela decoração repleta de referências europeias e objetos familiares do próprio restaurateur: o cardápio é fiel às tradições, desde o arancini funghi (37 reais), bolinhos feitos com risoto de cogumelos; até o polpetone recheado com muçarela de búfala e acompanhado por tagliollini com manteiga de sálvia (59 reais). Na coquetelaria, destaque ao ousado Martini com GranaPadano e pimenta (44 reais).
Rua Barão da Torre, 632, Ipanema, Rio de Janeiro
https://www.facebook.com/osteriababbo/
Fiel à cultura brasileira, o premiado Rodrigo Oliveira não traiu às próprias raízes para dar identidade própria ao Balaio IMS – que tinha a difícil missão de se diferenciar do Mocotó. É verdade que ambos restaurantes caminham quase lado a lado, só que, no espaço que ocupa parte do térreo do Instituto Moreira Salles, parece haver mais liberdade para as pequenas inovações. É o caso do pato confitado com polenta de milho e o inusitado jambu (96 reais) e da lasanha caipira com massa de couve, ricota e bechamel de abóbora (67 reais). E, claro, não podiam faltar os dadinhos de tapioca (19 reais).
Avenida Paulista, 2424, Bela Vista, São Paulo
https://balaioims.com.br/
É provável que o salão com decoração industrial, paredes de tijolos e iluminação intimista atraia boa parte dos olhares. Mas é o cardápio de inspiração sulista que assume o protagonismo no Capincho – não somente do Rio Grande do Sul, como também de Argentina e Uruguai. Prova disso é o jarret de porco, que vindo de fazenda próxima e servido com molho de carne, coração de alface e maçã verde (96 reais) ou a tradicional costela assada por 16 horas (125 reais). Também vale dar atenção à carta de vinhos, que muda semanalmente, e aos drinks autorais, como negroni de bergamota (34 reais).
Praça Doutor Maurício Cardoso, 61, Moinhos de Vento, Porto Alegre
https://www.instagram.com/capinchorestaurante/
Como o próprio nome indica, o ponto-forte do restaurante comandado por Ricardo Silva é a carne, ainda que a relação com o carvão seja mais próxima que o comum: o cozinheiro prepara os cortes diretamente sobre brasa – que garante mais crosta e sabor defumado. Na lista de inovações, o chef também já maturou peças de bife ancho na cera de abelha por 90 dias. Por outro lado, há preparos cotidianos, como fraldinha (300g por 137 reais), chorizo (300g por 109 reais), e prime ribs (500g por 208 reais), todos com acompanhamentos. E, na semana, existe até menu executivo (64 reais).
Rua Professor Sabino Silva, 5, Chame-Chame, Salvador
https://www.instagram.com/restaurantecarvao/
É na região central de São Cristóvão, longe dos polos gastronômicos do Rio de Janeiro, que está uma das melhores cozinhas italianas da cidade. E o antigo casarão tem personalidade de sobra – capaz de fazer inveja a muitas cantinas paulistanas do Bexiga –, com as paredes cheias de penduricalhos e até bandeiras no teto. É verdade que o cardápio oferece desde pizza de camarões com shitake (71 reais) até agnello alla vernaccia (92 reais), que traz o cordeiro cozido no vinho braço com risoto de funghi. Mas acredite: será difícil errar o pedido. Na dúvida, vale provar alguma das massas artesanais.
Rua São Cristóvão, 405, São Cristóvão, Rio de Janeiro
https://www.facebook.com/restaurantecasadosardo/
Considerando as dimensões continentais do nosso país, é natural que um mesmo restaurante tenha diferentes personalidades em cidades distantes. Mas a Casa do Saulo – que já tinha três restaurantes no Pará –, preservou a essência na recém-inaugurada unidade dentro do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ). Fazem parte do cardápio tucupi com jambu e camarão do Tapajós (24 reais); linguiça de maniçoba, prato típico da região norte com folhas de mandioca e carne de porco (49 reais); e até mesmo o pato no tucupi (94 reais), que é considerado um patrimônio da gastronomia paraense.
Rodovia Interpraias, Km 4, São Francisco do Carapanari, Santarém
Rua Siqueira Mendes, S/N, Cidade Velha, Belém
Rua Doutor Assis, 834, Cidade Velha, Belém
Praça Mauá, 1, Centro, Rio de Janeiro
https://www.instagram.com/casadosaulo/
É verdade que as grandes janelas do Caxiri são praticamente um convite para manter as atenções no icônico Teatro Amazonas – que fica logo em frente. E parece que isso só serviu de inspiração para os pratos ficarem ainda mais caprichados na apresentação. É o caso do arroz de tacacá (84 reais), que reinventa o tradicional caldo de goma de mandioca, camarões e tucupi; da banda de tambaqui com purê de banana (165 reais); ou da moqueca de pirarucu e camarões (150 reais para duas pessoas). Aliás, a influência da região deu origem até ao sorvete com tucupi preto e castanhas (34 reais).
Rua 10 de Julho, 495, Centro, Manaus
https://www.facebook.com/caxirimanaus
Não faltam paisagens de tirar o fôlego em Salvador (BA), mas poucos restaurantes são privilegiados como o Chez Bernard – com paredes envidraçadas de frente para a baía de Todos os Santos. E ainda existe uma boa dose de tradição por trás disso, já que esse foi o primeiro representante da culinária francesa na cidade, fundado em 1963. Desde então, mudou de donos e passou por reformas, mas a essência continua igual. Prova disso é que o cardápio tem ícones como moules frites (72 reais), steak tartare (69 reais), coq au vin (91 reais), filet béarnaise (118 reais) e até sopa de cebola (58 reais).
Rua Gamboa de Cima, 11, Dois de Julho, Salvador
https://www.instagram.com/chezbernard/
É no pequeno município gaúcho de Pinto Ferreira, a 17 km de Bento Gonçalves, que Giordano Tarso prepara o “Não Menu” – uma experiência praticamente às cegas, sem cardápio definido, que só traz ingredientes frescos. Entre as criações, já teve até o inusitado Surf & Turf de camarões com morcilla e bao com pastrami preparado pelo próprio cozinheiro. Pensado para funcionar em harmonia com a hospedaria, o cardápio tem opções de seis etapas (188 reais) e quatro etapas (129), na medida para hóspedes que se fartaram no café da manhã, ambos servidos no almoço de quinta a domingo.
Rua Sete de Setembro, 1471, Centro Histórico, Pinto Bandeira
https://www.facebook.com/colheitarestaurante/
Não bastasse a localização privilegiada em pleno Copan, famoso cartão-postal paulistano projetado por Oscar Niemeyer, o Cuia é daqueles estabelecimentos que parecem receber todos com os braços abertos – inclusive uma livraria, com a qual divide parte do espaço. Só que parte desse acolhimento é mérito do cardápio criado por Bel Coelho, que traz desde o tostex de pão de fermentação natural, queijo da Canastra e geleia de jabuticaba (34 reais) até o arroz de sururu com maxixe e maionese de licuri (72 reais). Na coquetelaria, destaque para o Soneto ao Caju, com gin e cajuína (42 reais),
Avenida Ipiranga, 200, loja 48, República, São Paulo
https://belcoelho.com.br/cardapio/
É provável que o recém-inaugurado Donna tenha trazido a melhor versão de André Mifano, com um cardápio inspirado na cultura ítalo-paulista, cheio de toques autorais e apostas certeiras. É o caso do risoto de joelho de porco com milho tostado, redução de uva com trufas, molho glacê e pururuca (79 reais); ravioli de carne seca e requeijão de corte com de abóbora e mel (78 reais); pão de queijo frito (cinco unidades por 33 reais); e fettuccine com ragu bolognese (62 reais). E o ambiente é igualmente agradável: há poucas mesas no salão e a decoração modernista garante o toque final intimista.
Rua Peixoto Gomide, 1815, Jardim Paulista, São Paulo
https://www.instagram.com/restaurantedonna_/
Não espere por referências e clichês à cultura portuguesa: o estilo elegante do casarão em Ipanema, no Rio de Janeiro (RJ), cairia bem a qualquer restaurante contemporâneo. Por outro lado, o cardápio é fiel aos pratos tradicionais, como arroz de pato (190 reais para duas pessoas) e dezesseis variações de bacalhau – inclusive com um abrasileirado strogonoff. Para quem se entregar ao leitão à pururuca (173 reais) ou à feijoada (168 reais), servidos especialmente às sextas-feiras e sábados, ainda existe a opção de se redimir com os doces típicos da “terrinha”, como os ovos moles de Aveiro (41 reais).
Rua Prudente de Morais, 1008, Ipanema, Rio de Janeiro
https://gajosdouro.com.br/
Kazuo Harada trabalhou na Argentina, em Dubai e no Japão – além de liderar o Mee, no Copacabana Palace, onde recebeu uma estrela Michelin. E foi em plena Faria Lima, considerada um dos principais polos empresariais de São Paulo, que o mestre decidiu abrir o próprio restaurante, que tem cardápio versátil, desde os bento box e chuushoku criados para o almoço dos executivos até o sushibar com o degustação no estilo omakasê (450 reais), no qual se destacam a ostra com ovo de codorna e ovas; o atum bluefin; e até wasabi vivo. Do lado corporativo, existe uma sala modular para reuniões.
Rua Prudente Correia, 432, Jardim Europa, São Paulo
https://kazuorestaurante.com.br/
Não haveria localização melhor para um descontraído restaurante espanhol: o boêmio bairro do Rio Vermelho, em Salvador (BA). Da cozinha comandada por Jose Morchon, nascido em Valladolid, saem pratos tradicionais de taperias, como pulpo a la gallega (61 reais), patatas bravas (38 reais), gambas al ajillo (54 reais) e croquetas (seis unidades por 54 reais) – e o ideal é pedir para dividir entre todos. Além disso, existe uma carta de vinhos, sangrias, coquetéis e cervejas de fazer inveja a muitos bares tradicionais. Para completar esse pacote, o antigo casarão está de frente para o mar da Bahia.
Rua da Paciência, 251, Rio Vermelho, Salvador
https://www.facebook.com/LaTaperiaSalvadorDeBahia
Não é raro encontrar o Le Bateau Ivre entre indicações dos melhores restaurantes franceses do país. É verdade que a figura do fundador Gérard Durand, também responsável pelo cardápio, ainda é um pilar fundamental do negócio – mesmo quatro anos após o falecimento. Maior prova disso é que as receitas continuam as mesmas de antes, agora sob comando do chef Vitor Braga, como camembert gratinado com mel (64 reais); mexilhões com manteiga de ervas (seis unidades por 68 reais); e carré de cordeiro com molho agridoce picante acompanhado pelas batatas dauphines (98 reais).
Rua Tito Lívio Zambecari, 805, Mont'Serrat, Porto Alegre
http://www.lebateauivre.com.br/
Não faz nem um ano que o restaurante do tradicional Fairmont Copacabana mudou todo o cardápio – e foi a primeira vez que isso aconteceu. Desta vez, a cozinha deu destaque à grelha e à brasa, além de trazer inspirações caseiras. É o caso do ossobuco preparado a baixa temperatura com demi-glace e raspas de laranja (210 reais). Mas ganharam espaço as receitas preparadas no Josper, uma espécie de forno a lenha, como a lasanha de cordeiro gratinada (150 reais) e o cupim braseado com legumes (230 reais). Nas entradas, há desde crudo de peixe fresco (85 reais) até o steak tartare (85 reais).
Avenida Atlântica, 4240, Copacabana, Rio de Janeiro
https://fairmontrio.com/marine-resto/
Para começar, dificilmente alguém chamará o Modern Mamma Osteria pelo nome completo – e, em vez disso, será a abreviação “Moma”. É verdade que o frisson em torno do restaurante, que, durante anos, esteve na moda em São Paulo (SP), já não é mesmo de antes. Só que isso também é positivo: a clientela está lá porque realmente gosta do trabalho de Paulo Barros e Salvatore Loi. Afinal, os chefs focaram em receitas clássicas italianas e comidas reconfortantes, desde o novíssimo papardelle com abóbora, amareto e mostarda (64 reais) até o tradicionalíssimo rigatoni cacio e pepe (61 reais).
Rua Manuel Guedes, 160, Itaim, São Paulo
Rua Ferreira de Araújo, 342, Pinheiros
https://momaosteria.com.br/
Nada parece abalar o fenômeno do Nino – que já prepara novas unidades para Rio de Janeiro (RJ) e Goiânia (GO). E, como em séries de sucesso, existem até spin-offs do restaurante: o Ninetto, espécie de versão mais intimista e sofisticada; e o Nino Casa Tua, dedicado a delivery e retiradas. Fato é que o ambiente acolhedor e a ótima localização no Itaim Bibi explicam parte das filas que se formam até hoje, só que o cardápio bem-elaborado foi essencial nestes sete anos, com destaque ao ossobuco de vitela com risoto de açafrão (78 reais), à burrata assada (45 reais) e às ótimas massas artesanais.
Rua Jerônimo da Veiga, 30, Jardim Europa, São Paulo
https://www.instagram.com/ninocucina/
Dá para dizer que a Oficina do Sabor é parada obrigatória para quem visita Olinda (PE): o casarão no centro histórico tem decoração típica – de guarda-sóis de frevo ao tradicional boneco gigante –, e as vistas privilegiadas de toda a região. Mesmo assim, o restaurante não é “caça-turistas”, como prova o cardápio assinado por César Santos, com pratos pernambucanos reimaginados com maestria. Esse é o exemplo do tartar ao sol (48 reais), versão reimaginada da receita francesa com carne de sol; e o cabrito à caçadora (123 reais), de inspiração italiana. Mas, é claro, também há pratos clássicos.
Rua do Amparo, 335, Amparo, Olinda
http://www.oficinadosabor.com/
Poucos restaurantes têm a possibilidade de cuidar de praticamente todas as etapas dos ingredientes e da própria comida. Mas esse não é um problema para a Osteria Della Colombina, que produz parte do serve à mesa – com técnicas orgânicas e biodinâmicas. Sob o pretexto de “cozinha afetiva”, a chef Odete Lazzari trouxe receitas que aprendeu na infância para criar o menu (148 reais) que remete às refeições em família: polentas; sopa de capeletti; a típica carne lessa; salada; nhoque de três queijos; galinha com tomate; sobremesa; licores; e frutas. Tudo servido quantas vezes o cliente quiser.
Estrada do Sabor, S/N, Linha São Jorge, Garibaldi
https://www.osteriadellacolombina.com.br/
É impressionante o trabalho de Caio Soter para reinventar a gastronomia utilizando os ingredientes básicos da culinária mineira: vegetais, porco e frango – que também são a essência da agricultura de subsistência na região. E assim surgem o inusitado “escargot” de moela (58 reais); o tartare de porco curado (58 reais); e lasanha de carne suína com caldo de feijão e pururuca (92 reais). Para conhecer a proposta do cozinheiro, é melhor pedir o menu degustação de sete tempos (280 reais), que traz a surpreendente ostra feita de frango e o jiló defumado com mostarda, jabuticaba e creme de fígado.
Rua Rio de Janeiro, 2735, Lourdes, Belo Horizonte
https://pacatobh.com.br/
Tudo começou como uma rotisseria italiana, aberta em 2012, na qual os clientes poderiam comprar os produtos para consumir fora. Mas o reconhecimento da cozinha levou a uma evolução natural: a criação do restaurante – que depois deu origem à padaria e à mercearia que também funcionam ali. E o foco continua nas receitas clássicas, desde o pão servido com alho confitado, alichela, caponata e sardela (48 reais) até o polpetone (30 reais). Claro que as massas têm destaque, como o ravioli de búfala (54 reais), favorito do público, mas também há carnes grelhadas e a ótima salada caprese.
Rua Professora Almerinda Dultra, 67, Rio Vermelho, Salvador
https://pastaemcasa.com.br/
Parte da filosofia do Ponto Nova já se reflete na própria arquitetura: a casa com estilo tradicional dos anos 1960 no Recife (PE) teve pontuais intervenções contemporâneas para se destacar dos vizinhos. E o cardápio segue pela mesma linha, com receitas que soam familiares, ainda que reinventadas por Joca Pontes. É assim com o Ovo Molê – chamado “ovo imperfeito” pelo chef – sobre pirão de queijo, açafrão da terra, bacon e farofa de ervas (27 reais); do pescado marinado em limão com aioli, manga e castanhas (35 reais); ou da alcatra com mousseline, macaxeira e vegetais salteados (56 reais).
Rua do Cupim, 172, Graças, Recife
https://restaurantepontenova.com.br/
É curioso imaginar que um verdadeiro patrimônio gastronômico de Belém (PA) começou quase por acaso: quando o depósito de bebidas da família passou a perder clientes por conta de violência que assustava a região, o pai de Thiago Castanho – atual responsável pela cozinha – decidiu montar uma pizzaria improvisada e, depois, começou a servir moqueca. Foi assim que, há mais de duas décadas, o Remanso do Peixe se transformou no ícone da “comida raiz”, com caldinho de tucupi com jambu (18 reais), tucunaré recheado com camarões e caranguejo (420 reais) e pratos típicos do Pará.
Conjunto Célso Malcher, 64, Marco, Belém
https://www.facebook.com/RemansoDoPeixe/
Foi na tranquilidade da Praia Brava – distante das movimentadas Orla Bardot e Rua das Pedras – que Gustavo Rinkevich decidiu criar um dos melhores restaurantes de Búzios. E não é somente pela vista, mas pelo cardápio cheio de receitas autorais e muita inspiração dos ingredientes locais. Tanto é que os peixes e frutos do mar vêm dos pescadores da região, enquanto os vegetais são da horta própria. Entre as inovações, há ostras fritas com caldo de moqueca (42 reais); ovo com duxelle de cogumelos e espuma de inhame (49 reais); e polvo com homus, ragu de grão de bico e longaniza (162 reais).
Rua da Praia, Praia Brava, Búzios
https://rockafish.com.br/
Depois de quase quatro décadas, dá para dizer que o Satyricon já é um verdadeiro clássico do Rio de Janeiro. E a essência do cardápio sempre se manteve igual: receitas mediterrâneas, com carinho por pratos italianos e, especialmente, ingredientes do mar. Tanto é que, logo na entrada, está o aquário com lagostas, cavaquinhas e moluscos vivos – enquanto os peixes são pescados com linha, não com rede, para preservar a integridade da carne. É com essa qualidade que saem da cozinha a lagosta ao thermidor (258 reais), o spaghetti alle vongole (116 reais) e mais uma infinidade de receitas.
Rua Barão da Torre, 192, Ipanema, Rio de Janeiro
http://www.satyricon.com.br/
Não é exagero dizer que o restaurante criado por Seu Luna – assim como ele próprio – já se tornou uma figura folclórica no Recife (PE). E, depois de 34 anos, o cardápio se mantém fiel às receitas que remetem à culinária nordestina, como chambaril, a versão brasileira do italiano ossobuco (46 reais); dobradinha (30 reais); cabrito guisado (42 reais); e até sarapatel (28 reais). Mas existem novidades: desde o fim do ano passado, a tradicional cozinha também passou a atender outra unidade, aberta na zona norte da capital recifense, com projeto renomado e cheio de referências ao original.
Rua Saldanha Marinho, 645, Ipsep, Recife
Rua da Hora, 348, Espinheiro, Recife
https://www.instagram.com/seulunarestaurante/
Fundado há mais de quatro décadas, muito antes de a culinária japonesa se difundir, o Shin-Zushi é um dos restaurantes mais tradicionais de São Paulo (SP). E, até hoje, segue comandado pela família de Shinji Mizumoto. Repetindo a trajetória do pai, os mestres Ken e Nobu foram ao Japão aprender as técnicas do estilo Edomae – neste caso, com Hideaki Sawamoto, do famoso Sushikan –, que têm apelo mais tradicional e foco nos ingredientes locais. De um lado, há receitas tradicionais das casas japonesas; de outro, o omakasê com atum bluefin (530 reais) servido diretamente no balcão.
Rua Afonso de Freitas, 169, Paraíso, São Paulo
https://shinzushi.com.br/
É até difícil reconhecer o restaurante, que parece camuflado na vizinhança, em pleno bairro Jardim Botânico, no Rio de Janeiro (RJ). Mas isso está diretamente ligado à proposta de Roberta Sudbrack: retirar toda a pompa da cozinha para oferecer o que há melhor na gastronomia. E nesse retorno às raízes, o forno de barro ganhou status de protagonista: é dali que saem quase todos os pratos, com destaque para a fraldinha (120 reais), que fica a noite inteira na brasa e é servida com arroz jasmim, e para a barriga de porco (84 reais). Na lista de sobremesas caseiras, o clássico pavê (45 reais).
Rua Visconde de Carandaí, 35, Jardim Botânico, Rio de Janeiro
https://www.facebook.com/opassaroverdebr/
Dá até para dizer que o restaurante de Eudes Assis “nasceu” do lado errado de Camburi: o vilarejo é cortado pela rodovia e, sem condições para empreender próximo à praia, o cozinheiro ficou do lado oposto ao mar. Mas isso não foi problema, porque o Taioba é um dos expoentes da culinária caiçara e sempre está lotado de clientes. Entre os queridinhos do cardápio, estão os bolinhos de peixe seco com chutney de banana (oito unidades por 28 reais) e o arroz lambe-lambe de mariscos (57 reais). E uma curiosidade: uma foto da prato servido por lá já foi exposto na Galeria Dupont, em Paris.
Rua Tijucas, 55, Praia de Camburí, São Sebastião
http://www.taiobagastronomia.com.br/
Foi no luxuoso Palácio Tangará – considerado pelo mercado como o primeiro hotel com seis estrelas no Brasil, ainda que a administração recuse o título – que o famoso Jean-Georges Vongerichte abriu o inédito restaurante na América do Sul. E, ainda que a cozinha tenha relação próxima com técnicas francesas, a principal inspiração vem dos sabores exóticos e aromáticos do Oriente. Sob o comando de Filipe Rizzato o cardápio traz desde sushi crocante de salmão com chipotle, shoyo e mel (92 reais) até filé mignon com foie gras e batata gratin (240 reais). Já o menu de seis tempos custa 675 reais.
Rua Deputado Laércio Corte, 1501, Panamby, São Paulo
https://www.oetkercollection.com/pt/hoteis/palacio-tangara/restaurantes-bares/tangara-jean-georges/
É verdade que, da cozinha de Daniel Biron, não sai nenhum prato com carne e derivados, como ovos, laticínios, gelatina e mel. Mas isso não significa que o restaurante foi sido criado para atrair (apenas) vegetarianos: o cardápio descontraído dá protagonismo a ingredientes frescos, cultivados na região, e orgânicos. Assim surgem homus com chermoula (38 reais), considerado o pesto africano; carpaccio de cogumelo Portobello (48 reais); lasanha trufada com cogumelos e bolonhesa de seitan (68 reais), uma espécie de carne vegetal derivada do glúten que substitui a proteína animal nas receitas.
Avenida Henrique Dumont, 110, Ipanema, Rio de Janeiro
https://tevavegetal.com.br/
É difícil imaginar o Tragaluz fora da cidade histórica de Tiradentes (MG). E não somente pelo casarão de 300 anos no qual funciona o restaurante há mais de duas décadas, mas também pela conexão do cardápio com a cultura da região – ainda que Matheus Paratella tenha introduzido alguns toques da gastronomia italiana nas receitas. Para combinar com a decoração a luz de velas e detalhes rústicos, nada melhor que pedir as versões do arancini (54 reais) e da canja (52 reais) com galinhas d’Angola ou provar a bochecha de porco marinada durante 48 horas e assada lentamente (112 reais).
Rua Direita, 52, Centro, Tiradentes
http://tragaluztiradentes.com.br/
É na beira do lago – que pertence a um parque de wakeboard – que o Zoi propõe a conexão com a natureza ao redor. Prova disso é a decoração minimalista rodeado por paredes de vidro, que ainda garantem vista privilegiada do pôr do sol. Só que também vale guardar parte do entusiasmo para o cardápio, que capricha nas opções e na apresentação. Entre os clássicos, há camarão rosa grelhado sobre farofa de tapioca frita (97 reais) e cordeiro cozido durante 40 horas com cuscuz marroquino (69 reais), mas também dá para pedir menu de almoço (59 reais) e até combinados de sushi.
Avenida Hermenegildo Sá Cavalcante, S/N, Edson Queiroz, Fortaleza
https://colossofortaleza.com/zoi/
Há quem visite o discreto restaurante no bairro de Pinheiros, em São Paulo (SP), por conta de Paola Carosella – que se tornou uma verdadeira celebridade no mundo da gastronomia após participar do MasterChef. Mas, ainda que a relação de criador e criatura seja difícil de separar, esse não é o único motivo para justificar a visita: o cardápio com respeito aos ingredientes e mínima intervenção é um espetáculo à parte. Prova disso é o nhoque de ricota com ragu de linguiça de porco (89 reais), feito na própria casa. Aliás, na semana, o almoço tem pratos (52 reais) que mudam diariamente.
Rua Artur de Azevedo, 542, Pinheiros, São Paulo
https://arturito.com.br/
Ainda que o Bottega Bernacca tenha expandido e, atualmente, tenha três restaurantes em São Paulo (SP), todos preservaram essa aura de “pequeno achado”. É verdade que o cardápio se manteve bem ligado às receitas tradicionais da culinária italiana, mas isso não significa que pratos genéricos e sem intervenções – e até mesmo o clássico cacio e pepe (79 reais) recebeu uma pitada de bottarga, como são chamadas as ovas de tainha, por influência de Gerard Barberan. Para quem prefere não arriscar, boas pedidas são carpaccio cipirani (59 reais) e massa artesanal à amatriciana bianca (62 reais).
Rua Padre João Manuel, 826, Jardins, São Paulo
Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2232, Jardim Paulistano, São Paulo
Rua Amauri, 244, Itaim Bibi, São Paulo
https://www.instagram.com/bottegabernacca/
Há mais de 25 anos, uma fábrica de pães desativada passou por um intenso processo de renovação, com assinatura do arquiteto Arthur Casas, especialmente para receber o primeiro empreendimento do restaurateur Daniel Sahagoff. Não à toa, o Cantaloup é um queridinho de casamentos e eventos. No cardápio assinado por Valdir Oliveira, chama atenção o ovo mollet empanado em creme de cará trufado e molho de funghi (72 reais) e as receitas abrasileiradas, como bobó de lagosta servido com arroz de açafrão, farofa de banana e castanha (197 reais). E há feijoada aos sábados (105 reais).
Rua Manuel Guedes, 474, Itaim Bibi, São Paulo
http://www.cantaloup.com.br/
Se destacar como pizzaria em São Paulo (SP) parece tão difícil quanto ser escolhido nas seletivas do futebol de base. Só que os discos individuais de fermentação natural criadas por Luciano Nardelli, o Lucho, e assados no forno a lenha são um verdadeiro achado na cidade. De entrada há burrata com molho de tomate e bottarga (56 reais) e carpaccio de carne (48 reais), enquanto os sabores de pizza variam desde a clássica Amatriciana (56 reais) até a inusitada Carlos (56 reais), com radichio, linguiça curada, muçarela, ricota de búfala e parmesão. Em comum, todas têm inspiração tradicional.
Rua Harmonia, 501, Sumarezinho, São Paulo
Alameda Tietê, 658, Jardim Paulista, São Paulo
http://www.carlospizza.com.br/
É provável que qualquer restaurante com 27 anos de história tenha se transformado em clássico. E o que dizer quando, no comando da cozinha, está a requisitada Carla Pernambuco? Na verdade, existe uma combinação de fatores que justificam o sucesso do Carlota – inclusive o charmoso sobrado com tijolos brancos em pleno bairro paulistano de Higienópolis. Mas o capricho nas receitas é o principal destaque, desde o filé Wellington com risoto de queijo coalho (140 reais), considerado o clássico da casa, até o irretocável flat iron com crosta crocante, aligot de aipim e demi glace (125 reais).
Rua Sergipe, 753, Higienópolis, São Paulo
https://carlapernambuco.com/
Poucos restaurantes conseguem inserir tanto significado nas receitas quando o Casa de Tereza – que traz constantes referências à cultura baiana e também às religiões de matriz africana. Tanto é que os menus degustação (330 reais para duas pessoas) homenageiam os Orixás e incluem até oferenda aos santos. No cardápio há pratos típicos da região, como as lascas de fumeiro em caramelo de laranja e cebolada (63 reais), além das generosas porções para duas pessoas do bobó de camarão (165 reais), da carne de sol com abóbora, aipim e feijão verde (143 reais) ou da moqueca de peixe (149 reais).
Rua Odilon Santos, 45, Rio Vermelho, Salvador
https://www.casadetereza.com.br/
Depois de passar por maus-bocados durante a pandemia – e fechar as portas temporariamente –, o restaurante do premiado Cesar Costa voltou a funcionar. Mas a boa notícia é que o Corrutela voltou à ativa e, para isso, renovou completamente o cardápio. Para conhecer as novidades, o ideal é pedir o menu degustação de quatro (240 reais) e seis etapas (310 reais). Entre os queridinhos dessa nova fase estão o patê de fígado de galinha com milho, rabanetes e capuchinha (38 reais), o copa lombo com mole, couve e mini milho (78 reais) e o escabeche de mexilhão com vegetais (55 reais).
Rua Medeiros de Albuquerque, 256, Vila Madalena, São Paulo
https://www.instagram.com/corrutela/
Receber o título de cozinha autoral da premiada Renata Vanzetto não é fácil, só que o Ema carrega essa responsabilidade com tranquilidade. Entre as inovações do cardápio, há desde a casquinha de peixe com flocos crocantes (37 reais) até o ceviche de atemoia com leite de coco (48 reais), ambos clássicos da casa. Também merecem destaque a fideuá de lula e polvo (110 reais) e o confit de pato com purê de queijo meia cura e molho de goiabada cascão (128 reais). Para conhecer um pouco de cada invenção, também é possível optar pelo menu degustação com sete etapas (265 reais).
Rua Bela Cintra, 1551, Consolação, São Paulo
https://www.grupoemerestaurantes.com.br/ema
Poucos restaurantes têm o cardápio tão versátil quando o Emiliano: há opções para café da manhã; brunch; almoço; jantar; e até menu executivo durante a semana. E, ainda que a principal referência para a cozinha venha da culinária italiana, os pratos têm boa dose de inventividade e influências da cultura brasileira. Prova disso é que, entre as opções, há desde o pato com tucupi preto (155 reais) até o bife à parmegiana, reinventado com farinha de pão de queijo para empanar, e acompanhado com cará e couve kale (153 reais). Também existe menu degustação de seis etapas (350 reais).
Rua Oscar Freire, 384, Cerqueira César, São Paulo
https://emiliano.com.br/gastronomia/restaurante-emiliano/
Na filial carioca do Gero – que ocupa o térreo do luxuoso hotel do grupo Fasano no Rio de Janeiro –, existe até opção de menu executivo no almoço (152 reais) com entrada, principal e sobremesa. Essa é a maior prova de descontração, na medida do possível, para o tradicional restaurante. Ainda assim, as receitas têm forte inspiração italiana e quase não sofrem intervenções da cozinha. Para quem não quiser repetir as escolhas, uma opção é optar pelos pratos de temporada, como o tagliolini ao cacau com cogumelo porcini e burrata (132 reais) ou o camarão com creme de grão de bico (84 reais).
Avenida Vieira Souto, 80, Ipanema, Rio de Janeiro
https://www.fasano.com.br/gastronomia/gero-rio
Não é nenhuma novidade que o Fasano Salvador siga à risca as características que tornaram o grupo uma referência – o que é excelente. Além de o menu degustação com quatro massas artesanais e as principais sobremesas da casa (231 reais), é possível escolher a opção dedicada às carnes (396 reais), com cinco etapas. No cardápio, o restaurante aposta pelas receitas tradicionais italianas, quase sem intervenções, como é o caso do carpaccio alla Fasano (96 reais) com alcaparras e pinole; o fettuccine al ragú bolognese (104 reais); ainda que haja licença para a moqueca e outros pratos típicos.
Praça Castro Alves, 5, Centro Histórico, Salvador
https://www.fasano.com.br/gastronomia/fasano-salvador
Durante a pandemia, o restaurante do Six Senses Botanique – considerado um dos melhores e mais luxuosos hotéis do país, em Campos do Jordão (SP) – se manteve restrito aos hóspedes. Mas o Mina voltou a funcionar normalmente, com menu degustação de oito etapas (885 reais) que já inclui uma garrafa de espumante e bebidas não alcoólicas. Sob o comando de Gabriel Broide, a cozinha prioriza ingredientes produzidos internamente em pratos como barriga de porco com alho negro (283 reais) e peixe em folha de bananeira (272 reais), sempre acompanhados da vista para a Mantiqueira.
Rua Elídio Gonçalves da Silva, 4000, Bairro dos Mellos, Campos do Jordão
https://www.sixsenses.com/pt/resorts/botanique/dining/mina-restaurant
Não espere discrição no Présidente, restaurante do famoso Erick Jacquin – por mais que o jurado do MasterChef Brasil não seja presença frequente por lá: as paredes e o teto são pintados de vermelho chamativo. E o resultado é o cenário perfeito para fotos “instagramáveis”. Da cozinha saem clássicos da culinária francesa, como terrine de foie gras de pato (190 reais); cassoulet de coelho (200 reais); e steak tartar de filé mignon (160 reais). Também há menu degustação surpresa com sete etapas (660 reais) e menu executivo com entrada, prato principal e sobremesa durante a semana (120 reais).
Rua da Consolação, 3527, Cerqueira César, São Paulo
https://www.facebook.com/president.jacquin/
*Em caso de empate, os restaurantes são elencados por ordem alfabética.
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Esta seleção é o ranking dos 100 melhores restaurantes edição 2022. A Casual EXAME já publicou a lista 2023, atualizada, com os melhores endereços do Brasil. Confira!