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Vício em trabalho: os perigos de ser “workaholic”

Site de empregos Indeed explica como reconhecer o vício em trabalho e compartilha dicas sobre como se recuperar

Site de empregos Indeed explica como reconhecer o vício em trabalho e compartilha dicas sobre como se recuperar (Thinkstock)

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Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 12h00.

Em uma sociedade que frequentemente glorifica o excesso de trabalho e vê a profissão como um distintivo de honra, o vício em trabalhar, também denominado como “workaholism” em inglês, tem se tornado cada vez mais prevalente. Os efeitos adversos podem afetar diversos indivíduos e ambientes corporativos, e muitas vezes influenciam a distinção entre essa dependência e outros sentimentos, tornando mais difícil para que os profissionais percebam que estão em um ciclo contínuo.

De acordo com Lucas Rizzardo, Diretor de Vendas do Indeed no Brasil, existem estratégias para combater o vício em trabalho antes que ele cause problemas de saúde e permita que os trabalhadores se restabeleçam de forma saudável. “Muitas pessoas acabam se envolvendo mais do que o necessário e saudável para si mesmas, na esperança de serem reconhecidas, muitas vezes sem se dar conta do caminho percorrido. Isso pode começar com alguns dias de horas extras e acabar se tornando algo difícil de parar”, explica ele.

“Estudos recentes mostram que encontrar um equilíbrio entre vida pessoal e profissional deve ser uma prioridade. Para ajudar nisso, o autogerenciamento de tempo, as atividades de autocuidado e as autoavaliações constantes podem evitar que a dependência progrida para níveis prejudiciais à saúde física e mental, bem como à vida pessoal”, diz Rizzardo.

Identificando as circunstâncias

A compulsão por trabalho não é apenas uma dedicação excessiva ao emprego, mas uma necessidade incontrolável de estar constantemente em um estado de atividade – muitas vezes às custas da saúde pessoal, relacionamentos e bem-estar geral.

Embora o “workaholism”, termo em inglês para esse vício, não seja atualmente considerado um transtorno mental formalmente, os especialistas o reconhecem amplamente como um problema de saúde mental e continuam a se aprofundar na compreensão sobre essa condição por meio de diversas pesquisas.

Um dos métodos mais utilizados para identificar o vício em trabalhar é a Escala de Vício em Trabalho de Bergen, criada por uma equipe de pesquisa da Universidade de Bergen, na Noruega, que pede aos trabalhadores que classifiquem cada um dos sete critérios a seguir em uma escala de 1 a 5, sendo que cinco significa “sempre”, quatro significa “frequentemente”, três significa “às vezes”, dois significa “raramente” e um significa “nunca”, para ajudar a identificar a gravidade da dependência:

  • Pensa em como pode liberar mais tempo para trabalhar.
  • Passa muito mais tempo trabalhando do que pretendia inicialmente.
  • Trabalha para reduzir os sentimentos de culpa, ansiedade, fraqueza e depressão.
  • Outras pessoas lhe disseram para reduzir o trabalho e não deu ouvidos a elas.
  • Fica estressado se for proibido de trabalhar.
  • Deixa de dar prioridade a hobbies, atividades de lazer e exercícios por causa do trabalho.
  • Trabalha tanto que isso prejudica sua saúde.

Responder a quatro ou mais das afirmações acima com uma pontuação de quatro ou mais geralmente sugere que alguém tem tendências de dependência, e a recomendação do Indeed é procurar um profissional para diagnóstico e tratamento.

Efeitos adversos

As consequências do vício em trabalho para a saúde podem se estender muito além das paredes do escritório, levando à exposição prolongada ao estresse, à privação constante do sono, à negligência do autocuidado e a uma ampla gama de problemas de saúde física e mental.

Problemas cardiovasculares, ansiedade, depressão e esgotamento estão entre a lista de possíveis resultados. Além disso, a exaustão e o esgotamento associados ao excesso compulsivo de atividades laborais podem prejudicar a criatividade, a capacidade de resolver problemas e o desempenho geral no ambiente profissional.

Essa condição também pode ter repercussões nos relacionamentos dentro e fora do horário de expediente. Funcionários esgotados, com “burnout”, por exemplo, têm maior probabilidade de se desconectarem das atividades. Fora do escritório, negligenciar a família, os amigos e as conexões sociais para buscar realizações relacionadas ao emprego pode resultar em vínculos tensos e em uma sensação de solidão.

Estratégias para ajudar

Reconhecer e lidar com o vício no trabalho é uma etapa crucial para alcançar um equilíbrio mais saudável entre vida pessoal e profissional. Aqui estão algumas estratégias de prevenção:

  • Autorreflexão: A primeira etapa é o engajamento em uma autorreflexão honesta. As pessoas podem considerar a possibilidade de avaliar seus hábitos de trabalho e verificar se eles estão alinhados com um estilo de vida equilibrado e saudável.
  • Estabelecer limites: É essencial estabelecer limites claros entre a vida profissional e pessoal. Definir horários específicos de trabalho e comprometer-se a se desconectar fora do horário de expediente ajuda a criar um equilíbrio mais saudável. A comunicação desses limites com colegas e supervisores promove uma cultura que respeita o tempo pessoal e apoia o bem-estar geral.
  • Priorizar o autocuidado: Priorizar as atividades de autocuidado que promovem o bem-estar físico e mental é um aspecto fundamental. Isso inclui dormir o suficiente, fazer exercícios regularmente e participar de atividades que tragam alegria e relaxamento.
  • Delegar e buscar apoio: Reconheça que nem tudo precisa ser feito sozinho. Delegar tarefas quando possível e buscar apoio de colegas ou superiores pode ajudar a distribuir a carga de trabalho e evitar o esgotamento.
  • Gerenciar o tempo: Priorizar tarefas, definir metas realistas e evitar o excesso de compromissos desnecessários são habilidades cruciais para evitar a sobrecarga de serviço. Além disso, aprender a dizer não quando necessário é uma parte importante da criação de um equilíbrio mais saudável.
  • Procurar ajuda profissional: Se a dependência do chegou a um ponto em que afeta significativamente o bem-estar e os relacionamentos, procurar ajuda profissional é a opção mais recomendada. Terapeutas e conselheiros podem fornecer orientação, apoio e estratégias para lidar com os problemas subjacentes que contribuem para os hábitos compulsivos.
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