Winston Weinberg, CEO e cofundador da Harvey (Fonte: LinkedIn | Reprodução)
Redatora
Publicado em 14 de novembro de 2025 às 12h01.
A ascensão da Harvey (um produto de inteligência artificial generativa desenvolvido para o setor jurídico) sintetiza como a inteligência artificial começou a remodelar, em alta velocidade, um dos setores mais tradicionais do mundo: o jurídico.
A startup fundada por Winston Weinberg e Gabe Pereyra passou de um experimento doméstico com GPT-3 a um negócio avaliado em US$ 8 bilhões em menos de um ano, com apoio de nomes como OpenAI, Sequoia, Andreessen Horowitz e Google Ventures. As informações foram retiradas de TechCrunch.
Weinberg era um advogado júnior quando percebeu que a IA poderia alterar profundamente a rotina de pesquisa, análise e produção de documentos legais.
A constatação veio após testar o modelo em casos reais e submeter respostas geradas pela IA a especialistas, que validaram a precisão em grande parte dos exemplos.
Foi esse desempenho que impulsionou os fundadores a enviar um e-mail para Sam Altman e Jason Kwon, encontro que resultou no primeiro cheque institucional do OpenAI Startup Fund.
Desde então, a Harvey ampliou sua presença global e atraiu grandes bancas e departamentos jurídicos corporativos.
Hoje, são 235 clientes em 63 países, incluindo a maioria dos maiores escritórios dos Estados Unidos.
O avanço também se traduz em números: a empresa superou US$ 100 milhões em receita recorrente anual em agosto e expandiu seu faturamento corporativo de 4% para 33% em apenas alguns meses.
A relevância da plataforma se apoia em três frentes principais:
A parceria com a LexisNexis ampliou o alcance das consultas e abriu caminho para o crescimento no contencioso, área que avança rapidamente à medida que mais bases de dados ficam disponíveis.
Para investidores, o diferencial está na ambição técnica.
A Harvey trabalha para construir um sistema “multiplayer”, capaz de operar entre escritórios e clientes sem violar barreiras éticas e regras de confidencialidade — um desafio complexo em um ambiente regulatório fragmentado, com leis rígidas de dados em países como Alemanha e Austrália.
A adoção ainda é pequena diante dos 8 a 9 milhões de advogados no mundo, mas Weinberg sustenta que o potencial de transformação está nos fluxos de trabalho mais valiosos: diligências, fusões e aquisições e transações que envolvem dezenas de milhões de dólares em honorários.
É nesse espaço que a IA pode elevar produtividade, precisão e velocidade, tornando-se uma habilidade estratégica para qualquer profissional que lide com informação complexa em escala.
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