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Vivência dos efeitos da pandemia leva mais brasileiros ao check-up

Entre médicos e empresas do setor, existe preocupação com surtos de outras doenças que possam ter ficado desassistidas

Paciente com covid-19 é transportado em hospital no Brasil. (Andre Coelho/Bloomberg/Getty Images)

Paciente com covid-19 é transportado em hospital no Brasil. (Andre Coelho/Bloomberg/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2021 às 18h46.

Última atualização em 29 de abril de 2021 às 09h59.

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Em meio à maior crise sanitária do último século, profissionais da saúde pública e privada focaram nos cuidados necessários para atender os pacientes com covid-19. Porém, é preciso estar atento para que outras condições crônicas ou cotidianas não sejam negligenciadas, causando, no pós-pandemia, o agravamento e surtos de doenças já conhecidas. Algumas enfermidades registraram crescimento desde a chegada do coronavírus, como efeito colateral dessa nova realidade. São dores desses novos tempos que têm desafiado a saúde física e mental de cada um de nós.

Certamente, o setor mais impactado por este período é o da saúde. Sistemas público e privado tiveram de se reinventar rapidamente, para enfrentar desafios inéditos. E, na busca de respostas ao inimigo comum, a troca tem sido fundamental para vencer a doença, em uma guerra que já dura mais de um ano e tirou a vida de quase 400 mil brasileiros. Daí a importância da parceria entre governos, rede particular, empreendedores do setor, profissionais de saúde e comunidade científica dentro e fora do Brasil.

Alguns avanços chegaram para que pudesse haver uma resposta rápida a essa demanda urgente. Entre elas, a aceleração digital nos serviços de saúde, a ampliação da telemedicina, a valorização da prevenção, a importância da informação, a otimização dos recursos, a atração de novos investidores para o setor e a maior integração entre as redes pública e privada.

Para falar sobre estas mudanças e tentar entender qual será o cenário após a pandemia, a Bússola convidou Renato Velloso, CEO do dr.consulta; Gustavo Meirelles, diretor médico do Grupo Alliar; Pedro Baches Jorge, diretor Clínico e fundador da Clínica SO.U; e Pedro Faria, sócio da SK Tarpon,investidora do Zenklub, para um webinar, transmitido hoje, 28. A conversa foi conduzida pelo jornalista Rafael Lisbôa, diretor da Bússola.

“Foi um período de reinvenção. O propósito da clínica deu uma guinada e isso foi o mais importante. Além de atender o Brasil inteiro, do jeito que a gente faz, via presencial ou telemedicina, passmos a desenvolver um serviço de conteúdo voltado para a prática de esportes, voltado para a parte ortopédica e de saúde e bem-estar”, afirma Pedro Baches Jorge. O médico diz, ainda, que, com o isolamento social, houve o surgimento de queixas diferentes das usuais, em parte causadas por problemas posturais do home office e ganho de peso, entre outros. 

Após a consolidação como principal plataforma de prestação de serviços na área psicológica, Pedro Faria conta que, na Zenklub, já havia um estudo anterior ao surto da covid-19 para investimento na área de saúde mental. “O que a pandemia fez de fato foi confirmar alguns dos pilares, que agora ficaram mais claros. Um ponto que é muito interessante de se ver é desmistificação da questão da saúde mental e emocional. De certa forma, o tema ainda carrega um estigma, naturalmente difícil para as pessoas que estão querendo um apoio”, afirma.

Falando do novo normal e da possibilidade de surtos de outras enfermidades no pós-covid, Renato Velloso, acredita que as pessoas estão mudando o comportamento em relação à saúde. “A cultura do brasileiro é ir ao médico no último momento. E eu acho que isso a pandemia veio para mudar. As pessoas estão vendo que quem está sofrendo mais com a covid são aquelas pessoas que têm alguma comorbidade. Isso a gente percebe claramente no dr.consulta. Procedimentos como check-ups e visitas de recorrência e visitas de retorno em pacientes crônicos estão se intensificando bastante."

A mesma percepção  teve Gustavo Meirelles, que contou que no início da pandemia havia um receio muito grande de contaminação e, com isso, a diminuição na busca por serviços de saúde. Mas isso mudou com o tempo. “As pessoas foram percebendo que precisavam de um atendimento médico. Também estamos percebendo um aumento da procura, de exames de checkup e ambulatoriais. Fica um legado positivo da pandemia, e aí, repetindo, uma preocupação maior com a saúde por parte de todos.”

Os participantes ainda falaram sobre o uso da telemedicina, os efeitos da covid-19 a longo prazo e como enxergam o futuro da saúde no pós-pandemia.

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