Visitantes usando máscaras protetoras fazem fila para entrar na Pirâmide do Louvre (Charles Platiau/Reuters)
Mariana Martucci
Publicado em 12 de novembro de 2020 às 21h02.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) resumiu bem. Podemos estar cansados do vírus, mas o SARS-CoV-2 não está cansado de nós. A assim chamada "segunda onda", que toma a Europa e dá sinais de querer desembarcar por aqui, é uma prova.
Já os Estados Unidos não chegaram nem a sair da primeira, e agora o novo coronavírus repete a história daquele país em sua marcha para o oeste. E lá, como em todo lugar, é crescente a resistência a quem propõe repetir as medidas drásticas adotadas na largada da doença.
Já está razoavelmente estabelecido que o controle das curvas de casos e mortes, enquanto a vacina não vem, depende de uma combinação ótima de alguma taxa de imunidade na população e medidas eficazes de isolamento social, ou pelo menos distanciamento, já que o isolamento absoluto é inviável.
Mas isso depende por sua vez de um alto grau de gerenciamento e capacidade política de produzir consensos em torno de sacrifícios à coletividade. Neste Brasil dilacerado pela disfuncionalidade política, isso está mais próximo de ser utopia.
* Analista político da FSB Comunicação
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