Presidente Jair Bolsonaro (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Mariana Martucci
Publicado em 25 de novembro de 2020 às 20h37.
Última atualização em 25 de novembro de 2020 às 20h44.
Os cenários da reta final deste segundo turno trazem pelo menos uma constatação. Há alguma facilidade de os votos, partidos e personalidades da esquerda convergirem para o apoio a uma frente ampla antibolsonarismo, mas não se nota a mesma disposição nos demais antibolsonaristas.
Um exemplo da primeira tendência são o Rio de Janeiro e Fortaleza. Nos cariocas, até o PSOL recomenda apertar o 25 do Democratas. Na capital cearense, a convergência em torno do candidato cirista deixou em segundo plano os ressentimentos cultivados no afastamento entre Ciro Gomes e o PT.
Mas o contrário se nota, por exemplo, em Belém e Vitória, onde os candidatos antibolsonaristas são, respectivamente, do PSOL e do PT. Nesses dois lugares, a prioridade do centrismo continua sendo, aparentemente, derrotar a esquerda.
Uma via de mão única.
Aguardemos a urna. Mas desde já é razoável prever que, diante dos resultados, os que apoiaram Jair Bolsonaro em 2018 e agora procuram seu próprio caminho apresentem-se como a melhor opção para a troca de guarda em 2022.
A dificuldade? A esquerda está mostrando, aqui e ali, músculos para ao menos disputar com chances uma vaga no segundo turno daqui a dois anos.
*Analista político da FSB Comunicação
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