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Vacinar todo mundo é a única missão; o resto é diversionismo

A guerra de informação induz pessoas e países a perder tempo discutindo eficácia de uma vacina contra a outra

Cerca de 85% dos pacientes em UTIs são não vacinados (Erasmo Salomao/Ministério da Saúde/Divulgação)

Cerca de 85% dos pacientes em UTIs são não vacinados (Erasmo Salomao/Ministério da Saúde/Divulgação)

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Publicado em 23 de junho de 2021 às 17h00.

Última atualização em 23 de junho de 2021 às 17h18.

Por Alon Feuerwerker*

Israel tem quase 120 doses de vacina Pfizer, contra covid-19, aplicadas para cada 100 habitantes. Ou seja, em média, cada um recebeu 1,2 dose. E Israel assiste a um repique de casos da doença causada pelo novo coronavírus. Uma hipótese é o SARS-CoV-2 ter acelerado a circulação entre não vacinados, especialmente os jovens. A ordem lá agora é começar a vacinar as crianças.

No Chile, cuja proporção de vacinas aplicadas é só ligeiramente inferior a Israel, acontece algo parecido. Cresce, por exemplo, a pressão sobre as UTIs. Ali a vacina predominante é Coronavac. As notícias dão conta de que cerca de 85% dos pacientes sob cuidados intensivos são não vacinados. Mais um exemplo de que o único objetivo razoável numa campanha de vacinação é vacinar todo mundo.

A guerra de informação impulsionada no âmbito da guerra comercial e política induz as pessoas, e os países, a perder tempo discutindo se a vacina A apresenta tantos pontinhos percentuais a mais ou a menos de eficácia que a vacina B. Isso, a rigor, não tem a menor importância. Aliás, o debate carrega um risco. O risco de países passarem a priorizar a aplicação de novas doses em quem já foi vacinado, em vez de vacinar mais gente.

Repetindo: a missão é vacinar todo mundo. O resto é diversionismo.

*Alon Feuerwerker é analista político da FSB Comunicação

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