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TV de Uberlândia transmite aulas para rede municipal durante a pandemia

Segundo CEO da Rede Integração, Senado deve assumir protagonismo para retomada da economia

Estudantes da rede pública de Uberlândia podem assistir aulas pela televisão. (Divulgação/Divulgação)

Estudantes da rede pública de Uberlândia podem assistir aulas pela televisão. (Divulgação/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2021 às 14h22.

Última atualização em 17 de maio de 2021 às 18h00.

Por Bússola

Em Uberlândia, os alunos da rede pública municipal podem assistir aulas à distância pela televisão durante a pandemia. Em parceria com a prefeitura da cidade, a TV Integração, afiliada da TV Globo na cidade, lançou um canal de TV com 13h de programação de videoaulas para os estudantes.

A Bússola conversou com o CEO do Grupo Integração, Rogério Nery de Siqueira Silva, também ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais (2014). Segundo ele, o Senado Federal tem a oportunidade de assumir a liderança de uma agenda positiva para criar medidas que ativem uma retomada da economia.

O grupo conta com outras cinco emissoras de TV que atingem mais de 6 milhões de pessoas em mais de 200 cidades, inclusive Uberlândia, Araxá e Juiz de Fora. Veja a íntegra da conversa. Bússola: Como surgiu esse projeto “Escola em Casa”?

Rogério Nery de Siqueira Silva: É uma iniciativa inédita em Minas Gerais. O projeto, estruturado com a Secretaria de Educação, consiste em um canal aberto de televisão criado especialmente para a educação municipal, com programação diária das 7h às 22h. Diariamente, são disponibilizadas nove videoaulas inéditas. À noite também há aulas para alfabetização de alunos. O sinal entrou no ar na segunda semana de maio.

Desenvolvemos o projeto depois de vencer uma concorrência pública da prefeitura, que buscava solução para cumprir o calendário letivo após uma liminar, ainda em fevereiro, que vedava as aulas presenciais, em função da pandemia.

Trata-se de uma iniciativa temporária, até porque o ideal é mesmo que a situação sanitária melhore, viabilizando as aulas presenciais. Mas essa experiência pode ser um estudo de caso interessante para o futuro, que prenuncia um modelo de educação híbrida. A TV poderá ajudar em um processo de universalização.

Bússola: De que modo isso afetou o negócio da Rede Integração? Rogério Nery de Siqueira Silva: A pandemia chegou em março de 2020 como um tsunami. Houve pouquíssimo tempo para se preparar. Mesmo com a liderança de mercado, fomos afetados e sentimos impacto nas receitas nos meses iniciais. Mas demos todo o suporte ao time comercial, que buscou reinventar-se, criando novos produtos.

Com as necessárias medidas de distanciamento, a TV Globo paralisou muitas gravações e quebrou um tabu, com reprise de programação, o que antes só ocorria com o “Vale a Pena Ver de Novo”. As afiliadas tiveram uma ampliação de seu tempo de programação própria, com o desafio e a oportunidade de geração de mais conteúdo.

Inovamos ocupando a grade com conteúdo local, inclusive de entretenimento. Algo que é mais complexo no interior.

Isso nos permitiu manter o padrão de qualidade da programação e, principalmente do jornalismo, que em tempos de pandemia tem uma responsabilidade ainda maior. Investimos em muita prestação de serviço para combater fake news e proporcionar ao público informações claras e de fontes confiáveis.

Fortalecemos nossa relação com os anunciantes locais, oferecendo soluções de mídia sob medida. Conseguimos estabilizar, até mesmo porque em situações de crise os anunciantes precisam gerar demanda.

Mas é certo que a situação só irá melhorar de forma sustentável com medidas que estimulem uma retomada da economia.

Bússola: Que medidas seriam essas?

Rogério Nery de Siqueira Silva: Todos adorariam ter a fórmula mágica. Na minha visão, ainda que o foco esteja em examinar a fundo todas as questões inerentes à gestão da pandemia, o Senado Federal tem a oportunidade de assumir a liderança de uma agenda positiva.

É possível fazer. Um exemplo é Minas Gerais. O Estado tem encontrado soluções interessantes para estimular o crescimento econômico, com medidas de atração de investimentos que levaram para o Estado empresas como Grupo Petrópolis, Amazon, Mercado Livre e Heineken.

O setor público já não tem mais capacidade de botar recursos. Sua prioridade de investimento deve estar na saúde pública. O melhor é chamar a iniciativa privada, que tem capacidade de execução e mais agilidade. O setor público pode ajudar com melhorias normativas que desburocratizem a atividade produtiva e uma regulação técnica.

É preciso senso de urgência. Temos sete anos seguidos de crescimento baixo ou de recessão. E de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de desempregados no Brasil já chega a 14,4 milhões. Sem contar os desalentados. Outro dado relevante: uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada em 2018, revelou que 23% dos jovens brasileiros entre 15 e 24 anos não trabalhavam e nem estudavam (os chamados nem-nem). É legítimo imaginar que a situação tenha piorado durante a pandemia. E isso é muito grave para a competitividade do país.

Há oportunidades imensas – Uberlândia, mesmo sendo uma das 30 maiores cidades do Brasil, não tem acesso, por exemplo, a utilities como o gás natural simplesmente porque não há gasodutos nessa região do interior. Assim como Brasília também não. É apenas um exemplo do que poderia ser feito com um plano mais estratégico para impulsionar o país.

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