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Trends: o que podemos aprender assistindo ao Coldplay

A banda britânica, considerada hoje a maior do mundo, usa com maestria estratégias de marketing que dão show

Em show, vocalista fez um playback em linguagem de sinais, emocionando seus fãs (Coldplay/Reprodução)

Em show, vocalista fez um playback em linguagem de sinais, emocionando seus fãs (Coldplay/Reprodução)

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Publicado em 21 de setembro de 2022 às 20h28.

Última atualização em 3 de novembro de 2022 às 17h40.

Depois de uma pandemia que, durante dois anos, deixou a todos carentes de um show ao vivo, dentre outras milhões de experiências, participar de grandes eventos se tornou “um grande evento”.

As pessoas escolheram vivenciar experiências com mais intensidade e Coldplay, considerada a maior dos últimos tempos, não deixou essa informação passar batido.

Um show da banda, certamente, é uma masterclass de experiência.

Goste ou não de suas músicas, ela é expert em estabelecer conexões emocionais com seu público.

Fazendo uma analogia com público e cliente, a marca Coldplay entrega um modelo de negócios invejável.

O porta-voz Chris Martin imprime à marca uma mensagem bem clara: “acredite no amor”. Simples e preciso, o recado permeia todas as ações da mundialmente famosa e badalada banda inglesa, fundada em 1996 pelo vocalista, e o guitarrista, Jonny Buckland.

Os músicos, considerados politicamente corretos, que não se envolvem em polêmicas costumazes do mundo roqueiro, são interessados na agenda ESG, tendência mundial.

Além disso, eles cultivam uma imagem positiva e se relacionam com seus clientes constantemente, seja nas redes sociais, ou em shows, envolvendo-os a ponto de fazê-los sentir-se parte do seu universo.

No show que fizeram no Rock in Rio, o vocalista fez um playback em linguagem de sinais, emocionando seus fãs. Também distribuíram mochilas para que pessoas com deficiência auditiva pudessem curtir as músicas à sua maneira.

Gentileza, compaixão e empatia estão presentes nas estratégias criadas pela banda.

Em seus shows são distribuídas pulseiras de led colorido, feitas de plástico sustentável de origem vegetal, dotadas de IA, que mudam de cor de acordo com as músicas tocadas.

O “brinde”, que não é presente já que é devolvido ao final do evento, cria conexões inimagináveis.

O público participa ativamente do show portando um dos artifícios mais poderosos para a mágica acontecer.

As luzes e tons transformam o que era uma apresentação de rock, em sinergia, convertendo o evento em algo inesquecível e único.

Quando Chris Martin canta, ao ar livre, tomando tanta chuva quanto seu público, vento na cara, e arranha refrões em português, ou na língua do país em que se apresenta, ele estabelece imediatamente uma sintonia inigualável.

Puro marketing? Tanto faz. O fato é que a banda é vanguardista, o que todos devemos ser.

Eles se mantêm informados, se adaptam aos novos tempos e entregam um produto de altíssima qualidade.

Roberto Medina comparou o show de Coldplay ao de Freddie Mercury, em 1995. Nada mal! Muito pelo contrário. A apresentação faz parte de uma das noites mais históricas do festival.

O trabalho que os caras fazem é muito bem articulado e pensado.

Tudo é ensaiado. Estrategicamente.

Mas eles não perdem a emoção de cada evento.

É evidente que todos da banda estão pra lá de satisfeitos com o produto que criaram e se reinventam constantemente.

A banda amplia seu alcance a cada ano. Marca presença da marca em vários canais, aproximando seus clientes-fãs.

Proporcionam experiências que honram o valor da compra.

Coldplay entrega mais do que o esperado e, a partir de sua inovação e conexão com o público, angariam mais e mais advogados da marca.

Viva la Vida, criando seu “Paradise” com competência e respeito a quem te consome.

Fica a lição!

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*Alexandre Loures e Flávio Castro são sócios do Grupo FSB

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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