Da Copa do Mundo até a guerra da Ucrânia (DET/Divulgação)
Bússola
Publicado em 22 de dezembro de 2022 às 18h30.
O “retorno à normalidade”, tão desejado depois de dois anos de pandemia, não foi nada tranquilo.
2022 ficará marcado como um ano de muitos acontecimentos e mudanças. Guerra e Paz poderia ser um bom título. O livro, de mesmo nome, tem mais de mil páginas, centenas de personagens, fala sobre o jogo político, a brutalidade da guerra, a vida cotidiana, a essência humana.
Este ano teve guerra e paz coexistindo.
Teve Guerra da Ucrânia e uma final de Copa do Mundo que ficará para a história.
Teve Elon Musk não sabendo lidar com sua nova aquisição, e o TikTok nadando de braçada.
Vimos que o marketing omnichannel foi uma das estratégias mais requisitadas para quem ficou atento a essa revolução e decidiu atuar em várias frentes ao mesmo tempo. As tomadas de decisões ganharam mais substrato. Os dados e a aprendizagem da inteligência artificial se tornaram ferramentas importantes para quem soube usá-los.
O desenvolvimento da tecnologia avançou exponencialmente em 2022 e ganhou novas proporções, antes nunca vistas. As várias faces do conteúdo nos ensinou que vídeos são peças-chave para qualquer marca que queira se destacar. Eles seduzem, contam histórias, criam relações e conexões.
A importância do vídeo para a comunicação é unânime.
Conteúdo sonoro não só veio para ficar, como também promete marcar presença em 2023 com as pesquisas habilitadas por voz.
O som ganhou protagonismo e se tornará mais forte no ano que virá.
O Instagram copiou o TikTok com seus Reels, mas fez bem feito. Aprendemos que a máxima “nada se cria, tudo se copia”, confere, mas a evolução de uma cópia imperfeita, com suas características próprias, pode dar certo. Podemos chamar de inspiração, para sermos mais práticos…
O trabalho remoto revolucionou equipes, mas ainda exigirá mais experiência para a criação de laços à distância.
Eventos híbridos, grande aposta do ano, não ganharam a relevância que se esperava. O metaverso teve perdas de US 9,4 bilhões e ainda não se concretizou efetivamente.
Redes sociais ficaram cada vez menos sociais e o marketing de influência pediu conexões mais reais; mais verdade.
Grupos geracionais determinaram ações distintas, assim como o uso de plataformas diferentes. Foi necessário entender a demanda e os anseios de cada geração para atingir o público alvo.
A importância da representatividade exigiu compreender que estudar e pesquisar o comportamento do consumidor é cada vez mais urgente porque ele transita por inúmeros lugares antes desconhecidos.
O conteúdo orgânico; marketing de experiência, criativo, imersivo; foi o ponto alto do ano em que as marcas tiveram que se arriscar e mostrar autenticidade e autoridade.
Inteligência artificial veio para acelerar a produção, mas o foco do usuário se manteve na franqueza e personalização das empresas.
Os tempos turbulentos pediram ora iniciativas ousadas, ora paciência.
Investir em reputação foi uma constante para um consumidor inseguro diante da instabilidade.
2022 pediu aprendizado constante. Não por acaso Gaslighting, Goblin Mode e Permacrise foram eleitas palavras do ano.
Também não há como negar o significado da palavra do ano eleita pelos brasileiros.
Em pesquisa recente da consultoria Cause e do Instituto de Pesquisa Ideia, ‘esperança’ apareceu em primeiro lugar, seguida por ‘decepção’ e dificuldade’.
As pessoas passaram a tomar atitudes menos ousadas, diferente da impulsividade que era mais frequente.
Vivemos, ao mesmo tempo, um último semestre que reuniu Black Friday, Copa do Qatar e Natal. O cenário mostrou que adaptabilidade e honestidade foram os adjetivos mais reconhecidos pela maioria.
Quem viveu a dicotomia da guerra e da paz, no mesmo momento, aprendeu que crises podem ser potentes gestoras de força e criatividade e ação.
*Alexandre Loures e Flávio Castro são sócios do Grupo FSB
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
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