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Trends: Artifact é o novo aplicativo dos fundadores do Instagram

Mistura de Google Reader com TikTok promete entregar feed de notícias on demand, com combate à desinformação

App já está disponível na App store e no Google Play (skaman306/Getty Images)

App já está disponível na App store e no Google Play (skaman306/Getty Images)

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Publicado em 9 de fevereiro de 2023 às 13h00.

Por Alexandre Loures e Flávio Castro*  Não sei se você já ouviu falar sobre Kevin Systrom e Mike Krieger. Os dois fizeram faculdade juntos e começaram a trabalhar com o universo digital. Eles são os fundadores do Instagram, comprado pelo Facebook por US$ 1 bilhão, e estão lançando um novo aplicativo, um leitor de notícias personalizado que visa combater a desinformação.

Ousadia faz parte dessa dupla que conta com uma pitada brasileira. Mike nasceu em São Paulo e mudou para os Estados Unidos para estudar ciências da computação na Universidade de Stanford.

Visionários eles são. Se no passado o foco de ambos era aproveitar a onda do desenvolvimento da tecnologia de fotografia para smartphones, hoje investem na tendência que acreditam: a informação fidedigna, tão necessária em tempos controversos.

O Artifact é a nova aposta que irá explorar a inteligência artificial para coletar notícias de acordo com os interesses do usuário.

As fontes serão jornais credenciados e também blogs checados.

Usando tecnologia de aprendizado de máquina, o app claramente se inspira na estrutura TikTok, como o feed For You, altamente viciante, que, ao invés de confiar em um gráfico social que define o perfil, usa a IA, com base em interesses como curadoria para manter os usuários engajados. O mix entre Google Reader que, embora não tenha feito sucesso tinha função parecida, e o TikTok, faz com que o ineditismo seja somente a adição de elementos sociais onde os usuários possam discutir artigos com seus amigos, colegas e pessoas que seguem. A originalidade não é o forte dessa novidade, mas é uma solução moderna onde a concorrência são os aplicativos de notícias integrados, sem a pegada do social. A chegada do Artifact, fusão das palavras ‘articles” e ‘facts’ -  matérias e fatos, em inglês -, vai de encontro com a queda de 40% em receita gerada em um ano do Twitter.

As mudanças feitas por Elon Musk geraram desconfianças e a plataforma pode ser uma alternativa valiosa para as pessoas se manterem atualizadas. A seleção sobre editores e conteúdo pode ser um impasse para a grande dúvida atual do que é censura, mas o experimento é interessante e provocador.

Ainda não dá para apostar se irá decolar. O que sabemos é que a experiência de Krieger e Systrom, aplicada a essa novidade, pode trazer uma nova maneira de consumir notícias, como ainda não conhecemos.

O site da Artifact ainda está recebendo inscrições só de usuários norte-americanos e há fila de espera, além de uma versão beta em teste.

A iniciativa é interessante e promete gerar polêmica, mas como os criadores são comprovadamente experts em entender a demanda do comportamento dos consumidores atuais, podemos afirmar que o Artifact vai dar o que falar.

Só estamos esperando para testar. Infelizmente ainda não dá para baixar, mas estamos na lista.

Vamos ver se o aplicativo irá ajudar a nos informar ou será só mais uma mídia atraente que entrega só o que o consumidor quer consumir e nada mais.

*Alexandre Loures e Flávio Castro são sócios do Grupo FSB

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