São João de Maracanaú, evento que reuniu 2,7 milhões de pessoas em 2025 (Prefeitura de Maracanaú/Reprodução)
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Publicado em 24 de setembro de 2025 às 10h00.
Por Arenusa Goulart*
Em tempos de atenção fragmentada e economias em disputa, eventos regionais deixaram de ser pauta de cultura para se tornarem ativos de mídia, branding e desenvolvimento.
O que está em jogo é mais do que entretenimento: é soft power em escala local e cada vez mais relevante nacionalmente. Tomemos como exemplo dois gigantes do calendário nordestino:
Em 2024, o Fortal movimentou um impacto econômico superior a R$ 1 bilhão, gerou 40 mil empregos e ocupou 72% da rede hoteleira de Fortaleza.
No mesmo período, a transmissão ao vivo registrou 17,7 pontos de audiência com mais de 614 mil espectadores e 55,9% de share na TV aberta.
Já o São João de Maracanaú, que reuniu 2,7 milhões de pessoas em 2025, não apenas impulsionou a economia local com R$ 100 milhões em receita e 4.500 empregos, mas também ultrapassou 1,3 milhão de espectadores na TV com 47,9% de participação, segundo a Kantar Ibope.
O São João de Caruaru, por exemplo, gerou R$ 737 milhões em impacto em 2025. O Rock in Rio e o Lollapalooza ultrapassam a casa do bilhão, mas em contexto urbano centralizado e com apoio publicitário massivo.
O que vemos no Nordeste é a mesma potência, com menos capital de mídia e, ainda assim, audiência crescente, engajamento social relevante e forte adesão popular.
No mercado publicitário, fala-se muito sobre construção de marca e identificação emocional. Mas poucos formatos entregam tanta conexão quanto um artista local, cantando no palco de sua cidade, com a estética da sua cultura, transmitido ao vivo em múltiplas telas.
É branding na veia. É equity territorial. E é um reforço essencial à lógica de programação nacional, ao trazer camadas de especificidade e pertencimento que apenas a produção local pode oferecer.
A cada edição, eventos como o Fortal e o São João de Maracanaú consolidam um repertório visual, sonoro e simbólico que conecta públicos e impulsiona buscas.
Há algo pulsando aqui. E o mercado precisa prestar atenção.
Transmitir eventos regionais é um ato de inteligência editorial. Mas mais do que isso, é uma alavanca para valorizar a produção cultural local, fomentar turismo, atrair investimento e gerar lastro de marca, tanto para players de mídia quanto para anunciantes públicos e privados.
O Sistema Verdes Mares vem atuando com essa visão: não apenas transmitindo, mas documentando, amplificando e distribuindo conteúdo multiplataforma que gera valor além do pico do evento.
No novo ciclo da comunicação, quem aposta em cultura local não está olhando para o passado; está moldando o futuro. Porque relevância, no fim do dia, não se compra. Se constrói.
*Arenusa Goulart é gerente de marketing do Sistema Verdes Mares.