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SXSW 2022: Como a tecnologia impacta o futuro da cadeia de alimentos

Um dos ângulos mais comuns trazidos ao evento é o uso da tecnologia na otimização dos cultivos e monitoramento remoto, entre outros

Temas básicos como alimentação, transporte e saúde, ocupam o centro dos debates sobre inovação e tecnologia. (Paulo Whitaker/Reuters)

Temas básicos como alimentação, transporte e saúde, ocupam o centro dos debates sobre inovação e tecnologia. (Paulo Whitaker/Reuters)

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Publicado em 18 de março de 2022 às 20h00.

Por Rodrigo Carvalho*

Não é de hoje que economistas, agrônomos e futuristas declaram sua preocupação com o futuro da cadeia global de alimentos. Seja pelo temor da insuficiência produtiva ou pelo constante risco do desgaste e contaminação dos recursos, o tema é debatido com afinco e ocupa, todos os anos, um merecido espaço na programação do SXSW.

Mas como a tecnologia pode contribuir com esse desafio que afeta toda a população mundial?

Um dos ângulos mais comuns trazidos ao evento é o do uso da tecnologia na otimização dos cultivos, através do monitoramento remoto, reconhecimento de imagem e da inteligência artificial, que se combinam permitindo um acompanhamento minucioso (e, por vezes, individualizado) da saúde das plantas, garantindo uma ação rápida e assertiva para ampliar ao máximo o aproveitamento de cada safra.

Outra abordagem, que aparece com alguma frequência, é a da aplicação da inteligência de dados para otimizar o fluxo logístico e assim reduzir, mais uma vez, custos e desperdícios. Este é, inclusive, um dos campos pioneiros no uso do Blockchain para rastreamento de origem e qualidade dos alimentos.

Há também um forte viés cultural que permeia todo e qualquer debate sobre a produção e consumo de alimentos. A ascensão das hortas urbanas, por exemplo, tem sido relacionada ao resgate do pertencimento comunitário e até mesmo à afirmação de culturas imigrantes em determinadas regiões. Em muitos movimentos sociais, a segurança alimentar liberta, empodera e sustenta, literalmente, o enfrentamento da opressão.

Este ano, o painel “City Food Waste: A Burgeoning Climate Solution” reuniu lideranças políticas de cidades norte-americanas para apontar, dentre outras coisas, como a redução do desperdício de alimentos impacta positivamente a agenda do clima. Sim, sua dieta, ou melhor, suas escolhas na gôndola dos supermercados, podem ajudar a frear o aquecimento global.

Duas das sessões mais aclamadas sobre o tema foram “Changing the Future of Food”, que exibiu e debateu o filme de Ron Howard “We Feed People”, e o intrigante painel “Future Intersections of Food, Technology & Culture” que reuniu mentes criativas para imaginar tecnologias que desbloqueiem um sistema alimentar mais justo, equitativo, sustentável e escalável.

Uma forma bastante razoável e produtiva de conectar esses debates é pensar em como decisões cotidianas, sobretudo aquelas ligadas ao nosso consumo recorrente, são justamente as que têm maior impacto de transformação e regeneração de sistemas. Não à toa, temas básicos como alimentação, transporte e saúde, ocupam o centro dos debates sobre inovação e tecnologia.

*Rodrigo Carvalho é diretor de inovação da iD\TBWA

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