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SXSW 2022: a distopia nua e crua de Amy Webb

Futurista destacou quatro temas-chave, apontando implicações que vão de preocupantes a caóticas

Banners hang in the atrium of the Austin Convention Center on Thursday, March 7, 2012 on the eve of the opening of the 27th South By Southwest (SXSW) interactive, film and music festival.  The 10-day event is a magnet for thousands of technology innovators, independent film-makers and up-and-coming musical performers.  AFP PHOTO / Robert MacPherson        (Photo credit should read Robert MacPherson/AFP via Getty Images) (MacPherson/AFP/Getty Images)

Banners hang in the atrium of the Austin Convention Center on Thursday, March 7, 2012 on the eve of the opening of the 27th South By Southwest (SXSW) interactive, film and music festival. The 10-day event is a magnet for thousands of technology innovators, independent film-makers and up-and-coming musical performers. AFP PHOTO / Robert MacPherson (Photo credit should read Robert MacPherson/AFP via Getty Images) (MacPherson/AFP/Getty Images)

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Publicado em 14 de março de 2022 às 17h32.

Última atualização em 14 de março de 2022 às 17h48.

Por Rodrigo Carvalho*

Durante o último fim de semana, enquanto muitos maratonavam uma série de ficção e derrubavam pipocas no vão do sofá, a renomada futurista Amy Webb subia ao palco do SXSW 2022 para descrever uma versão ainda mais distópica e alarmante do futuro do que a que havia deixado na edição do último ano.

Resumindo centenas de páginas de pesquisas do relatório anual do Future Today Institute, Amy Webb destacou quatro temas-chave, como: inteligência artificial, metaverso, home of things, além de descentralização e blockchain — apontando implicações bastante críveis para cada um deles que vão de preocupantes a caóticas. "As pessoas criarão várias versões digitais de si mesmas, cada uma adaptada para fins específicos. Isso levará à fragmentação e a uma lacuna cada vez maior entre quem uma pessoa é no mundo físico e quem ela projeta ser em várias plataformas online", aponta Webb sobre a popularização do Metaverso.

Segundo ela, a evolução desses temas pode contribuir para a criação de um cenário de desinformação, quebra de privacidade, roubo de dados, exaustão e fragmentação do indivíduo, catástrofe climática e terrorismo biológico, entre outras questões.

A escolha de Amy em trazer uma tônica alarmante em oposição à tradicional visão romântica do progresso tecnológico não é necessariamente uma estratégia para chamar a atenção da audiência e ganhar as manchetes mundo afora. Ela reflete a urgência de considerarmos os paradoxos e as ambiguidades que os avanços tecnológicos trazem consigo e que, por vezes, são negligenciados pela esteira comercial da inovação.

E ela continua: "As tendências nos convidam a considerar resultados alternativos àqueles que imaginamos inicialmente. Também desbloqueiam algo inestimável em cada um de nós: a capacidade de 'reperceber' a realidade. O ato de 'repercepção' desperta para a possibilidade de um futuro diferente das nossas expectativas atuais."

Distópica sim, pessimista não. Amy Webb sabe do papel influente que ocupa na comunidade do SXSW e sabe também que o mundo assiste de perto às análises e às previsões do Future Today Institute. Nesse sentido, iluminar o lado feio da inovação e da tecnologia é um serviço prestado a todo o ecossistema para que as lideranças de projetos e empresas ligadas a esses temas assumam uma rota responsável e reflitam as mudanças necessárias hoje, afinal, ela complementa que "a previsão estratégica resulta em preparativos, mais do que em previsões" e o progresso está em construirmos futuros viáveis e inclusivos.

*Rodrigo Carvalho é diretor de inovação da iD\TBWA

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