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Superbowl: Anúncios a R$ 32 mi, TV aberta no BR e hip-hop; ah, e jogaço

Evento esportivo do ano nos EUA “envelopa” muito bem um conteúdo de primeira

Pouco adianta “envelopar” algo muito bem se o conteúdo é fraco; no Superbowl o conteúdo é bom demais. (Kirby Lee-USA TODAY Sports/Reuters)

Pouco adianta “envelopar” algo muito bem se o conteúdo é fraco; no Superbowl o conteúdo é bom demais. (Kirby Lee-USA TODAY Sports/Reuters)

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Publicado em 12 de fevereiro de 2022 às 09h00.

Por Danilo Vicente*

Todo ano é a mesma coisa: a promessa do maior Superbowl da história. Neste domingo, 13 de fevereiro, mais uma vez os Estados Unidos, e boa parte do planeta, terão seus olhos voltados para a final do campeonato de futebol americano. No Brasil, a RedeTV! transmitirá a partida, depois de 20 anos em que só era possível acompanhar nos canais fechados. Os ingressos mais baratos para assistir a Cincinnati Bengals e Los Angeles Rams no estádio custam cerca de R$ 32 mil e apenas 30 segundos de publicidade na televisão saem por cerca de R$ 32 milhões.

Muito se fala sobre a organização do evento, o show do intervalo (este ano com o hip-hop/rap com Dr. Dre, Kendrick Lamar, Eminem, Mary J. Blige e Snoop Dogg) e, finalmente, como os americanos sabem fazer um espetáculo. Tudo isso é verdadeiro e realmente incrível, mas pouco se aborda que o melhor do espetáculo está dentro de campo. Aí está, para mim, o maior segredo do evento.

Fica a lição para o mundo dos negócios. Pouco adianta “envelopar” algo muito bem se o conteúdo é fraco. No Superbowl o conteúdo é bom demais. O “envelopamento” só faz brilhar o principal.

Neste ano temos de um lado um time (Cincinnati) que jamais foi campeão e que chegou ao último Superbowl no longínquo 1989. Do outro, a equipe da casa (Los Angeles), fato raro, já que a escolha da sede do evento acontece com bastante antecedência.

Mesmo que a partida seja morna (o que é improvável), o enredo já está posto: torcer para a primeira glória ou querer ver uma festa incrível dentro da torcida “em casa”. E esse tipo de “geração de interesse” tem acontecido com frequência.

Nos últimos anos o mundo observou um tal Tom Brady quebrar recordes. Já tido como o melhor jogador de futebol americano da história, Brady no ano passado teve sua primeira temporada pelo Tampa Bay Buccaneers e levou o time ao título. Antes, no New England Patriots, cansou de vencer campeonatos, carregando a equipe ao primeiro lugar na lista dos maiores ganhadores (junto com o Pittsburgh Steelers).

Brady tem uma história que cativa o espectador. Aposentou-se neste ano, após o Tampa Bay parar na última partida antes do Superbowl. Ele tem 44 anos de idade! Ver uma lenda em plena carreira? Melhor, no fim da carreira? Todos querem.

Talvez só a NBA (National Basketball Association) consiga com Lebron James, quando ele estiver pendurando as chuteiras (ou os tênis de cano alto, na verdade). A NFL (National Football League), que organiza o campeonato de futebol americano, soube surfar bem na popularidade de Brady.

Porém, há mais. A NFL tem 12 times que jamais venceram um Superbowl. E, como o equilíbrio é premissa, inclusive na seleção de novos talentos (no chamado Draft), vira e mexe um time sem título disputa o caneco. Quando chegam dois times mais vitoriosos, é notório o impulsionamento de uma rivalidade qualquer, de uma narrativa que cative o público.

Em 2020, o Kansas City Chiefs se sagrou campeão após 50 anos! Em 2016, o enredo foi das melhores defesas: Denver Broncos contra Carolina Panthers. No período entre estes anos, Brady dominou os holofotes.

Pode notar. Por mais que o esporte rotineiramente proporcione narrativas de embasbacar, o Superbowl tem uma frequência disso sem igual. É o que eu quero ver neste domingo.

*Danilo Vicente é sócio-diretor da Loures Comunicação

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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