O grupo de Trabalho terá a duração de 90 dias, contados a partir da publicação do ato de designação dos representantes (Hamza Butt/Flickr)
Mariana Martucci
Publicado em 25 de fevereiro de 2021 às 19h45.
Nos últimos anos (e principalmente em 2020), diversos setores têm vivido revoluções tecnológicas, em maior ou menor escala. Ouso dizer, porém, que nenhum outro se destacou tanto como a indústria financeira, especialmente o mercado de meios de pagamento. Com um mundo cada vez mais conectado e uma migração em massa para o universo digital, inovar e adaptar-se é indispensável.
Desta necessidade surgiu a oportunidade de as empresas explorarem elas mesmas as demandas financeiras dos seus clientes. Nesse quesito, as fintechs saíram na frente criando soluções mais democráticas e inclusivas para auxiliarem estas empresas a atenderem os 45 milhões de brasileiros desbancarizados, com pouco ou nenhum acesso a serviços financeiros.
A população não foi o único foco dessas empresas. A inovação potencializou também a digitalização que foi acelerada com a chegada da pandemia. Surgiram novas ferramentas, como o Pix, enquanto o uso de outras - QR Code, links e carteiras digitais – intensificou-se e fez os consumidores adotarem o cartão de crédito como o meio preferido de pagamento.
Ao longo de 2020, as compras via cartão cresceram 11,1%. Foram mais de 23,3 bilhões de transações, representando um volume total superior a R$ 2 trilhões – vale ressaltar o peso do auxílio emergencial que, sozinho, foi responsável por movimentar R$ 52,6 bilhões em cartões de débito. As projeções mostram que esse valor pode ser ainda maior em 2021 e chegar a R$2,38 trilhões, excluindo o auxílio emergencial. Diante disso, olhar para o mercado B2B foi inevitável e o conceito de fintech as a service ganhou força.
Transformar empresas de fora do setor em prestadoras de serviços financeiros é uma forma de gerar mais valor para seus clientes, impactar a concorrência e oferecer produtos digitais mais baratos. Em mercados B2B, fornecer novas modalidades de pagamentos para pequenos e médios empreendedores (PMEs) beneficia a cadeia como um todo. As grandes empresas garantem maior penetração no mercado para oferecer suas próprias maquininhas com taxas customizadas, enquanto os PMEs aumentam as oportunidades e margens de venda com uma forma de pagamento segura e mais acessível.
Dentre os benefícios e ferramentas do setor, o split de pagamento tem representado um papel fundamental quando se trata de melhoria da eficiência. Utilizada em grandes varejistas e marketplaces, a divisão automática dos valores de venda elimina a necessidade do repasse de pagamentos - etapa vista como um risco por muitos mercados e, consequentemente, resulta em piores condições comerciais.
O processo é simples: após a confirmação do pagamento, o valor é dividido entre os envolvidos com base nas suas regras de negócios, definidas previamente (por exemplo, um percentual da transação). Apesar do processo com split ser idêntico ao processo de pagamento tradicional, a ferramenta facilita também a vida do consumidor, que realiza apenas uma transação, concentrando o pagamento que será destinado para fornecedores diferentes.
Para as empresas B2B que possuem uma grande cadeia de venda, essa solução otimiza o processo de divisão de recebíveis e proporciona um gerenciamento financeiro detalhado. Por ser seguro, ambos os lados - empresas e PMEs - têm o pagamento garantido pelas bandeiras de cartão de crédito, e muito prático, o split tem ganhado espaço e está cada vez mais presente nas transações. Para ilustrar a relevância da solução, em 2020, 93% do volume transacionado pela plataforma da Hash, por exemplo, envolveram o split de pagamento.
Essa é apenas uma das formas que as fintechs encontraram de incorporar soluções de pagamento digitais e agregar valor ao modelo de negócio de seus clientes. Cada vez mais, vamos caminhar para a customização. A solução feita sob medida vai ser a mais eficiente, integrada e que deve prevalecer no mercado. E as ferramentas advindas do varejo têm muito a acrescentar ao setor.
*Ademar Proença é COO da Hash, fintech do setor de meios de pagamento que nasceu para facilitar a relação entre as empresas e a sua cadeia de clientes, por meio de serviços financeiros.
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