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Sobram rodadas de investimento, mas faltam as de talento no Brasil

Rodada a cada 9 meses reduz muito o espaço para o empreendedor errar e para encontrar o formato certo de growth para o seu negócio

Pressão nos ombros dos empreendedores para entregarem os números de crescimento acordados com os investidores é enorme (Thana Prasongsin/Getty Images)

Pressão nos ombros dos empreendedores para entregarem os números de crescimento acordados com os investidores é enorme (Thana Prasongsin/Getty Images)

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Publicado em 7 de fevereiro de 2022 às 17h00.

Por João Gonçalves*

O mercado de startups no Brasil está em ebulição. Quando antes havia rodadas de investimento a cada dois anos, o interesse internacional pela região traz agora oportunidades a cada nove meses. Só em novembro de 2021, por exemplo, foram 55 rodadas de investimento que levantaram US$ 809,9 milhões para as startups brasileiras.

Sem dúvida, são números impressionantes para serem celebrados. Fechamos 2021 com dez novos unicórnios no Brasil e recorde em investimentos em startups no país. Mas há um lado negativo a ser levado em conta. Afinal, o simples fato de fazer uma rodada a cada nove meses reduz muito o espaço para o empreendedor errar, e, consequentemente, para encontrar o formato certo de growth para o seu negócio.

Agora, a pressão nos ombros dos empreendedores para entregarem os números de crescimento acordados com os investidores é enorme. Para piorar, aquilo que de fato movimenta o setor — o talento que existe nele — está em falta. Esse mercado está desequilibrado: o supply de talento é reflexo dos últimos dez anos no país, mas a demanda por talento reflete a expectativa dos próximos dez anos. E a diferença entre esses dois pontos é abissal.

Para as startups, isso significa que há uma demanda gigantesca por profissionais de marketing e, mesmo nas empresas que possuem um CMO experiente, não é raro haver uma lacuna de skills. Com os fundadores normalmente com um histórico de finanças e tech, as equipes de marketing com frequência sabem alguns canais e pouco ou nada de outros (entendem muito de mídia paga, mas não de branding; de CRM, mas pouco de TikTok e por aí vai).

Normalmente, encontramos com um dos dois cenários no mercado: ou a empresa tem a possibilidade de contratar uma equipe de marketing com dezenas de profissionais (dezenas, mesmo: quando saí do Quinto Andar, a equipe contava com mais de 60 pessoas); ou sofre com a liquidez do mercado, com uma rotatividade alta dos talentos de marketing que encontram sempre um mar de oportunidades no Brasil — e fora.

Hora de catalisar o crescimento das startups

Para lidar com esse “excesso” de oportunidades, as startups ainda podem contar com o apoio de catalisadoras de growth focadas em apoiar essa jornada de entrega e crescimento.

Um exemplo desse modelo de negócios é a JoGo growth experts, pensada para alavancar o crescimento de  startups e scaleups, trabalhando junto com a equipe interna. O modelo, em vez de ser outsourcing, é insourcing.

A proposta é better, faster & cheaper: se os founders estão “acostumados” a passar meses em busca de talentos para serem head of growth, head of branding, coordenador etc, a resposta é imediata: na semana seguinte se inicia o trabalho com quatro especialistas e uma equipe multidisciplinar para emular o time de dezenas de pessoas que os unicórnios brasileiros têm acesso.

Isso traz vantagens e catalisa o crescimento ao promover skills dentro de casa. Costumo brincar que a JoGo é “one startup to grow them all”. E agora é o momento. A tendência para o mercado de tecnologia e startups é de mais crescimento ainda, com mais rodadas de investimentos, mais venture capital entrando no Brasil e mais oportunidades.

As startups que souberem “surfar essa onda”, sem dúvida, só têm a se beneficiar.

*João Gonçalves é especialista em marketing e CEO da JoGo Company

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