Não tem mais espaço para marcas tímidas, para posicionamentos mornos, para promessas vazias (Morsa Images/Getty Images)
Colunista Bússola
Publicado em 4 de agosto de 2025 às 13h00.
O seu cliente não entendeu o que sua marca representa? O mercado vive te perguntando o que você faz? As pessoas te elogiam pela estética, mas não sabem o que esperar da sua entrega? Então é simples: seu posicionamento não funciona e não adianta tentar explicar com apresentações de 40 slides ou com textos genéricos em LinkedIn. Branding bom se sente, não se justifica.
Em um mercado saturado de vozes, quem precisa se explicar demais já perdeu a autoridade antes mesmo de ser ouvido. Posicionamento forte não depende de legenda longa. Depende de presença, de clareza, de consistência e, principalmente, de coragem.
Você já reparou como as marcas realmente fortes não pedem licença para existir? Elas aparecem, falam o que pensam, mostram a que vieram e o público entende, de imediato, se é pra ele ou não.
Não precisa de PowerPoint, manifesto de 12 páginas, nem workshop de propósito toda segunda-feira. Quando o branding é verdadeiro, ele fala antes de qualquer texto, pois está na forma de escrever, de aparecer, de vender, de se vestir, de recusar. O resto é ruído.
Aqui vai uma verdade que muita gente não gosta de ouvir: se você ainda não conseguiu comunicar seu posicionamento de forma clara, é porque nem você entendeu o que sua marca é.
E não tem agência, consultoria ou inteligência artificial que resolva isso por você. Posicionamento não se terceiriza. É uma escolha estratégica que parte de dentro e que precisa ser sustentada com convicção.
Se você está tendo que explicar demais, talvez o seu branding esteja tentando agradar mais do que liderar e no jogo do branding atual, lidera quem banca a própria verdade, mesmo quando isso significa perder seguidores ou causar desconforto.
Ser direto, claro e compreensível não é ser simplista, é ser estratégico. As maiores marcas do mundo comunicam seu diferencial em uma única frase. Às vezes, em uma palavra.
Você não precisa de um slogan bonito. Precisa de uma identidade inconfundível.
Se alguém encontra sua marca pela primeira vez e precisa de contexto para entender o que você representa, algo está muito errado. Porque as marcas que deixam impressão não precisam se apresentar, elas são percebidas antes mesmo de serem lidas.
O que diferencia uma marca forte de uma marca fraca não é o texto do site. É a energia que ela transmite, é a clareza do “não” que ela dá, das pessoas que ela afasta, dos territórios que ela não ocupa.
Enquanto você gasta tempo explicando por que sua marca é diferente, seu concorrente já virou referência. Porque o mercado não dá espaço para quem não se posiciona e muito menos para quem não se banca. Explicações são muletas e marcas fortes andam sozinhas.
O que mais se vê hoje são marcas tentando ser tudo ao mesmo tempo: modernas e clássicas, acessíveis e premium, engraçadas e sérias, ousadas e seguras. Resultado? Uma sopa sem gosto. Uma marca que não grita nada, não representa ninguém, não incomoda, não conecta.
Se posicionar de verdade é excluir. É dizer “não é pra você” com elegância e firmeza. É focar em quem importa e deixar de tentar convencer quem nunca vai comprar e que talvez nem te respeite.
O consumidor de 2025 é informado, crítico, impaciente e intolerante com ruído. Ele não quer ser convencido, ele quer ser reconhecido. Quer olhar para uma marca e dizer: “essa aqui entende o que eu vivo”.
Se o seu branding precisa ser explicado, ele está falhando e em um mercado que se move na velocidade de um scroll, você tem três segundos para ser claro ou será ignorado.
Não tem mais espaço para marcas tímidas, para posicionamentos mornos, para promessas vazias. Ou você vira uma referência clara em alguma coisa ou vai passar a vida tentando explicar o que é.
E sinceramente? Se precisa explicar, já perdeu.
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