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Rodrigo Oliveira: conectividade rural já é uma necessidade emergente no agronegócio 

A importância do acesso a internet na zona rural para a eficiência produtiva e responsabilidade socioambiental no agronegócio 

Tendo em vista que nossos campos já possuem tudo que precisa em clima, área, água e inovação, é hora de atribuir à conectividade rural (Thurtell/Getty Images)

Tendo em vista que nossos campos já possuem tudo que precisa em clima, área, água e inovação, é hora de atribuir à conectividade rural (Thurtell/Getty Images)

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Publicado em 1 de agosto de 2024 às 15h00.

Por Rodrigo Oliveira*

A conectividade e a inteligência de dados no agro deixaram de ser diferenciais e passaram a ser ativos obrigatórios para quem almeja alcançar o máximo de eficiência produtiva e responsabilidade socioambiental num cenário de alta competitividade. 

É nesse contexto que o agricultor brasileiro ganha ainda mais relevância, pois manter o Brasil com o título de celeiro do mundo e polo de desenvolvimento tecnológico agronômico requer muita responsabilidade. T

Tendo em vista que nossos campos já possuem tudo que precisa em clima, área, água e inovação, é hora de atribuir à conectividade rural o novo componente potencializador da produção de alimentos segura e sustentável que o planeta demanda. 

Objetivos e metas do desenvolvimento sustentável 

O agricultor brasileiro é ator-chave para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS/ONU). Segundo a própria entidade, "A abordagem agroalimentar da FAO vê a agricultura além da produção econômica, focando em segurança alimentar, subsistência resiliente, inovação e parcerias. Isso resulta em melhor produção, nutrição, ambiente e qualidade de vida.” 

A conectividade rural aponta especificamente para duas metas ODS. O objetivo 9, que trata de Indústria, Inovação e Infraestrutura, pois a inovação abre novos mercados para pequenos agricultores. E o objetivo 13, sobre Ação Climática, uma vez que agricultura é chave na resposta para mudanças climáticas e a conectividade rural é a peça que faltava no quebra-cabeças de análises de dados agrícolas. 

Sabemos que não é uma tarefa fácil. Sondando os últimos números do CAR (Cadastro Ambiental Rural), temos que pouco mais de 37% das propriedades rurais possuem conexão 3G /4G. O acesso limitado à internet e sinal de celular não afeta apenas o setor, mas sim o desenvolvimento socioeconômico de todas as comunidades pelo interior do Brasil. 

A transformação da produtividade agrícola 

Mesmo com limitações, o agricultor brasileiro produz em grande escala. Imagine se tivesse acesso total à tecnologia via conectividade. Em 2023, a agricultura registrou uma safra recorde, impulsionando o PIB com um crescimento de 15,1%, apesar de apenas 30% das áreas agrícolas terem acesso à internet. Em comparação, nos Estados Unidos, 70% das áreas rurais são conectadas. 

Contamos com cerca de 450 torres 3G/4G conectando 12 milhões de hectares por todo o território nacional, o que representa 15% da área cultivada brasileira. Estamos falando de, pelo menos, 66 mil propriedades rurais e 200 mil famílias em 14 estados e de um impacto que vai muito além da agricultura.

Atualmente, comerciantes locais dessas regiões onde foram instaladas as torres agradeceram por conseguirem usar máquinas de cartão, transformando seus pequenos empreendimentos. A conectividade rural transforma diversos aspectos sociais e econômicos. Ela melhora o acesso à educação, saúde e serviços públicos, facilita a comunicação e o engajamento social, e fortalece os laços comunitários

A conectividade permite práticas agrícolas mais sustentáveis e eficientes, como o uso de sensores remotos, IoT e análise de big data. Isso ajuda os agricultores a monitorar recursos, otimizar cultivos, reduzir consumo de combustível, minimizar desperdícios e emissões de poluentes, além de obter previsões climáticas mais precisas. 

As propriedades agrícolas quando conectadas podem se beneficiar da inteligência de dados para serviços como telemetria, controle de riscos associados às máquinas, otimizando os gargalos antigos como logística, armazenagem, mão-de-obra, relatórios climáticos e tomadas de decisão em tempo real. Desta forma pequenos e médios produtores também passam a ter na palma da mão todas as informações de suas produções, fazendas, safras e culturas, comprovando que suas produções são genuinamente sustentáveis de forma a obter melhor acesso a incentivos de crédito e seguros. 

*Rodrigo Oliveira é CEO da Sol By RZK, empresa de tecnologias em conectividade rural e inteligência de dados do Grupo RZK.

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