Painel do Rio Innovation Week com Nadia Murad (Ag. Enquadrar/RIW/Divulgação)
Analista de Comunicação - Redatora da Bússola
Publicado em 20 de agosto de 2024 às 07h00.
Quatro dias de intensa troca de ideias, networking e negócios marcaram o Rio Innovation Week, consolidando o Rio de Janeiro como um dos principais hubs de inovação do planeta. Com 185 mil visitantes, 3,3 mil palestrantes e 410 expositores, o evento não apenas movimentou a economia local, gerando R$ 3,8 bilhões em negócios, mas também posicionou a cidade, já famosa por sua beleza natural e cultura vibrante, como a capital mundial da tecnologia e da inovação.
Embora a Inteligência Artificial (IA) tenha sido um tema recorrente, o verdadeiro diferencial do Rio Innovation Week foi a diversidade de assuntos abordados. Com 37 conferências cobrindo desde o Luxo Contemporâneo até o Humanare, que discutiu ética corporativa, empresas conscientes e consumo sustentável, o evento se destacou pela pluralidade de temas.
No início do dia 16, Fritjof Capra, renomado físico e escritor, abordou "A teia da vida: uma exploração sistêmica da conexão entre os seres vivos e o planeta Terra" na Plenária RIW. Para Capra, “é perigoso falar sobre a sociedade moderna como uma única entidade, pois ela é diversa e complexa. No mundo atual, temos três setores principais: governo, negócios e sociedade civil. E a sociedade civil cresceu enormemente, agora temos uma coesão global de ONGs, o que mostra que o pensamento sistêmico existe e está interligado.”
O Rio Innovation Week não se limitou aos avanços tecnológicos. Nadia Murad, vencedora do Prêmio Nobel da Paz, ofereceu uma poderosa reflexão sobre o sentido da vida e a importância da justiça social em um mundo cada vez mais digitalizado. Simultaneamente, a embaixadora digital da Estônia inspirou os participantes ao demonstrar como a transformação digital pode ser uma ferramenta crucial para o desenvolvimento urbano. Essa parceria ajudou a elevar o Rio de Janeiro à segunda posição em oferta de serviços públicos digitais no Brasil, um salto significativo desde 2021.
No campo das artes, Vik Muniz compartilhou uma visão profunda sobre o futuro da arte e da inovação. Segundo ele, a inovação surge de dois processos: intensidade e direcionamento. Embora o direcionamento muitas vezes aponte para o futuro, carregando a esperança de um mundo melhor, as incertezas do presente, como mudanças climáticas e conflitos globais, tornam o futuro cada vez mais imprevisível. Para Vik, o artista contemporâneo deve encontrar esse direcionamento dentro de si, em vez de buscá-lo em um futuro incerto.
No painel "Scan do Luxo", discutiu-se a transformação do mercado de luxo. Marcela D’Avila, diretora de marketing da L'Oréal Luxo, ressaltou que o luxo, antes excludente e distante, agora se tornou mais acessível e inclusivo, muito graças às redes sociais e à geração Z. Além disso, destacou que o consumidor moderno, embora ainda valorize a qualidade e exclusividade dos produtos de luxo, também busca propósito nas marcas e uma experiência personalizada e omnichannel.
O Rio Innovation Week demonstrou que o futuro da inovação vai além da tecnologia, englobando pessoas, culturas, artes e novas formas de pensar. O Rio de Janeiro se estabeleceu como um palco vibrante e essencial para essas discussões, reafirmando seu papel como líder global na inovação.
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