Métricas e rimas de ESG (Galeanu Mihai/Getty Images)
Bússola
Publicado em 30 de setembro de 2021 às 11h21.
Última atualização em 30 de setembro de 2021 às 13h32.
Por Renato Krausz*
Eu estava entretido no final de semana lendo umas coisas da pós-graduação e buscando temas para esta coluna, quando uma de minhas filhas me perguntou quantos textos já escrevi para a Bússola. Fui checar e, se não cometi nenhum engano, contabilizei 59.
“A próxima será a 60ª, pai. Faz uma coisa diferente”, disse ela. “Tipo o quê?”, perguntei. “Sei lá, faz um soneto”. Só respondi com um sorriso e comecei a matutar a ideia. “Está bem, vou fazer”.
Então reuni meus dois principais atributos literários, a inépcia e a ignorância, e me debrucei sobre o papel em branco com um livrinho de Camões ao lado para recordar das métricas e rimas. Decassílabos, Abba, Baab, Cde, Cde, vamos lá. O resultado, queiram desculpar, está logo aí abaixo.
Ó, viventes, vejam o que fizemos
com essa Terra pobre coitada.
De infortúnios vive ela atolada,
e acena o suplício que teremos.
Da bonança resta pouco além de nada,
urge cuidar de cidades e locais ermos.
Ou responsáveis todos nos tornemos
ou vivamos a tormenta desenfreada.
Ó, políticos e CEOs, dai o seu melhor!
Trazei logo a paz para a humanidade
e o exemplo de não pensar só em si.
Não há de ser só um desejo com ardor
que gajos e gajas tenham equidade.
Que venha logo a mudança do tal ESG!
*Renato Krausz é sócio-diretor da Loures Comunicação
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
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