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Quem você é sem o seu sobrenome corporativo?

O que você vai fazer quando a "sua" empresa não for mais sua?

Seu sobrenome é sua marca, seu valor, seu diferencial (Thomas Barwick/Getty Images)

Seu sobrenome é sua marca, seu valor, seu diferencial (Thomas Barwick/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2021 às 13h37.

Última atualização em 7 de junho de 2021 às 15h00.

Por Mauro Wainstock*

Sabe aquelas siglas, números e nomenclaturas? Esquece.

Sabe aqueles fornecedores que te procuravam insistentemente? Sumiram.

Sabe aquela equipe que você liderava? Esquece.

Sabe os benefícios que a empresa propiciava? Desapareceram.

Sabe aquela estrutura tecnológica que você usufruía? Esquece.

Sabe aquela verba de marketing com várias casas decimais? Não existe mais.

Parece assustador. E é. O que você pretende fazer? Como vai se comportar diante de um mercado que é íntimo de seu cargo, mas nem sabe seu sobrenome? Que história você vai passar a contar?

Como você vai enfrentar o competitivo e desafiador mercado de trabalho, até então desconhecido, e com o qual você só vai se deparar, e se preocupar, depois que sair do ambiente ritmado e “seguro” a que estava acostumado?

Como vai conseguir se diferenciar?

Até aqui, em sua carreira, você trabalhou para ser disputado pelo mercado ou apenas atuou para entregar resultados para sua empresa? “Sua empresa”? Como assim? E o que fazer quando esta empresa não for mais “sua”?

Você vai tentar se recolocar ou empreender? Eis a questão! Ou melhor, uma delas. Além de definir o “o que” ainda tem o “como fazer”.

O filósofo Eric Hoffer destacou em seu livro Reflections on the human condition a necessidade de sermos eternos aprendizes. “Em um tempo de mudanças drásticas, são os que aprendem que irão possuir o futuro”. A obra foi impressa em 1973. Ele era um visionário.

Costumo dizer que devemos aprender com tudo e com todos. O tempo todo. Você acredita que sua experiência, competência técnica e formação acadêmica serão suficientes neste novo universo? Já fez cursos para aprimorar suas soft skills? Você realmente acha que isto vai bastar?

O escritor Seth Godin cunhou o termo real skills (habilidades híbridas).

Trata-se de uma combinação das hard skills, relativas aos conhecimentos específicos de sua área, com as soft skills, os comportamentos socioemocionais. Neste conceito, não há uma sem a outra; as duas skills devem conviver pacificamente e interagir de forma harmônica para potencializar benefícios reais.

De acordo com Ricardo Basaglia, diretor-geral da Michael Page, oito habilidades são difíceis de desenvolver, mas trazem resultados fantásticos:

1- Falar em público

2- Gestão do tempo

3- Ter empatia

4- Não falar da vida dos outros

5- Ser honesto consigo mesmo

6- Parar de reclamar

7- Viver o presente

8- Não se incomodar com opinião alheia

Então, como começar? Pelo item 5, “Ser honesto consigo mesmo”, que engloba o tripé, formado pelo autoconhecimento, passando pela autoestima e culminando na autoconfiança.

É prioritário entender e valorizar quem você realmente é! Seu sobrenome é a sua marca, seu valor, seu diferencial. Suas histórias e vivências são pessoais, ímpares e intransferíveis.

Portanto:

Tenha um propósito genuíno.

Construa um networking realmente poderoso.

Fortaleça sua marca profissional, seja referência.

E esteja na mente do mercado.

Simples assim. O que complica é a execução.

Vale a pena se inspirar nas palavras de Aristóteles: “É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer”.

A presença digital adequada impacta diretamente na forma como você é percebido.

Utilize o LinkedIn, a maior rede profissional do mundo, virtual e gratuita.

No Brasil, são 49 milhões de usuários e 499.000 empresas cadastradas.

É uma valiosa ferramenta para se destacar: possibilita disseminar e absorver conhecimentos, interagir de forma orgânica e solidificar a reputação.

Não se contente apenas em criar um perfil “campeão”, isto é básico.

Vá muito além: torne sua página viva, interessante e diferenciada.

Seja útil e relevante, contribua para estimular trocas enriquecedoras.

Reflita em seus conteúdos as tendências positivas do mundo real.

Estabeleça uma disciplina diária. O processo é gradativo, contínuo e evolutivo, mas também indispensável.

Faça o melhor com seu cargo. Faça muito mais com seu sobrenome.

*Mauro Wainstock tem 30 anos de experiência em comunicação. Foi nomeado LinkedIn Top Voice e atua como mentor de executivos sobre marca profissional. É sócio-fundador do HUB 40+, consultoria empresarial focada no público acima dos 40 anos.

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