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Que tal tomar uma cerveja livre de plástico?

Corona anuncia neutralidade e dá um importante passo rumo a um mundo menos poluído

Corona anunciou pegada neutra de plástico, usando alternativas à base de plantas (Scott Olson/Getty Images)

Corona anunciou pegada neutra de plástico, usando alternativas à base de plantas (Scott Olson/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2021 às 13h07.

Por Renato Krausz*

O negócio obviamente não está no líquido que a gente manda goela abaixo. Mas, se você bateu o olho neste título e ficou pensando que raios de plástico é este que vem na sua cerveja, agora pelo menos leia até o final.

A Corona anunciou na última terça, 8, que se tornou a primeira marca global de bebidas com pegada neutra de plástico, ou seja, ela retira mais resíduos plásticos do que coloca no mundo.

A conquista foi aferida por duas organizações internacionais. E vale não apenas para os produtos da marca e suas embalagens, como também para as operações de logística e distribuição.

Até o final do ano, todas as exportações da cerveja não terão mais os anéis de plásticos usados para manter as latinhas juntas – estas ainda não são vendidas no Brasil. A empresa afirma já ter uma alternativa feita à base de plantas. E, para as garrafas, a Corona lançou em março um pack feito de palha de cevada, cuja fabricação utiliza 90% menos água que os modelos anteriores. Ele já está disponível na Colômbia e na Argentina.

Os esforços da marca incluem o lançamento de um desafio para encontrar em todos os cantos do planeta empreendedores capazes de propor novas ideias e tecnologias que ajudem a diminuir ou eliminar o plástico na cadeia de suprimentos. E ainda uma enorme usina de reciclagem no México, além de mutirões de limpeza em praias de diversos países, incluindo o Brasil, onde também foram instaladas estações de coleta e reciclagem de plástico em Fernando de Noronha e Trancoso.

Em quase toda roda de conversa sobre ESG atualmente, fala-se em neutralidade de carbono, o que sem dúvida é importante paca. Mas o net zero em plástico não pode ser ignorado. No início do ano, escrevi neste espaço sobre a quantidade mastodôntica do produto que deságua anualmente no mar: 8 milhões de toneladas, das quais 325 mil são brasileiras.

O cenário é dramático. Um estudo da Fundação Ellen MacArthur e da McKinsey apresentado no Fórum Econômico Mundial de 2016 mostrou que os oceanos terão mais garrafas pet e outros detritos plásticos do que peixes em 2050.

Diante disso, iniciativas como a da Corona são muito importantes e deveriam ser seguidas pelo maior número possível de organizações. E, como hoje já é quase sexta-feira, merecem um brinde com uma cerveja bem gelada. A minha pode ser com um gomo de limão, por favor.

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