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Que situação desagradável: podcast cativa com histórias constrangedoras

Pedro Hamdan relata momentos que, hoje, são agradáveis numa roda de amigos; quem nunca passou por isso?

 (Oana Gherghe / 500px/Getty Images)

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Publicado em 25 de abril de 2022 às 17h56.

Por Danilo Vicente*

Aconteceu esta semana. Férias no litoral de São Paulo. Dia chuvoso. Estamos em sete num apartamento. Uma amiga pergunta a outro amigo: “nossa, você caiu e feriu a mão?”. Ele: “não, é um gesto autodestrutivo. Eu mordo e acabo machucado”. Silêncio, daquele tipo constrangedor. “Desculpe, eu não sabia”, ela diz. O silêncio impera.

Eis que essa mesma amiga, um dia antes, havia me apresentado o podcast “Situação Desagradável”, de Pedro Hamdan. Já são 19 episódios no Spotify, de no máximo 4 minutos. Pedro começou como um diário de situações vexatórias que vive atualmente, mas resolveu dar uma meia-volta e buscar no passado, na memória. Já a partir do segundo episódio ele relata passagens de sua vida.

A cada relato Pedro melhora a forma de contar. É curioso entender a evolução de sua narrativa. A graça está em seu jeito mineiro de explicar os “causos”. Pedro é mineiro, aliás. As histórias da adolescência são, para mim, as melhores (tanto as do Pedro quanto as minhas). E o formato “rápido e direto” do podcast é cativante.

O “clima” criado por Pedro é o da roda entre amigos, quando um conta uma história boa que puxa outra. E a conversa flui. Porém, importante: o autor faz o podcast sozinho.

Todo mundo já passou por dezenas de situações desagradáveis na vida, pessoal ou profissional. E geralmente estes momentos geram as melhores histórias. Ouvir “Situação Desagradável” faz a gente lembrar das nossas. Se, no momento do fato, o constrangimento geralmente transforma a pessoa em um avestruz, com vontade de enterrar a cabeça de vergonha, contar depois, aposto, revela aprendizado.

No ambiente de trabalho o constrangimento é pior, acredito, porque a falta de intimidade dificulta a situação — e ainda assim é preciso encontrar com a pessoa rotineiramente. Entretanto, se a intenção não foi ruim, resta apenas pedir desculpa e seguir em frente, com o aprendizado em mente.

*Danilo Vicente é sócio-diretor da Loures Comunicação

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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