(Patricia Monteiro/Bloomberg)
Mariana Martucci
Publicado em 17 de novembro de 2020 às 21h21.
É da natureza humana escolher os fatos que corroboram nossas teses, e ignorar os que não. Tem sido assim nesta eleição. Uns destacam o número de prefeituras conquistadas. Outros, em quantas grandes cidades o partido foi competitivo. Outros ainda, que campo ideológico prevaleceu.
Qual número você prefere? Eu prefiro os votos recebidos na eleição de vereador. É o dado que mostra a real inserção de cada legenda. Pois o partido pode não ter lançado candidato a prefeito, pode ter indicado o vice, pode não ter eleito vereador mesmo com uma boa votação na legenda, por não ter feito o quociente.
Mas para medir a capilaridade, só a votação dos vereadores.
E o que dizem os números? O DEM, o PSD, o Republicanos (ex-PRB), o PL (ex-PR) e o Progressistas (ex-PP) cresceram bem, o PSDB e o MDB caíram, o PT ficou mais ou menos como estava. Isso entre as maiores legendas.
Em algum grau, essa contabilidade vai se refletir na eleição proporcional daqui a dois anos.
Ou seja, cresceram os partidos mais estruturados do campo governista, as legendas com mais acesso ao Orçamento Geral da União. Não só por causa disso, claro. Mas com certeza ajudou bem.
*Analista político da FSB Comunicação
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