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Quais os caminhos para inovar na educação brasileira?

Especialista analisa os diferentes agentes que têm promovido mudanças inovadoras no ensino do país

Sala de aula (Leo Caldas/Exame)

Sala de aula (Leo Caldas/Exame)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 10 de dezembro de 2020 às 20h42.

Sabendo da importância da inovação, diversos agentes - como edtechs (startups que unem tecnologia e educação), escolas inovadoras e professores - promovem mudanças em três diferentes pilares:  tecnologia, metodologia e currículo.

A primeira categoria a ser mencionada são as edtechs. São 559 startups, distribuídas por todas as regiões do país e com ampla diversidade de serviços. Cerca de 17.5% produzem soluções para instituições, inovando em serviços como ferramentas de gestão, comunicação e data analytics. Já 22.2% delas focam em novas formas de ensino, como gamificação e realidade virtual aumentada, atuando não apenas na inovação tecnológica, mas também na inovação em metodologia. Já 20% das edtechs focam em plataformas para educação, como de cursos e EAD, enquanto o restante se divide em ensinos específicos, foco no estudante, conteúdo educativo e financiamento do ensino.

Porém, as startups não são os únicos agentes da inovação no setor. Grande parte da inovação em currículo e metodologia vem na verdade de escolas inovadoras e professores. Um exemplo disso é a EMEF Professor Waldir Garcia, em Manaus, que se utiliza da metodologia de aprendizado baseado em projeto, em que os alunos têm um papel muito ativo no levantamento de perguntas e investigações para um projeto que é relevante para eles. Já o Instituto Federal do Paraná (IFPR) Jacarezinho adota o sistema de Unidades Curriculares, que consiste em uma unidade sobre um assunto específico investigado e discutido por alunos de diferentes séries de uma maneira interdisciplinar, estimulando a autonomia e o protagonismo juvenil. Por fim, o Instituto Pandavas, em Monteiro Lobato (SP), que funciona por meio de aprendizagem por colaboração, foca no desenvolvimento de habilidades socioemocionais dos alunos.

Mas a inovação na educação não precisa ser um grande projeto ou vir de alguma empresa. Muitos professores individualmente aplicam práticas inovadoras em suas aulas sem nem mesmo perceber, como por meio de jogos específicos para ensinar determinado conteúdo. Um outro agente de inovação pode ser um gestor público, que influencia, por exemplo, na criação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que inova em parte no currículo escolar, trazendo a inserção de habilidades socioemocionais.

*Iona Szkurnik é fundadora da Education Journey, plataforma focada em desenvolver o ecossistema de inovação na educação, e presidente do Conselho da Brazil at Silicon Valley

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