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Projeto dá 50 bolsas de estudo para indígenas e ribeirinhos na Amazônia

Alicerce e EBCF inauguram polo voltado ao empoderamento da população local com aulas de leitura, escrita, matemática e habilidades para sustentabilidade.

Alunos têm aulas três vezes por semana (Leandro Fonseca/Exame)

Alunos têm aulas três vezes por semana (Leandro Fonseca/Exame)

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Publicado em 4 de outubro de 2022 às 12h00.

Por Bússola 

O Alicerce Educação, em parceria com a Empresa Brasileira de Conservação das Florestas (EBCF), inaugurou em maio deste ano, um polo educacional no estado do Amazonas. A iniciativa foi criada com o objetivo de empoderar e recuperar a base educacional de 50 alunos indígenas e ribeirinhos por meio de aulas  de reforço do ensino básico, em contraturno escolar. Até o momento foram recuperados, em média, 7,3 meses de defasagem escolar dos alunos em matemática e 3,28 meses de defasagem em português.

Os alunos beneficiados recebem, três vezes por semana, aulas de escrita, leitura, matemática, habilidades para a vida, sustentabilidade, empreendedorismo e consciência ambiental. Estas duas últimas disciplinas reforçam a importância da consciência ambiental e fomentam o surgimento de novos negócios e projetos  inovadores para a geração de empregos na comunidade. 

Kyara da Silva do Rosário é um dos exemplos de superação acima da média. Em apenas dois meses, a aluna recuperou cerca de um ano escolar de conteúdo em matemática e seis de conteúdo em leitura. Quando começou assistir às aulas, Kyara sabia contar até 10 e compor sílabas. Atualmente, ela lê textos curtos com autonomia e soluciona problemas de adição e subtração com até duas ordens. 

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), a evasão escolar na Amazônia é superior à média nacional: 10,1% contra 9,2%. Este dado que explica, em grande parte, o alto índice de desemprego entre a população local. Segundo o Instituto Serviço de Assistência Médica ao Servidor Público (Samesp), apenas 58% dos jovens ribeirinhos de 18 a 24 anos estão no mercado de trabalho, comparado a 71% no resto do Brasil. 

“Esse quadro nos mostra o quão urgente é a ação de recuperação das defasagens de ensino na região. A metodologia do Alicerce Educação é personalizada e permite desconstruir barreiras. Nessa perspectiva, o domínio das disciplinas básicas como escrita, leitura e matemática, naturalmente aumentam a chance de uma oportunidade de trabalho para a população, que vive em situação de extrema vulnerabilidade social”, afirma Paulo Batista, CEO do Alicerce Educação. 

Projetos como este, promovidos pelo o Alicerce, contam com a captação de recursos de organizações que queiram se unir à causa, seja ao financiar um polo educacional, ou na viabilização de bolsas de estudo. A exemplo da Amazônia e de outras regiões vulneráveis que são beneficiadas por essa iniciativa, o investimento é essencial para a continuidade das aulas e oferece a oportunidade de as empresas agirem em prol do desenvolvimento econômico da região e de transformar a realidade social da população local. 

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