Programas transmitem informação sobre prevenção à covid, por exemplo (Divulgação/Divulgação)
Bússola
Publicado em 2 de agosto de 2021 às 12h46.
Última atualização em 2 de agosto de 2021 às 17h29.
Cerca de 4 mil pessoas que vivem em 12 territórios indígenas da área de influência da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Médio Xingu, passaram a receber informações diárias nas línguas Tupi, Macro-Jê e Karib, que são os três troncos falados pelas nove etnias da região.
A iniciativa é da Norte Energia, concessionária da usina, e tem o objetivo de ampliar o alcance dos comunicados emitidos pela empresa, sobretudo os relacionados à área da saúde. Anteriormente, estes eram transmitidos apenas em português, via rádio, e traduzidos pelas lideranças das aldeias. Agora, a comunicação atinge diretamente os indígenas em questões importantes, como recomendações de prevenção à covid-19.
Os comunicados integram o Programa de Comunicação Indígena, criado em 2011 pela Norte Energia, com 32 estações de rádio. Hoje, este é o maior sistema de radiofonia indígena da região amazônica, com 88 estações.
De acordo com a gestora da área responsável pelo programa, Fernanda Mayrink, a utilização da língua nativa nesse relacionamento está em linha com o Inventário Nacional da Diversidade Linguística do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), voltado ao reconhecimento da diversidade linguística como patrimônio cultural.
A comunicação ocorre duas vezes por dia, pela manhã e à tarde, e é realizada pela Norte Energia, Funai, Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), e por outros entes responsáveis pela execução da política indigenista na região. Atualmente, 170 profissionais contratados pela empresa atuam no atendimento à saúde indígena, em articulação às políticas públicas voltadas aos povos indígenas da área de influência da UHE Belo Monte.
Desde 2011, a empresa construiu e repassou 31 Unidades Básicas de Saúde Indígena ao DSEI de Altamira/PA, além de disponibilizar equipamentos e veículos para os órgãos de saúde indígena da região. Durante a pandemia foram doadas 1.500 cestas básicas para famílias dos 12 territórios indígenas, com um total de 126 toneladas de alimentos.
Os compromissos do licenciamento ambiental de Belo Monte para atender os povos indígenas contemplaram ainda a construção de 20 escolas, 518 quilômetros de estradas e ramais de acesso às comunidades, 16 pistas de pouso e 31 sistemas de abastecimento de água, além de ações voltadas à assistência técnica, geração de renda e subsistência das famílias, fortalecimento institucional das associações indígenas, formação e capacitação de indígenas na área da saúde e educação escolar, e oficinas de gestão territorial, entre outras.
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