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Profissional de RH: o missionário para encantar e engajar os colaboradores

A missão do RH é a mesma do marketing: descobrir o que o seu cliente quer e achar uma solução

Aprenda a ser um profissional do RH (foto/Thinkstock)

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Publicado em 2 de junho de 2023 às 16h00.

Última atualização em 2 de junho de 2023 às 16h31.

Por Carlos Guilherme Nosé*

Ouvi num dia desses que algumas profissões exigem mais do que outras quando se trata de propósito de vida e dedicação. O interlocutor ainda comentou que há profissionais que precisariam ser “Missionários e não mercenários” e adorei a afirmação. No próximo dia 3 de junho, comemora-se o Dia do Profissional de Recursos Humanos e, para falar um pouco sobre esse tema, trago aqui um pouco da minha história.

Setembro de 2000: após ter ficado quase um ano fora do Brasil em um programa de trainee na área de marketing, decidi migrar para o RH. Nesse período que passei fora, tive duas semanas de um estágio rápido no RH. A verdade é que, por falha da programação original, simplesmente me “jogaram” no RH e me disseram “Aprenda alguma coisa e ocupe seu tempo”. E o que eu aprendi? Aprendi que o RH tinha a mesma missão do marketing: descobrir as necessidades de seu cliente, desenvolver soluções para isso, manter o cliente engajado, feliz e com o firme desejo de ser fiel à sua marca.

Mas que cliente é esse do RH?

Lá em 2000, ainda se falava pouco sobre encantamento e engajamento dos colaboradores. Ainda vivíamos a fase do “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Se analisarmos friamente, isso é um absurdo nos dias de hoje, já que entendemos que passamos boa parte da nossa vida no trabalho. Por que então ficar 8 ou 10 horas por dia em um lugar que não é a sua cara? Ou que não valoriza seus pontos fortes e só critica suas falhas?

Desde essa época, o RH, que hoje tem vários outros nomes como Gente & Gestão, Gente & Performance, Gente & Cultura – até Diretoria de Felicidade já criaram –, tem evoluído muito e é cada vez mais protagonista nas decisões estratégicas e operacionais das companhias. Pela primeira vez na história, o CEO do maior fundo de Private Equity do mundo, Larry Flink, do Black Rock, enviou uma carta a todos os CEOs de suas empresas investidas, dizendo o quão importante é cuidar das pessoas. Imaginem, um fundo de Private Equity tão conhecido por buscar “resultados a qualquer custo”, entende o valor de cuidar da Cultura, das Pessoas e do ambiente de trabalho.

O RH está frequentemente no fogo cruzado, porque precisa encontrar soluções que agradem aos acionistas, afinal a empresa precisa continuar perseguindo seus objetivos, e essas soluções também devem agradar aos colaboradores, ou pelo menos, parte deles. Todas essas demandas são tarefas estafantes, conflituosas, políticas e caprichosas. Tudo ao mesmo tempo, agora e sempre.

Porém, o trabalho de RH tem seus encantos. A chance de impactar positivamente a vida das pessoas e a possibilidade de ver a trajetória de crescimento de diversos profissionais é de transbordar o coração de alegria. Sinto isso todos os dias e creio que os demais colaboradores da Fesa, que acaba de completar 28 anos com esta missão, também têm este sentimento.

É preciso entender que a cultura, alinhada com seu modelo organizacional e com a alocação das pessoas certas, nos lugares certos, transforma sua empresa em um trem bala. Todas essas possibilidades são de encher qualquer profissional da área de orgulho e de méritos.

E falando em trem-bala, a empresa é um ser em constante evolução e que muda a todo momento. Portanto, profissional de RH, você que acha que conseguiu tudo isso que falei acima, não se iluda. Tenha certeza de que nos próximos meses, quiçá semanas, tudo pode mudar ou evoluir. Tome mais um café, medite, recarregue suas baterias com histórias únicas que você ajudou a construir e vá em frente. Por mais que tenhamos evoluído muito nos últimos 20 anos, ainda precisamos muito de missionários como você para termos um ambiente corporativo mais feliz, igualitário e justo.

*Carlos Guilherme Nosé é CEO e sócio da Fesa Group

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