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Primeiro imóvel digital do Brasil conquista 400 proprietários em 120 dias

Seguindo o modelo peer-to-peer, vendas da sala comercial em Porto Alegre acontecem pelo sistema de frações na wallet da netspaces, responsável pela digitalização do imóvel

Andreas Blazoudakis, CEO da netspaces (Bússola/Divulgação)

Andreas Blazoudakis, CEO da netspaces (Bússola/Divulgação)

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Publicado em 7 de dezembro de 2022 às 17h00.

O edifício Santa Cruz, o mais alto de Porto Alegre, localizado na Rua da Praia, uma das mais tradicionais da cidade, abriga a primeira propriedade digital do Brasil: uma sala comercial de 32 metros quadrados que acaba de alcançar o número de 400 donos, pouco mais de 120 dias após o início da campanha de vendas.

A netspaces, fintech que integra players do mercado imobiliário com tecnologia proprietária construída sobre blockchain, realizando transações online com pagamentos dentro da plataforma, foi a empresa responsável por emitir um token NFT com tecnologia blockchain, que carrega direitos sobre o imóvel, em maio de 2021, transformando o espaço na primeira propriedade digital do país.

Seguindo o modelo peer-to-peer (P2P), “de pessoa para pessoa”, as vendas da sala comercial são realizadas pelo sistema de frações diretamente na wallet da netspaces. Inicialmente, a titularidade de 100% do imóvel foi mantida pelo proprietário digital original. No entanto, para que mais pessoas tivessem acesso ao NFT, ele decidiu colocá-lo à venda em junho deste ano.

“Este imóvel tem chamado tanto a atenção do público porque é a primeira propriedade digital do Brasil, podendo ser transacionado digitalmente com facilidade nunca antes vista. Com isso, surgem transações que até então não eram possíveis ou economicamente viáveis, como o caso da compra e venda em frações pequenas. Pessoas que não conseguiam acessar o mercado imobiliário por causa dos tíquetes muito elevados, têm agora a oportunidade de acumular imóveis com o tempo, fração a fração, com todos os benefícios e as oportunidades do mercado imobiliário em geral”, afirma o CEO da netspaces, Andreas Blazoudakis, empresário gaúcho que já esteve à frente de empresas como Movile, iFood e Playkids.

Como funciona na prática

Por meio da tokenização, processo que envolve, entre outras etapas, uma transação que passa por uma escritura e a matrícula do imóvel, como o caso da sala comercial de Porto Alegre, permite-se que um criptoativo (ou token em blockchain), um bem digital único e impossível de falsificação, passe a carregar direitos sobre um imóvel determinado, como os direitos de alugar e receber locativos, vender, usar como garantia para crédito imobiliário e até mesmo usar.

Por se tratar de um ativo digital, esse token passa a poder ser comercializado pelos seus donos com mais agilidade, uma vez que, devido ao modelo disruptivo oferecido pela netspaces, as transações ocorrem dentro de uma plataforma online e segura, em que estão interligados todos os provedores de serviços imobiliários de costume, seja para vender, alugar ou obter crédito com garantia imobiliária.

“A digitalização da propriedade é a máxima digitalização de todas as relações imobiliárias. Compra e venda, doação, crédito imobiliário, processos que até hoje consumiam muito tempo em etapas, sobretudo offline, agora passam a ocorrer de forma inteiramente eletrônica e com todas as qualidades que essas transações geralmente trazem: são leves, acessíveis e simples. E isso abre, tanto ao mercado quanto às pessoas que queiram investir no mercado imobiliário, um mar de novas possibilidades, da compra e venda de pequenas partes até mesmo a realização de microtransações de crédito com garantia imobiliária. De ponta a ponta, é valor que se entrega à sociedade como um todo”, declara Blazoudakis.

Com a popularização crescente dos NFTs usados em propriedades digitais de imóveis, a aposta da netspaces está em operações menores e com maior frequência, que são mais inclusivas, fazendo com que mais pessoas possam ser donas de um ou até vários imóveis sem a necessidade de grandes compromissos financeiros.

Expectativa de 500 proprietários digitais

Até o momento, a sala comercial da capital gaúcha foi vendida por diferentes valores e frações a cada transação, sendo a menor delas por R$ 2,50 e a maior por R$ 4,8 mil. Com base no valor e no percentual que cada fração transacionada representa do total, pode-se calcular que o imóvel vem sendo negociado nesse formato de transação por um valor que oscilou entre R$ 150 mil e R$ 250 mil.

Hoje, o primeiro imóvel com propriedade digital do Brasil está alugado pelo valor mensal de R$ 986,70, possibilitando que os proprietários digitais recebam aluguéis normalmente, assim como qualquer outro dono de imóvel.

Exemplo: quem adquiriu 0,1% da propriedade digital, recebe, em média, R$ 98,60 reais a título de pagamento de aluguel mensal. E caso a sala comercial fique desocupada em algum momento, os proprietários digitais precisarão pagar o IPTU e o condomínio, assim como donos de qualquer imóvel.

A sala seguirá à venda e, de acordo com o comportamento das compras e vendas entre os atuais proprietários, a netspaces acredita em um volume de 500 donos até o final de 2022, em sua maioria com transações de pequeno porte.

Atento ao mercado de tokenização de imóveis, Danilo Dória Solarino, diretor de inovação da Superlógica, por exemplo, comprou 0,1% da sala comercial por R$ 245,00 e destaca que fez a aquisição para degustar a inovação que o modelo representa para o setor imobiliário.

Pioneirismo e evolução

A netspaces começou suas atividades como uma legaltech. Em seguida, evoluiu para proptech. Hoje, a empresa se apresenta como uma fintech que conecta e integra players do mercado imobiliário com tecnologia proprietária construída sobre blockchain, realizando transações online com pagamentos dentro da plataforma.

Outra frente da netspaces é facilitar o financiamento do imóvel por inteiro, por meio do NFT da propriedade. O token fica travado na plataforma até que o bem seja quitado, como garantia de transação junto aos bancos e às credtechs que irão prover o financiamento.

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