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Por que vivemos uma corrida pelos melhores talentos de tecnologia?

O mercado de trabalho passa por transformações em termos como Yolo, Passion Economy, Liquid workforce e Workforce Ecosystem

Nas novas transformações, colaboradores passam a ser contratados pelo seu conjunto de skills específicos (Laurence Dutton/Getty Images)

Nas novas transformações, colaboradores passam a ser contratados pelo seu conjunto de skills específicos (Laurence Dutton/Getty Images)

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Publicado em 27 de novembro de 2021 às 11h00.

Por Emilia Magnan*

Diante da crescente demanda por profissionais de tecnologia, a corrida em busca dos melhores talentos se mantém acirrada. Isso tem tudo a ver com termos como: Yolo — You only live once, Passion Economy, Liquid workforce e Workforce Ecosystem e explico o por quê.

Enquanto estamos entendendo o impacto que a pandemia terá no novo modelo de trabalho, esses termos evidenciam a transformação que vem acontecendo no mercado de trabalho. Diante das novas lógicas, os colaboradores passam a ser contratados pelo seu conjunto de skills específicos, ou seja, para esse profissional, a autonomia, a liberdade e a oportunidade de trabalhar com o que gosta é uma vantagem que se destaca, abrindo mão da vida e da cultura corporativa para trabalhar por projeto.

Por mais que sejam pontos que entraram no nosso mundo pandêmico, ainda são polêmicos em algumas empresas, principalmente no Brasil. Para ajudar os tomadores de decisão a entenderem o mercado, separei alguns dos motivos pelos quais existe essa corrida pelo TI e sugestões de como solucionar esses problemas.

Concorrentes Internacionais

As demandas digitais não param de crescer. Enquanto isso, os melhores talentos estão capacitados em nível de idioma e competências técnicas para trabalharem em uma companhia fora do país. Esses profissionais de destaque recebem propostas semanais. Quando a remuneração é oferecida em dólar, a proposta se torna ainda mais atrativa. Mas além da questão salarial, a experiência gerada pela internacionalização do trabalho também é um fator importante.

É difícil bater de frente com uma proposta de fora, mas para ter alguma chance é preciso fortalecer a cultura interna e também outros pontos, mencionados abaixo.

Humanização e Saúde Mental

A chave para relações de trabalho mais humanizadas está na preocupação dos tomadores de decisão nas empresas. Afinal, ela precisa ir muito além da compreensão das pessoas como operadores de processos e máquinas dentro da estrutura organizacional.

A preocupação cada vez maior em promover saúde mental no trabalho pode ser um bom exemplo de por onde começar, especialmente quando olhamos para uma nova onda de cargos, como Head de Saúde Mental.

Flexibilidade e autonomia no trabalho

Diante dessas tendências, os formatos de trabalho mais flexíveis, que proporcionam maior autonomia e também oferecem remunerações agressivas estão se popularizando. Os marketplaces para talentos e outras plataformas configuram esse novo modelo de trabalho, viabilizando maior acesso entre oferta e demanda de produtos, serviços ou bens no geral.

Parar para visualizar os investimentos nas políticas e programas de gestão de pessoas, é ideal para ter um bom diagnóstico no caso de estar, ou não, acompanhando essas tendências. Outra opção é flexibilizar os movimentos de carreira dentro da empresa, dando mais autonomia para cada profissional.

Conexões reais com os colaboradores

A pandemia nos afastou de nossos colegas e, por mais que a tecnologia nos aproxima, ela também nos dá uma sensação de que está “OK ficar longe”. Com isso, deixamos de criar conexões, de nos aproximar e ter relacionamentos verdadeiros.

Para lidar com esse problema, as empresas podem aproveitar a oportunidade para desenvolver um novo olhar para seu público interno e passar a oferecer novas experiências. As necessidades da empresa devem andar juntas com os desejos e expectativas de seus talentos, compondo um ambiente colaborativo e produtivo, no qual todos contribuem com suas próprias ideias e experiências.

Trabalhar com o que gosta

Passion Economy consiste em pessoas transformarem seus hobbies e habilidades em uma alternativa para ganhar dinheiro, seja como negócio próprio ou como renda extra, mas existem muitas variações. Esse termo já aponta para um tipo de dedicação diferente, onde os criadores — nome dado para quem fornece algum tipo de habilidade como serviço — desenvolvem um trabalho baseado no seu direcionamento interno do que sente satisfação em fazer e sabe fazer bem.

Muitas alternativas podem ser levadas em consideração para que o seu negócio seja bem sucedido diante de tantas mudanças e novos desafios. Promover um ambiente de inclusão e saúde mental, oferecer autonomia e flexibilidade aos colaboradores, permitir o trabalho remoto e viabilizar esse modelo dentro do negócio são só algumas das novas demandas desses profissionais tão requisitados pelo mercado e, nosso trabalho como executivos, é garantir que essas novas demandas se tornem o novo normal no recrutamento.

*Emilia Magnan é People Specialist na BossaBox, apoia na implementação do processo people analytics e no desenvolvimento dos processos de alocação de prolancers na empresa. Formada em Psicologia pela UFCSPA, especialista em desenvolvimento humano de gestores pela FGV e mestre em Psicologia Social pela PUCRS

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