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PLAY: CD, aquele velho companheiro musical, ainda vive

Streaming é a força motriz da indústria da música, mas pela primeira vez em 17 anos houve mais vendas de compact disc

Em 2021 a receita com vendas de CD atingiu US$ 584 milhões nos Estados Unidos, crescimento de 21% em relação a 2020. (Divulgação/Divulgação)

Em 2021 a receita com vendas de CD atingiu US$ 584 milhões nos Estados Unidos, crescimento de 21% em relação a 2020. (Divulgação/Divulgação)

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Publicado em 19 de março de 2022 às 10h38.

Por Danilo Vicente*

O streaming é a principal fonte de dinheiro da indústria da música. Porém, de acordo com o relatório anual da Recording Industry Association of America (RIAA), em 2021 a receita com vendas de CD atingiu US$ 584 milhões nos Estados Unidos, crescimento de 21% em relação a 2020. Foi o primeiro aumento desde 2004! É uma amostra que, na UTI, o formato ainda sobrevive.

Evidentemente, crescer 21% em cima de um resultado ruim não é muito alentador. Mas o que se destaca neste caso é uma opção que ainda movimenta quase 3 bilhões de reais (convertendo os 584 milhões de dólares). Outro formato, o de downloads digitais, tem praticamente o mesmo resultado: vendas caíram 12%, para US$ 587 milhões.

A RIAA (que representa as gravadoras americanas, como Atlantic, Capitol, RCA, Warner Records, Columbia e Motow), acredita que o crescimento de vendas de CDs ocorreu por causa da reabertura de lojas físicas de discos e da venda de CDs por artistas em seus shows, em 2021. Como a covid-19 colocou tudo em espera em 2020, o ano de 2021 foi de retomada.

Como tem ocorrido nos últimos 15 anos, as vendas de vinil continuam a crescer. A receita aumentou 61% em 2021, para US$ 1 bilhão. É quase o dobro da venda de CDs. Saudosistas e puristas sonoros defendem o formato há anos, mas é a primeira vez que as vendas de vinil atingem esse marco desde 1986.

Contabilizando todos os formatos, as vendas de música física totalizaram 1,66 bilhão de dólares nos Estados Unidos no ano passado.

O que não causa surpresa é a receita com streaming em ascensão contínua. Incluindo plataformas como rádio digital, a receita total aumentou 23,8%, para 12,4 bilhões de dólares no ano passado. Uma diferença abissal para as mídias físicas. As assinaturas pagas representaram 9,5 bilhões de dólares — um aumento de 23% em relação a 2020.

Ainda que os artistas há muito exijam pagamentos mais altos a cada “play” nas plataformas como Spotify e Deezer, o streaming é facilmente o mais importante gerador de renda para a indústria da música, respondendo por 83% da receita geral.

Apesar disso, o aumento nas vendas de CDs e vinis encoraja fãs dos formatos e mostra que artistas se viram como podem para manter a renda. E mostra que lojas físicas ou virtuais de discos vão ficar por um tempo ainda.

*Danilo Vicente é sócio-diretor da Loures Comunicação

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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