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PLAY: Arnold Schwarzenegger ensina com 4 acertos e alguns erros

Melhor fisiculturista de todos os tempos, ator de sucesso e político escolhido por milhões – duas vezes - ganha série na Netflix

 (Ben A. Pruchnie/Getty Images)

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Publicado em 5 de agosto de 2023 às 10h00.

Por Danilo Vicente*

O melhor fisiculturista, o ator de mais sucesso e o político escolhido por milhões de pessoas, duas vezes. Enorme em três áreas tão distintas, em décadas diferentes. Essa é a história do documentário-série Arnold, que, na Netflix, conta a vida de Arnold Schwarzenegger. Vale aprender com ele – seus acertos e erros.

O documentário-série 

São três episódios que mostram como perseverança, foco, planejamento e proveito de oportunidades, na hora certa, são importantes. O tom é bem elogioso ao ator que, nos anos 1980, estourou em filmes como O Exterminador do Futuro, Irmãos Gêmeos e Conan – O Bárbaro, transformando-se no ator de mais sucesso por alguns anos. Pudera, o documentário é todo baseado em depoimentos dele, narrando desde sua infância até os dias de hoje. É Arnold por Arnold.

Entretanto, não ficam fora seus erros – como a separação de Maria Shriver, após 25 anos de casamento, motivada por um filho dele com uma empregada doméstica contratada pelo casal, e alguns fracassos de bilheteria, especialmente nos anos 1990 e 2000. Há, ainda, acusações de má conduta sexual – seis mulheres o denunciaram, uma semana antes da primeira eleição para governador da Califórnia, por agarrar seus seios e colocar a mão em suas nádegas, por exemplo, um assunto que ele também trata no documentário, mesmo que de forma pouco esclarecedora. 

Schwarzenegger foi – e ainda é – bem-sucedido em quase tudo que tomou como meta, tarefa ainda mais difícil em um país diferente do seu (ele é austríaco). A série traz algumas lições – juntamente a seus erros - que podem sempre ser um bom norteador.

4 lições de Arnold

1) Nas décadas de 1960 e 1970, não se contentou com sua realidade. Nascido na cidade de Graz, tinha pais austeros e uma relação difícil com eles. “Eu não me conformava e minha vontade não podia ser quebrada. Portanto, eu me tornei rebelde. Toda vez que era batido, e toda vez que alguém dizia ‘você não pode fazer isso’, eu dizia ‘isso não vai ocorrer por muito tempo, porque eu vou sair daqui. Eu quero ser rico. Eu quero ser alguém’”, relatou em 2004 à revista Fortune. 

Quando ele assistiu ao filme Hércules, adorou o personagem e resolveu ir atrás de ser tão forte quanto ele, desobedecendo aos pais. Passou a treinar em uma academia. Dedicou-se tanto que foi eleito o melhor em campeonatos de fisiculturismo como Mister Europa, Mister Universo e Mister Olímpia por anos seguidos, sem concorrência à altura. É tido, até hoje, como melhor de todos os tempos.

O próximo passo foi ser escolhido para atuar no filme Hércules (!!!) em Nova York. Poderia ter sido seu auge, um sonho realizado, mas seu plano ia além. Então, ele foi de filme em filme até chegar a Conan – O Bárbaro, sucesso de bilheteria.

2) Schwarzenegger ainda era reconhecido pelos músculos, não pela interpretação de qualidade. Entretanto, perseverou. Em 1984, fez a primeira das três aparições como o protagonista de O Exterminador do Futuro. Goste-se ou não dele como ator, é inegável que o papel caiu como uma luva.

E ele agarrou a oportunidade. Durante os anos 1980, o público teve um grande apetite por filmes de ação, com ele e Sylvester Stallone tornando-se estrelas internacionais. Era o momento certo, na hora exata. Mérito de ambos.

3) Então, ele mudou o rumo novamente, mas sem largar sua essência. Passou a fazer comédias, intercalando-as com os filmes de ação. Irmãos Gêmeos e Um Tira no Jardim da Infância são os melhores exemplos dessa fase.

4) O ritmo frenético de sucesso uma hora desandou. Fazer o quê? Talvez aproveitar a fortuna em casa... ou ser governador do maior estado norte-americano. Schwarzenegger nunca teve medo de desafios. Viu o cavalo selado passando em sua frente e montou nele. Na Califórnia, haveria uma eleição recall, artifício que derruba o político no poder e convoca eleições (a diferença para o impeachment é que o recall não precisa de justificativa de infração, além de a decisão ser por voto direto da população). Ele já tinha em mente ser político e, para ser candidato a governador no recall, não precisaria passar pela escolha de seu partido, o Republicano. Candidatou-se, concorrendo com diversas celebridades (foram 134 candidatos). Foi eleito e, bem-sucedido, reeleito dois anos depois. Ficou no poder entre 2004 e 2011.

Entre altos e baixos, Schwarzenegger mostra em sua série como se tornou proprietário de uma fortuna estimada em 315 milhões de dólares e de uma vida cheia de recomeços. Afinal, I’ll be back (eu voltarei) não é seu bordão à toa. 

*Danilo Vicente é sócio-diretor da Loures Comunicação

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