As brechas para os criminosos agirem são muitas, então é preciso se preparar e estudar mecanismos de prevenção mais fortes (TransUnioin/Divulgação)
Bússola
Publicado em 10 de março de 2022 às 13h30.
Última atualização em 10 de março de 2022 às 14h11.
Por Leandro Garcia*
Para a grande maioria das pessoas, o início de um novo ano representa novas oportunidades de recomeçar, e as expectativas são as melhores possíveis. Mas este não é o caso quando se trata dos desafios dos “golpes financeiros”. Os anos passam e os fraudadores se empenham em desenvolver métodos cada vez mais elaborados de fraudes.
A evolução no processo de Transformação Digital, impulsionada principalmente pela pandemia de covid-19, tornou as pessoas e as empresas ainda mais vulneráveis aos ciberataques, o que contribui para o aumento das fraudes financeiras. E, infelizmente, as coisas tendem a seguir assim em 2022.
De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em 2021 houve aumento de 60% nas fraudes financeiras, sobretudo contra idosos, que fazem parte do grupo de pessoas com menos conhecimento tecnológico, ou até mesmo nunca tiveram acesso à tecnologia.
Na maioria das vezes os cibercriminosos aplicam golpes por meio da tecnologia de ponta. Mas, sem muito esforço, eles também podem se beneficiar apenas por meio da ingenuidade e desatenção das vítimas. Uma coisa é certa, tecnologia e ingenuidade proporcionam muito mais oportunidades aos fraudadores.
Para 2022, a previsão é que as fraudes se intensifiquem, como já vem acontecendo. De acordo com um levantamento da Feedzai, uma das tendências no Brasil é o Phishing, um golpe comum, simples, perigoso e eficiente. Os fraudadores se apresentam como uma instituição confiável através de e-mail, telefonema, SMS, aplicativos de mensagens e redes sociais para roubar as vítimas.
E por falar em aplicativos — a popularização deles, seja de bancos ou redes sociais, facilitou e muito as estratégias de golpes. Através do hábito das mensagens de textos é possível incluir links que podem acionar malwares, Account Takeover, mas também a fraude oportunista, como a do WhatsApp falso. Neste caso, em vez de clonar o aplicativo, os golpistas recorrem à criação de um perfil falso da vítima, onde as informações e fotos são idênticas, com exceção do número de telefone usado.
Para serem mais verossímeis, os fraudadores criam inclusive contas Pix com caracteres ou semântica que lembram o nome e sobrenome dos alvos e, ainda, enviam boletos bancários com codificação que possibilita a instalação de malware no celular da rede da pessoa fraudada.
Mas não é só o WhatsApp que oferece riscos. A proteção em duas etapas da rede de mensagens têm dificultado o acesso dos criminosos que, com isso, começaram a pensar em outras formas de golpear amigos e familiares dos alvos. Recentemente, os crackers vêm migrando de rede social e passaram a invadir também contas do Instagram para aplicar golpes em nome do dono daquele perfil.
Para finalizar, é importante destacar aqui outras práticas que também devem crescer em 2022 no país: sequestro de dados (Ransomware), vazamento de dados, paralisação de transações comerciais (Negação de serviço/DDos) e roubo de dados de cartão de crédito.
As brechas para os criminosos agirem são muitas, então é preciso se preparar e estudar mecanismos de prevenção mais fortes para que os ataques sejam identificados bem no início, e assim, evitar maiores danos. Você e sua empresa estão preparados?
*Leandro Garcia é diretor-executivo da Feedzai no Brasil
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