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Patrice Caine: sem segurança cibernética robusta, a IA é uma aposta arriscada

Sem segurança apropriada, a evolução da inteligência artificial pode expor dados sensíveis e sistemas essenciais a riscos catastróficos

a segurança da própria IA permanece negligenciada (Kobus Louw/Getty Images)

a segurança da própria IA permanece negligenciada (Kobus Louw/Getty Images)

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Publicado em 18 de dezembro de 2024 às 10h00.

Por Patrice Caine*

A inteligência artificial (IA) está rapidamente se tornando indispensável. Sua eficiência supera qualquer outra ferramenta tecnológica, e o potencial de transformação é inegável. Carros autônomos, avanços na medicina, segurança bancária e redes elétricas dependem cada vez mais da IA. Logo, ela será tão essencial quanto a eletricidade. Mas estamos preparados para lidar com os riscos que acompanham essa evolução?

Os riscos ignorados da IA

Embora o debate público enfatize ética, desinformação e impacto no mercado de trabalho, a segurança da própria IA permanece negligenciada. Sistemas baseados em IA estão se integrando às áreas mais sensíveis da sociedade, expondo-nos a riscos cibernéticos que podem comprometer dados e causar danos físicos ou financeiros.

Existem duas principais ameaças à segurança da IA:

  1. Roubo de dados: Hackers podem acessar informações sensíveis, como registros médicos ou segredos corporativos, manipulando modelos para obter acesso indevido.
  2. Sabotagem de modelos: Ataques podem distorcer resultados. Um exemplo é um carro autônomo que, ao ser enganado, interpreta uma placa de “Pare” como “70 KM/h”, expondo vidas a riscos graves.

Por que abandonar a IA não é uma solução

Abrir mão da IA por preocupações com a segurança não é viável. Isso deixaria empresas e governos vulneráveis e dependentes de terceiros para utilizar uma tecnologia essencial. Em vez disso, precisamos equilibrar inovação com defesas cibernéticas robustas.

Três passos para proteger a IA

  1. Escolha tecnologias de IA mais seguras  

Nem toda IA é igualmente vulnerável. Modelos simbólicos ou híbridos, que dependem menos de grandes conjuntos de dados e operam com regras explícitas, são mais resistentes a ataques.

  1. Implemente soluções de segurança  

Ferramentas como criptografia, marca d'água digital e ambientes de teste como o “Battle Box” da Thales ajudam a identificar e corrigir vulnerabilidades antes que possam ser exploradas.

  1. Fortaleça a segurança organizacional  

A IA faz parte de um ecossistema mais amplo. Políticas de segurança cibernética devem incluir treinamento para funcionários, pois o erro humano ainda é o ponto frágil mais comum em sistemas de proteção.

O futuro exige responsabilidade 

O progresso da IA apresenta desafios inéditos. Se não priorizarmos sua segurança, arriscamos entregar o controle a agentes mal-intencionados. As decisões que tomarmos hoje determinarão se a IA será uma força para o bem ou uma fonte de vulnerabilidade.

*Patrice Caine é CEO do grupo Thales, empresa líder em tecnologias avançadas

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