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Para obter resultados consistentes, startups devem pensar em gestão

Além da busca pelas tecnologias transformadoras, sugere-se adotar a boa e velha gestão

Startup: por mais transformadora que uma startup seja, todas elas são empresas e precisam criar processos estruturantes e em busca da manutenção da sua sobrevivência (Maskot/Getty Images)

Startup: por mais transformadora que uma startup seja, todas elas são empresas e precisam criar processos estruturantes e em busca da manutenção da sua sobrevivência (Maskot/Getty Images)

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Publicado em 3 de abril de 2022 às 16h13.

Última atualização em 3 de abril de 2022 às 16h15.

Por Hugo Tadeu*

Muitos empreendedores têm o entendimento de que para inovar, bastaria ter conhecimentos técnicos e ampla capacidade analítica para a obtenção de bons resultados. É importante considerar que alguns fundadores destas empresas tem um perfil extremamente técnico, com boa formação em escolas do mundo da computação e engenharia. 

Ao viajar para países como Estados Unidos, Canadá e Israel, percebe-se que mesmo com uma formação técnica, muitos jovens empreendedores adquirem uma capacidade para analisar as suas competências pessoais, entendendo quais pontos fortes são favoráveis no seu desenvolvimento individual, bem como uma série de elementos importantes interpretados como frágeis. 

Além disso, estas mesmas pessoas compreendem a importância das boas técnicas de gestão, passando por modelos para um planejamento estratégico, gestão de projetos, equipes e a busca por resultados consistentes financeiros. 

Analisando dados de pesquisas do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral (FDC) e considerando a convivência diária com startups importantes no nosso cenário econômico, alguns pontos de atenção merecem destaque. 

Nossos empreendedores são excelentes programadores e entusiastas por uma agenda pela mudança econômica e não existe dúvida sobre este importante papel para o futuro do país. No entanto, percebe-se uma carência por um entendimento profundo sobre temas vinculados a boa governança. 

Por mais transformadora que uma startup seja, isto não tira um ponto importante de análise: todas elas são empresas e precisam criar processos estruturantes e em busca da manutenção da sua sobrevivência. Isto não quer dizer que devem ser criados instrumentos de controle e similares às grandes organizações. Pelo contrário. Vale destacar que pelo tamanho destas empresas, a busca pelo equilíbrio entre a manutenção de uma cultura criativa e a gestão dos projetos deve estar na pauta. 

Quaisquer startups e o seu time de liderança deveria entender a importância em liderar pelo exemplo, estabelecendo bons canais de comunicação para os times, clientes e uma visão de longo prazo para o negócio bem formulada. Ao mesmo tempo, trabalhar por bons resultados financeiros, de forma organizada, adotando indicadores de resultados e tendo um time executivo experiente, deve estar na pauta. 

Do contrário, os dados de bases relevantes como IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e Sebrae são claros: a taxa de mortalidade das startups ainda são altas, menos pela competência técnica dos fundadores, mais por não saberem concretizar as suas ideias em planos financeiros, comerciais e projetos com escopo bem estabelecidos. Além da busca pelas tecnologias transformadoras, sugere-se adotar a boa e velha gestão, estimulando o crescimento sustentado de negócios tão importantes para a economia brasileira. 

*Hugo Tadeu é diretor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC. Senior Advisor da Deloitte

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