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Para entender a pandemia, números e curvas não bastam

A fragmentação da informação alimenta a guerra de narrativas, que se resume à “análise de elevador”: subiu, caiu

 (Rovena Rosa/Agência Brasil)

(Rovena Rosa/Agência Brasil)

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André Martins

Publicado em 27 de março de 2021 às 08h10.

A ciência moderna nos trouxe conquistas imensas. Vejamos nossa capacidade de desenvolver, produzir, distribuir e entregar uma vacina contra o covid-19 em menos de ano. Mas a resposta à pandemia também nos lembra que as mais incríveis conquistas da humanidade têm seus limites.

Com a segunda onda da pandemia, é possível perceber que análises que simplificam estratégias de enfrentamento da pandemia distorcem percepções.

No Brasil, com uma pessoa morrendo a cada meio minuto, não é possível olhar simplesmente as curvas de mortes ou de doses de vacina aplicadas isoladamente. A fragmentação da informação alimenta a guerra de narrativas (urgh!), que se resume à “análise de elevador”: subiu, caiu.

Vivemos uma emergência sanitária-econômica-social-ambienta-ética. É preciso pensar de forma complexa quando complexo é o problema.

A proposta não é de agora. A tomo emprestada do sociólogo francês Edgar Morin. Há anos, Morin nos lembra que a maior urgência no campo das ideias não é rever doutrinas e métodos, mas elaborar uma nova concepção de conhecimento. No lugar da simplificação, a complexidade. Nada mais urgente agora.

Se queremos ser capazes de dar respostas à altura da devastação que a covid-19 tem provocado, temos que gerar muita e boa informação em vários campos, contar com equipes multidisciplinares, poder transformar dados em conhecimentos a partir de diferentes saberes.

Ao olhar para os melhores lugares para se estar no mundo neste momento, a Bloomberg nos dá uma pista neste artigo.

Se reconhecermos essa urgência, deixaremos de ocupar antepenúltima posição no ranking.

* Rachel Mello é diretora de planejamento da FSB Comunicação

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