Evento ocorreu esta semana, entre os dias 24 e 26 de outubro (Terry Vine/Getty Images)
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Publicado em 27 de outubro de 2023 às 11h33.
Eletrificação, baterias, célula a combustível. Estas são algumas das soluções que o setor de energia, tem desenvolvido para contribuir com uma economia global descarbonizada. Os grandes players internacionais do mercado de petróleo e gás, que se transformam cada vez mais em corporações de energia integradas, estiveram na OTC Brasil para debater, entre outros aspectos, o cumprimento das metas do Acordo de Paris e a neutralidade de carbono até 2050. O evento se tornou um polo internacional das discussões sobre transição energética e energia renovável. Com uma área de exposição de 9.400m² e aumento do público, mais de 180 empresas exibem na feira os seus projetos de inovação sustentáveis para alcançar o netzero.
“Estamos realizando um evento que não pertence só ao setor de Óleo e Gás, mas ao setor de Energia. Transversalidade e integração estão no horizonte do mercado de eventos, que reúnem as melhores ideias dos players do setor. Aqui, o público acessa cases sobre o futuro da energia e seu papel na descarbonização global desenvolvido por parceiros como TotalEnergies, Porto do Açu, ExxonMobil, bp, Ambipar, Repsol Sinopec e muitos outros”, afirma Roberto Ardenhy, presidente do IBP.
Quem circulou pela ExpoMag nesses três dias viu um encontro internacional robusto para o setor: só no primeiro dia da OTC, 24 de outubro, circularam seis mil pessoas. De acordo com os organizadores, a expectativa era alcançar mais de 20 mil até o encerramento na quinta-feira, 26. A presença internacional forte foi marcada pela participação de 69 países e 114 palestrantes nacionais e internacionais, diversificando a atuação dos atores do mercado, que focaram suas atenções em recursos sustentáveis. Abaixo, o Bússola fez um levantamento com os principais cases relacionadas à transição energética e que pautaram os painéis do congresso.
Com foco em ampliar o debate sobre descarbonização, o IBP lançou a Arena de Descarbonização e Tecnologia, um espaço que mostra as iniciativas atuais e inspira a criação e aceleração de programas nesse contexto. “Pensamos essa área para compartilhar o que a indústria já está fazendo para ajudar a descarbonizar a economia, liderando projetos concretos e impactantes”, explica Victor Montenegro, gerente executivo de Eventos e Novos Negócios do IBP.
Na programação da Arena, foram trabalhados temas como, por exemplo, as contribuições da Noruega para a descarbonização para o setor marítimo no Brasil, a jornada Net Zero no setor de O&G e o futuro da energia eólica offshore.
Em seu espaço, a Ambipar Group, multinacional brasileira líder em gestão ambiental, compartilhou com o público o compromisso com o desenvolvimento sustentável da economia e a melhoria contínua dos indicadores ESG de seus clientes. Por meio da vertical Ambipar Response, a companhia atua no gerenciamento de crises, serviços industriais e respostas a emergências com uma equipe de especialistas internacionalmente certificada para atuar de forma simultânea, escalável e padronizada.
Para o CEO da Ambipar Response, Rafael Espírito Santo, estar presente na OTC Brasil foi uma oportunidade ímpar de evidenciar ao mercado global o portfólio variado de soluções da companhia. "Contamos com recursos de apoio marítimo de combate ao derramamento de óleo, equipes formadas por biólogos, oceanógrafos, geólogos e engenheiros para a reabilitação de fauna e flora, licenciamentos, estudos de riscos, programas de monitoramento ambiental e resposta a emergências. Nossas soluções se complementam para proteger e preservar o meio ambiente”, afirma. Além do patrocínio da Ambipar Group na OTC Brasil, a companhia realizou a compensação das emissões de carbono de todo o evento por meio da Ambify.
Presente há 50 anos no Brasil com um portfólio diversificado que inclui biocombustíveis, combustíveis de aviação e marítimos, exploração em upstream, gás, trading e energia solar, distribuídos entre operações próprias e joint ventures, a bp reforçou para os congressistas que acredita no grande potencial brasileiro a ser explorado com a transição energética. “Nossa estratégia em Upstream é produzir o que denominamos hidrocarbonetos resilientes e a nossa visão é de que precisamos focar em uma produção de óleo e gás de alta qualidade com redução de emissões e ao mesmo tempo buscar novas oportunidades em negócios de baixo carbono”, afirma Angelica Ruiz, Vice-Presidente Sênior para América Latina e presidente da bp no Brasil.
Mauro Andrade, diretor de Novos Negócios do Porto do Açu, reforçou como o setor petrolífero e offshore tem papel fundamental em garantir a transição. “Em nossa área aqui na OTC trabalhamos com uma amplitude de temas, além do óleo e gás. Estamos falando sobre sistemas elétricos inteligentes, energias renováveis, sobre sinergia entre os futuros projetos de offshore wind e a área de óleo e gás”, afirma Mauro ao defender a expansão do escopo durante a OTC. Ele explicou que, para os próximos 10 anos, serão investidos R$ 20 bilhões em projetos inovadores, sendo que metade deve ir para projetos relacionados à transição como, por exemplo, hidrogênio verde, produtos manufaturados e descarbonização da siderurgia.
O executivo também compartilhou para onde a companhia está olhando. “Ainda somos um hub de óleo e gás e de mineração, mas nossa ambição, já bem detalhada, é ser um porto-indústria da transição energética”, disse. Para alcançar esse objetivo, a Porto do Açu se baseia em ações concretas como, por exemplo, uma planta de geração solar fotovoltaica dentro do porto; estudos para construir projetos pilotos de geração de hidrogênio verde e outros.
Raquel Filgueiras, advisor América Latina para os setores de O&G e Naval na Innovation Norway, que é a agência governamental norueguesa dedicada à promoção de exportações, explicou que a instituição apresenta na OTC as iniciativas voltadas à inovação e práticas empresariais sustentáveis por meio de sete empresas que estão presentes no estande da entidade. “A cooperação técnica e científica entre Brasil e Noruega pode contribuir para o desenvolvimento e pesquisa de tecnologias relacionadas a combustíveis marítimos verdes, fomentando a troca de conhecimento e experiências, e promovendo avanços conjuntos no campo da energia limpa no setor naval”, relata a executiva.
Além disso, pautada em seu know-how offshore, a Innovation Norway promoveu um painel na Arena de Descarbonização do IBP para debater o estudo sobre “Alternativas de Descarbonização no setor marítimo no Brasil: contribuições da Noruega”, que contou com a moderação da Diretora de Downstream do IBP, Valéria Lima, e com painelistas como o Diretor Executivo para o Brasil da Associação Norueguesa de Armadores (ABRAM), o Gerente de Desenvolvimento de Novos Negócios para a América Latina da DNV, Jonas Mattos, e da Senior Fellow do CEBRI, Rafaella Guedes. Eles discutiram os investimentos em inovação e tecnologia, políticas de suporte e colaboração ao longo da cadeia de valor que serão essenciais para impulsionar a adoção de soluções de baixa emissão para embarcações.
A francesa TotalEnergies apresentou na feira da OTC o seu portfólio multienergético e as tecnologias no Brasil e no mundo direcionadas para novas energias e redução de emissões. “A feira nos permitiu discutir caminhos para uma transição energética sustentável, mostrando o quanto estamos focados em desenvolver tecnologias que viabilizem o aumento da produção e a redução de custos e emissão”, destaca Charles Fernandes, Diretor Geral da TotalEnergies no Brasil. “Anualmente, dedicamos, no mundo todo, cerca de US$ 1 bilhão em Pesquisa & Desenvolvimento e inovação. Só no Brasil, aplicamos mais de R$400 milhões em 80 projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, sendo que quase 50% do total está direcionado para novas energias e redução de emissões”, acrescenta.
O estande da norte-americana ExxonMobil contou com a nova campanha global da petroleira na redução de emissões, vídeos e painéis do legado centenário da empresa no Brasil e jogos interativos valendo brindes.
Outro grande representante do setor, a companhia aproveitou a OTC para divulgar seu projeto de descarbonização, baseado em pesquisa e desenvolvimento. "Queremos implementar no Brasil um hub de tecnologias para negativar as emissões. Apostamos na captura direta de carbono da atmosfera, com a implementação, ainda inédita na América Latina, do primeiro equipamento de captura direta de CO2 do ar, por meio de projetos conduzidos em parceria com a Universidade Católica do Rio Grande do Sul e com o Senai Cimatec", explica Cassiane Nunes, gerente de Suporte e Portfólio de Pesquisa da Repsol Sinopec.
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