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Os incomodados que mudem o mundo

Novo livro da Fundação Educar escrito por Cláudia de Castro Lima reúne histórias de pessoas que dedicam a vida para transformar a realidade dos outros

 (Romero Cruz/Insper/Reprodução)

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Publicado em 1 de dezembro de 2022 às 14h53.

Última atualização em 2 de dezembro de 2022 às 13h17.

ESG é uma sigla bonita, mas a palavra responsabilidade é a melhor que existe para definir a relação que temos com tudo o que está em volta de nós. É melhor que obrigação, por exemplo, é melhor que dever. É melhor que qualquer outra. Eu, você e cada um desses 8 bilhões de humanos que somos hoje temos nossa parcela de responsabilidade para tornar a vida das pessoas menos penosa num mundo mais justo.

Só que não é uma parcela igual para todo mundo. Como costuma dizer o empresário e empreendedor social Luis Norberto Pascoal, quanto mais privilégios alguém possui, maior é a sua responsabilidade. Foi com esse sentimento que há 33 anos ele criou a Fundação Educar e se tornou um dos pioneiros no investimento social privado no país. Entre várias outras atividades, a Educar já distribuiu gratuitamente mais de 40 milhões de livros em todo o país.

O lema da fundação é magistral: “Os incomodados que mudem o mundo”. Num país como o Brasil, os incômodos são muitos e de todos os tamanhos. Felizmente, também são vários os incomodados. Gente que dedica não apenas o tempo livre, mas a própria vida para mudar, bem, o mundo e a realidade de quem já se acostumou a ver suas oportunidades serem ceifadas pela nossa enorme desigualdade.

As histórias de sete desses abnegados acabam de ser reunidas no livro Os Incomodados que Mudem o Mundo 2, que, como o próprio nome sugere, veio logo depois de um primeiro volume, lançado em 2019, com os perfis de outros 15.

Ambos os livros foram idealizados pela Fundação Educar e escritos pela jornalista mais perspicaz e generosa que já conheci, a Cláudia de Castro Lima, Claudinha para os amigos, com quem a Providência ou o acaso me deu a sorte de cruzar caminhos num jornal nos anos 1990 e numa revista nos 2000. O jornal e a revista não existem mais, mas o talento da Claudinha sobrepujou ambos e me enternece a cada texto novo que leio dela.

Entre os sete perfilados no novo livro está Edu Lyra, talvez o maior especialista brasileiro em “derrubar muros e construir pontes”. Edu é CEO da Gerando Falcões, cuja missão é “colocar a pobreza das favelas no museu”. Curiosamente a ONG nasceu também de um livro, Jovens Falcões, no qual Edu contou histórias de gente extraordinária, que saiu do nada e, assim como ele, enfrentou toda sorte de obstáculos para então conseguir dar voos muito altos. Voos de falcões.

Tem também a história do Rodrigo Mendes, que dirige desde 1994 um instituto homônimo dedicado a garantir que toda pessoa com deficiência tenha uma educação de qualidade na escola comum. O instituto começou com uma escola de artes e depois migrou para a educação formal, área na qual atua hoje em três pilares distintos: 1) produção de conhecimento e sistematização de boas práticas relacionadas ao ensino inclusivo; 2) formação de professores — já foram capacitados 100 mil em todo o Brasil; e 3) advocacy para influenciar gestores públicos a aprimorar nossas políticas ligadas ao tema.

Após se tornar um dos maiores ídolos do São Paulo de todos os tempos, o Camisa 10 Raí foi para o Paris Saint-Germain, onde ficou até 1998. Em 2020, numa eleição com 2,5 mil pessoas incluindo ex-jogadores, jornalistas e sócios do clube, Raí foi eleito o melhor jogador da história do PSG, à frente de Ronaldinho Gaúcho, que ficou em terceiro, e de Neymar, em sexto.

Espera, essa coluna não é sobre futebol. Mas tudo isso é para dizer que Raí também coleciona prêmios fora de campo. Em 2001, somente dois anos após ter sido criada por ele e pelo parceiro de bola Leonardo, outro craque do Tricolor, a Fundação Gol de Letra foi reconhecida pela Unesco como instituição modelo. Eis aí outra história linda que o livro conta.

Incomodados 2 reúne essas três e outras quatro narrativas inspiradoras, capazes não apenas de acender em nós uma centelha de esperança por um mundo devidamente mudado, mas também, quem sabe, trazer o incômodo para nossa vida e nos levar a engrossar as fileiras dos que já estão fazendo coisas incríveis.

Porque como dizia Raul Seixas na canção “Prelúdio”, cuja letra estava estampada numa faixa gigante no dia da inauguração da Gol de Letra, “Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade”.

Quer tentar? Então clique aqui e leia o livro. É grátis.

*Renato Krausz é sócio-diretor da Loures Comunicação

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