Inteligência artificial pode aumentar as chances de sucesso dos médicos no que tange os diagnósticos (Benoit Tessier/Reuters)
Bússola
Publicado em 6 de fevereiro de 2022 às 09h15.
Última atualização em 7 de fevereiro de 2022 às 07h05.
Por Cesar Ciongoli*
Hoje, quando pensamos em Inteligência Artificial, não estamos mais nos referindo a um mundo de ficção científica que estávamos acostumados a assistir nos filmes. A relação entre máquinas e humanos é cada vez mais tangível e a cada dia estamos mais adeptos de incorporar soluções tecnológicas para resolver diferentes demandas do dia a dia. No segmento de saúde não é diferente. O uso correto de novas tecnologias têm exercido um impacto direto na rotina e na qualidade de vida das pessoas, principalmente neste período que estamos vivendo.
Todo avanço tecnológico acarreta significativas mudanças para vários setores da economia. E com a chegada do 5G isso não é diferente. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), a expectativa é a criação de 670 mil novas vagas de emprego até 2025. Tamanha expansão não compreende apenas especialistas de tecnologia da informação e engenheiros. Profissionais de inteligência artificial, segurança da informação e gestão de dados também serão valorizados — em diferentes áreas, incluindo os setores de medicina e saúde.
A disseminação do 5G multiplicará a velocidade da transmissão de dados, mas também traz preocupações quanto ao uso adequado e, sobretudo, acerca dos grandes investimentos necessários.
Durante a pandemia foi preciso uma adaptação rápida para atender às novas demandas geradas pelo isolamento social, como, por exemplo, a crescente busca por consultas médicas online. Foi diante deste cenário que a inteligência artificial tornou-se eficaz e tanto para o atendimento de pacientes, como para médicos e profissionais de saúde. A digitalização das rotinas e a suspensão gradativa do uso de papel facilitará o armazenamento de dados dos clientes e permitirá que os diagnósticos sejam entregues mais rapidamente.
Um levantamento sobre o mercado das healthtechs, realizado recentemente pela BenCorp, mostra que o segmento de saúde digital movimentou, em 2021, US$ 344 milhões, um crescimento de 329% no último ano.
Se olharmos para este ecossistema, vemos desde hospitais, seguradoras da área, empresas de tecnologia e startups especializadas em exames e cirurgias, até hospitais digitais. O conceito Phygital está se tornando, progressivamente, uma realidade dos serviços de saúde do Brasil. É a integração do físico com o digital na jornada de assistência à saúde para melhorar a experiência do paciente, o acesso à médicos, os desfechos clínicos e também a possibilidade de diminuir os custos. Em comum, elas trazem a lógica da indústria 4.0.
O avanço nos investimentos em tecnologia e na digitalização dos processos, como agendamentos, diagnósticos e previsão de doenças, mostra um mercado em constante evolução, crescendo como nunca. A tecnologia 5G será mais uma ferramenta de transmissão de dados à serviço da sociedade, com apoio da inteligência artificial. Com processamento das informações sem fio, será possível criar várias diretrizes na saúde, como, por exemplo, estatísticas que facilitarão o processo de transmissão de informações. Para isso, serão essenciais os investimentos em equipamentos de última geração e investimento em segurança de dados.
Mas, como a inteligência artificial está sendo aplicada na área da saúde? Sob o ponto de vista do paciente já temos disponíveis uma série de soluções que estão dando mais controle para os usuários, para que eles possam monitorar melhor a sua própria jornada de saúde. É o caso dos dispositivos que ajudam as pessoas a terem um acompanhamento de seus batimentos cardíacos, exames de check-up, dicas de cuidados com a saúde e acesso rápido a diagnósticos.
É importante salientar sobre como a inteligência artificial pode aumentar as chances de sucesso dos médicos no que tange os diagnósticos. Sobre isso, também apoio ações de conscientização. A cultura e a falta do hábito de ir ao médico sem estar doente é uma chave que precisamos virar. Por isso, é necessária uma mudança de comportamento, a começar por ações preventivas, pois isso com certeza trará impactos no futuro das novas gerações.
*Cesar Ciongoli é CEO da BenCorp
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