Os novos embaixadores de uma companhia não vestem uniforme, mas constroem — ou corroem — a imagem pública
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Publicado em 18 de novembro de 2025 às 15h00.
Por Pollyana Miranda*
Você sabe realmente quem está representando sua marca hoje? Em um cenário onde qualquer creator com celular e carisma pode arrastar multidões, a pergunta mais estratégica que um CEO ou CMO pode fazer não é sobre o alcance de um influenciador, mas sobre a que tipo de reputação ele está associando sua empresa. E, mais importante, com que consequências a médio e longo prazo?
Estamos vivendo a era da "influência como atalho" — de resultados rápidos, engajamento instantâneo e campanhas de impacto. Mas poucos líderes param para refletir:
A reputação de uma marca é um ativo construído em décadas. Ela pode ser tensionada — ou destruída — em um repost.
O marketing de influência precisa urgentemente sair da sala de mídia e entrar na sala de estratégia. É ali que se decide o que está em jogo: reputação, confiança, legitimidade. Associar uma empresa a alguém que viraliza é fácil.
Mas será que esse alguém constrói ou compromete autoridade? Será que conversa com os stakeholders certos — e de forma responsável? Ou será apenas uma distração barulhenta e de curtíssimo prazo?
Mais do que saber quem fala bem da sua marca, é hora de os líderes entenderem quem pode falar pela sua marca.
E como todo poder, exige curadoria, contexto e consequência. Os novos embaixadores de uma companhia não vestem uniforme, mas constroem — ou corroem — a imagem pública com cada postagem, cada opinião, cada parceria.
Influência, hoje, não é apenas mídia — é governança. É reputação compartilhada. É presença estratégica nos territórios mais sensíveis: ESG, diversidade, inovação, consumo consciente. CEOs e CMOs que ainda tratam influenciadores como linha final de funil precisam rever seus mapas. Porque, no fim do dia, não é sobre quantas pessoas você alcança — é sobre o que essas pessoas passam a pensar da sua marca depois disso.
*Pollyana Miranda é CEO da Deck.